Mãe, o bebê e a música, vínculo que alimenta.
Ah… o nascimento do bebê, um momento mágico e esperado por toda família. Depois de nove longos meses de espera, com o nascimento da criança, chega também a dificuldade de amamentar, o sono interrompido, as cólicas, e o processo de entender e identificar os diversos choros e junto com todas essas informações vem o enigma de criar o vínculo entre a mãe e o bebê.
A música é um grande aliado neste momento, a partir da 21° semana de gestação, o aparelho auditivo do embrião é formado, e assim o bebê é capaz de identificar os sons do corpo da mãe, batimento cardíaco, corrente sanguínea, do processo digestivo e entre essas sonoridades estão o timbre da voz da genitora e de pessoas próximas.
Este é o momento indicado pelos estudiosos de começar a colocar música para o bebê apreciar ainda dentro do ventre; este repertório deve ser escolhido com critério, afinal, será a carta na manga para a construção deste vinculo.
O repertório deve ser selecionado e pensado para acalantar as crianças, com sonoridades tranqiilas e voltadas para os bebês. Hoje em dia, o mercado oferece um vasto repertório voltado para esse público, encontramos desde de Beatles a Beethoven, são regravações das obras em versão instrumental com timbres agudos e suaves, como marimbas, xilofones e metalofones.
Porém, as gravações não substituem o ato de cantar para o bebê, esse procedimento tem início também durante a gestação é um processo riquíssimo de identificação e reconhecimento do timbre de voz da mãe e do pai, a criança é capaz de reconhecer a voz de pessoas próximas e, quando o bebê nasce, essa sonoridade o tranquiliza toda vez que a mamãe canta para ele.
É comprovado que, se a mãe canta para o bebê ainda no ventre. ele se acalma. Mas ainda estamos falando do período de gestação. E quando o bebê nasce, como fica?
O bebê identifica a mãe também pela voz, e quando ele está irritado, é simples, acolhe, acalanta, canta, e magicamente o bebê se acalma.
No momento do sono, da distração, da amamentação, a voz e o olho no olho fazem toda a diferença para a construção do vínculo com a criança.
Com o tempo, percebe-se o repertório preferido pelos pequenos; eles são capazes de sorrir e de identificar, ainda quando bebês até os 4 meses de vida, a sonoridade que os agradam.
Esse repertório fica marcado e a criança, com o tempo, identifica não só o timbre, mas também a cantiga escolhida. Essa identificação acontece de forma visual, podemos identificar pela expressão facial e movimento; neste processo, são capazes de marcar com o corpo a pulsação, involuntariamente, formando quase uma coreografia.
Aos poucos, esse movimento corporal passa para as mãos, no primeiro momento com movimentos indefinidos, e em seguida com palmas e gestos, esse movimento é notório entre 8 e 12 meses, justamente quando a criança começa a balbuciar e emitir sons como baba, papapa, dadadaaaa…. brrrrrrrrrr…. e assim, quando a mãe canta, a criança acompanha a canção à sua maneira.
Cante, toque e estreite o vínculo com seu filho por meio da música, afinal, quem canta, os males espanta, acalanta e encanta!
Tamara Stuchi é Coordenadora de Música da ONG Liga Solidária, graduada em música, bacharel em flauta transversal, pós-graduada em Docência do Ensino Superior em Música e Gestão Cultural, e mãe da pequena Maria Julia, de 1 ano.