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Guia para Gestores de Escolas

Metodologias Ativas: Protagonismo dos estudantes em foco

Protagonismo, criatividade, aprendizagem colaborativa, inovação e interação – todas essas características ganham proporções significativas no âmbito educacional. E, se olharmos atentamente para os processos e desenvolvimentos que despontam na contemporaneidade, essas cinco características citadas podem facilmente ser inseridas em um denso movimento de reflexão sobre as metodologias pedagógicas e os seus efeitos no ensino e na aprendizagem.

De modo geral, a globalização, a inserção tecnológica em todas as áreas sociais, os estudantes nativos digitais que adentram as instituições de ensino, e as mudanças socioculturais que provocam rupturas inesperadas em processos estabelecidos, promovem (não só) uma rearticulação como a possibilidade de experienciar outras formas de contatos e interações com o aprendizado.

Na prática, especialmente nos últimos anos, percebemos, cada vez mais, a utilização de um conjunto de metodologias ativas que deslocam o saber de um padrão vertical (como acontece em uma aula expositiva tradicional), e estimula a relação com o aprendizado a partir do protagonismo do próprio estudante. “No centro das definições mais aceitas para metodologias ativas na área da educação está a palavra ‘protagonismo’. Assim, as metodologias nas quais os estudantes participam direta e ativamente nas diversas etapas do processo de aprendizagem podem ser classificadas como metodologias ativas”, explica Marcos Paim, diretor do STEM Brasil e do siSTEMa Educando México.

De acordo com o diretor, as metodologias ativas podem ser consideradas como demandas necessárias na educação atual – e até mesmo cruciais. “O mundo está mudando rapidamente, a vida requer novas habilidades, conhecimentos e comportamentos. Há cada vez mais um interesse em implementar metodologias ativas nas escolas. Penso que são dois os principais fatores: preparar melhor os estudantes para o futuro e oferecer uma escola mais atraente, na qual o aprendizado seja significativo, faça sentido e que envolva criatividade e, se possível, seja divertido”, diz.

METODOLOGIAS INOV-ATIVAS

Andrea Filatro, docente, pesquisadora, consultora e autora do livro “Metodologias inov-ativas na educação presencial, a distância e corporativa” (Saraiva Uni), reforça que as metodologias ativas são uma resposta contemporânea para as necessidades urgentes da atualidade, e destaca que muitas escolas têm se debruçado sobre práticas pedagógicas mais centradas nos alunos – com abordagens como aprendizagem baseada em problemas, em projetos, em casos, em pares e em pesquisa.

E, segundo a docente, essas abordagens, que circulam no âmbito educacional há algum tempo, estão cada vez mais incorporadas ao cotidiano escolar. “Para nós, essas abordagens não são a maior novidade em educação. Por isso, temos impulsionado um conjunto ainda mais amplo de metodologias, que chamamos de ‘metodologias inov-ativas’”, garante.

Assim, as metodologias inov-ativas incluem, sim, as metodologias ativas que, como vimos, e também as metodologias ágeis, “mais voltadas à administração do tempo e da atenção para o estudo, assim como as metodologias imersivas, que se apoiam no planejamento de experiências engajadoras e motivadoras, e, por fim, as metodologias analíticas, que fazem uso do poder computacional, incluindo até mesmo a inteligência artificial, para colocar o aluno ainda mais no centro do processo de aprendizagem”, explica a docente.

PROTAGONISMO NA PRÁTICA

Cristine Soares, diretora da unidade Carrão do Colégio Guaiaúna (SP), indica que o ensino híbrido (combinação entre aprendizagens presencial e remota) considerado uma das metodologias ativas, têm ganhado grande adesão nas escolas. “Ainda de forma não 100% proveitosa, mas o avanço em termos de aceitação da tecnologia nas escolas contribuiu muito para ampliarmos o olhar do professor, do gestor, das famílias e dos estudantes”, diz.

E, de certa forma, é possível afirmar que a modalidade do ensino híbrido ganhou projeção e intensas adesões nesse período pandêmico que atravessamos, quando todas as instituições de ensino foram fechadas para conter a transmissão do coronavírus. “A falta de engajamento dos alunos também preocupa a equipe pedagógica, que percebeu a necessidade em repensar suas práticas, é aí que as metodologias ativas entram, como uma solução plausível para a adoção de um novo formato de educação”, destaca Cristine.

Segundo a diretora, no processo de inserção das metodologias ativas no cotidiano escolar, é preciso envolver todos os agentes escolares, “realizando um trabalho de conscientização da necessidade da mudança, os benefícios, buscando referências e parceiros que auxiliem nessa jornada. E a formação de professores é essencial neste processo”. (RP)

Saiba mais:
Cristine Soares – [email protected]
Marcos Paim – [email protected]
Andrea Filatro – [email protected]

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