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Guia para Gestores de Escolas

Mapeado os atentados no Brasil – Como podemos desenvolver medidas efetivas e seguras para nossa escola

Por Eric Amorim

A segurança nas escolas é uma preocupação crescente em todo o mundo e o Brasil não está imune a esse desafio. Nos últimos anos, testemunhamos um aumento alarmante no número de atentados em instituições de ensino, o que exige uma ação proativa por parte de toda a comunidade escolar. Estatísticas quanto a venda de jogos de videogame aponta para cada 10 jogos vendidos, 8 são de violência; além disso, o consumo de conteúdos violentos em filmes, séries e o acesso livre na internet, fazem com que o comportamento dos jovens seja diretamente afetado.

Atualmente no Brasil contamos com 265.679 escolas públicas e cerca de 47.000 particulares, com realidades sociais e estruturais muito diferentes. Sendo assim, um plano como uma receita de bolo para manter o ambiente escolar seguro é fora da realidade. Neste artigo, discutiremos a importância de adotar medidas estratégicas para sermos efetivamente uma escola segura, independente da sua realidade.

O cenário atual

O Instituto Sou da Paz fez um mapeamento inédito no Brasil divulgado em maio/23 com dados importantes para que possamos desenvolver medidas assertivas para nossa instituição

Nos últimos 21 anos, o Brasil registrou 23 atentados em escolas, resultando em 137 vítimas e 45 mortes. Os números revelam uma tendência preocupante de crescimento, especialmente nos últimos quatro anos, quando o número de atentados mais que dobrou, atingindo 17 ocorrências. Outro dado importante é que em todos foram feitos por homens, com média de idade de 16 anos e que 88% dos casos eram alunos ou ex-alunos da própria escola. Destas mortes, 34 pessoas (76%) foram por arma de fogo e 11 pessoas (24%) por arma branca.

Nosso papel é auxiliar você, gestor escolar, a ter uma escola segura e não apenas para seus alunos, mas também em conformidade com a lei. Acredite, a escola tem que ser tão forte no “papel” quanto na estrutura.

Vamos ver algumas recomendações decorrentes a estas informações e quanto a legislação. Recordo que na edição 190 desta revista, em minha coluna, trabalhamos sob o olhar da lei os princípios básicos de segurança escolar – consulte no site!

  1. Criação de Comitês de Segurança Escolar: Ter a participação de pais, alunos, professores e membros da comunidade é essencial. Pessoas estratégicas e comprometidas que irão auxiliar na identificação de vulnerabilidades e medidas de controle;
  2. Responsabilidade Familiar: Tenha documentos e comunicados onde esteja claro quais sãos as responsabilidades da escola e quais são as da família. Este documento deve conter quais os itens são permitidos entrar na escola, regras de conduta, vestimenta, entre outros, pois esta supervisão (de acordo com a Lei) é da família;
  3. Treinamento para a equipe escolar: Oferecer treinamentos teórico e prático em prevenção / identificação de vulnerabilidades física e comportamental para toda a equipe escolar é fundamental. Isso inclui saber como identificar comportamentos preocupantes e como responder a emergências, se necessário;
  4. Política de prevenção ao bullying: O bullying é muitas vezes um precursor de atos violentos. Ter uma política clara de prevenção e intervenção em casos de bullying é essencial;
  5. Monitoramento das redes sociais: Normalmente é aqui que tudo se inicia. Em todos os atentados desenvolvidos por alunos e ex-alunos, as redes sociais foram usadas para informar suas intenções;
  6. Gestão de Processo: Ter comprovado o monitoramento deste dos riscos identificados. Elabore uma planilha com os riscos e desenvolva protocolos de intervenções, são estes documentos que irão respaldar a instituição em ocorrências, pois comprova a tentativa da instituição em eliminar ou reduzir qualquer evento negativo em sua unidade.

Esses são passos importantes para o desenvolvimento de uma estrutura forte e duradoura.

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