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Guia para Gestores de Escolas

Móveis: Novas dinâmicas mobiliárias

A organização, interna e externa de uma instituição de ensino, carrega, em si, um conjunto de características que devem ser observadas e integradas de acordo com normas técnicas, resoluções de segurança, sensação de bem-estar e acolhimento, bem como adaptações e funcionalidades que, de fato, auxiliem a todos e todas da comunidade escolar – alunos, docentes, funcionários e colaboradores – em um desempenho eficaz da rotina escolar.

Essa organização, à qual me refiro, transita entre diversas áreas de uma escola, mas sobretudo há um elemento significativo que permeia as diversas salas teóricas, práticas e de estudo: a composição do mobiliário escolar. “O mobiliário tem o papel fundamental de entregar conforto, organização e permitir as novas práticas de ensino. Com um mobiliário mais adequado, o professor pode ensinar de forma mais fluida, aproveitando melhor os espaços e otimizar o tempo em sala de aula”, diz Marcelo Rodorigo, diretor de uma empresa especializada em móveis para o segmento educacional.

De certa forma, nos últimos anos, em especial, a emergência de novas dinâmicas em sala de aula, a imersão em metodologias ativas, e as possíveis (re)modulações no campo do ensino-aprendizado destacam mudanças, também, em toda a estrutura mobiliária de uma escola. O mobiliário pode contribuir nesse sentido, conta Rodorigo, facilitando a movimentação com menor esforço e gerando menor ruído que interfira em outras salas de aulas.

Para Ubirajara Ramos, empresário do setor, a maneira como organizamos a sala de aula revela a relação pedagógica estabelecida com os alunos: “os espaços devem ser pensados para os estudantes, visando a interação de cada um deles com o ambiente e com os colegas, o mobiliário tem a função de trabalhar a favor do espaço pedagógico, trazendo um ambiente flexível e organizado”.

Segundo o empresário, a transformação para uma sala de aula moderna traz flexibilidade e livre circulação no ambiente. “O aluno tem mais controle sobre seu aprendizado, podem se mover naturalmente pela sala de aula, interagem com seus colegas e professores, e prestam mais atenção ao que precisam aprender. A flexibilidade é o aspecto mais importante do mobiliário escolar e cada peça deve ter mais de um uso, alterando a configuração da sala de aula, para atender outras/novas necessidades”.

DINÂMICAS MOBILIÁRIAS

Com um olhar para a contemporaneidade e as demandas urgentes para uma educação ajustada ao século 21, a arquiteta e Head de Novos Negócios de uma empresa de designer, acredita que o mobiliário escolar, assim como o ambiente, é considerado o “Terceiro Professor”. “Como o termo sugere, ele influencia diretamente no aprendizado e serve como suporte nesse processo. O ambiente precisa se adequar ao tipo de atividade proposta pelo educador, portanto, a flexibilidade é uma característica essencial dos móveis. A autonomia do aluno e organização do ambiente são essenciais para o desenvolvimento da educação, tornando o mobiliário adequado um grande aliado nesses propósitos”, diz. 

Nesse sentido, em um movimento educacional contemporâneo, a autonomia e o protagonismo dos estudantes, assim como o acesso à informação em diversos tipos/formatos – tanto no ambiente presencial como no digital – estabelece, de certa maneira, alterações e configurações no próprio layout da sala de aula, por exemplo. “Conceitos como as metodologias ativas, a sala de aula invertida, todos esses pontos de vista pedagógicos, atualmente, requerem um ambiente escolar colaborativo, não tem mais aquela estrutura de sala de aula onde todos os alunos ficam voltados para o professor”, ressalta a arquiteta.

Dessa forma, conta Sobral, a flexibilidade da mudança do layout da sala de aula pra diferentes tipos de atividades, altera a rotina, criando, assim, novas relações – tanto com o espaço como com os educadores. “A sala de aula precisa proporcionar várias possibilidades de configurações, diferentes maneiras de sentar e se agrupar são valorizadas. O professor pode explorar as diferentes tipologias de móveis para propor trabalhos individuais ou em grupo, situações de debates e pequenas apresentações. É um novo olhar para a forma de ensinar e aprender”.

Para complementar essa ideia, Márcio Cardia, CEO da Escola Técnica Electra (RJ), a forma passiva de ensino, da estruturação de uma sala de aula, onde o aluno se posiciona um atrás do outro – e todos diante do educador – não permite um desenvolvimento mais aguçado e do próprio protagonismo do estudante pelo conhecimento.

“O modelo de sala de aula tradicional, carteiras universitárias e outros modelos únicos e enfileirados, demonstra que o aluno deve olhar, escutar e estudar em casa – e é um grande retrocesso do século XXI termos estes posicionamentos nas escolas. Com certeza a metodologia ativa, onde o aluno pode ler o conteúdo em casa, e ter a sala de aula com mobiliário específico tornar-se o ambiente prazeroso para que possam tirar as dúvidas através de dinâmicas proativas, onde o professor terá sua aula discutida por todos de forma mais participativa”, reflete Cardia.

Assim, de certa forma, o dinamismo, as ações participativas e a motivação pelo conhecimento podem ser caminhos possíveis para as dinâmicas e propostas metodológicas. “A mudança do mobiliário da sala de aula dá ao aluno o protagonismo da descoberta do conteúdo através de dinâmicas e práticas em conjunto. Os conceitos aprendidos são discutidos entre os estudantes nesta nova formação do mobiliário e o professor passa a atender os questionamentos dos alunos e, assim, os ajuda a entender melhor o mundo para o qual estão sendo preparados”, completa.

CUIDADOS COM O “NOVO NORMAL”

Acompanhamos, desde o primeiro semestre deste ano, as preocupações, incertezas e inseguranças com o avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo. E, após um longo período de isolamento social e intensas modificações na área educacional – tanto administrativa e financeira, como no deslocamento de aulas físicas para o ambiente totalmente digital – algumas discussões emergem a respeito do retorno gradativo às aulas presenciais.

E, para a retomada das atividades escolares no ambiente físico, é preciso ter alguns cuidados e atenções, já que a utilização do mobiliário é frequente entre os estudantes. Segundo a arquiteta Luciana Sobral, um movimento que já vinha ocorrendo e que vai se intensificar é a ocupação de espaços alternativos da escola para o aprendizado, tais como áreas externas, corredores, refeitório, espaços destinados a atividades esportivas – em especial, os locais ventilados, arejados e ao ar livre, com menor chance de proliferação do vírus.

Outro fator de extrema importância é a higienização: “O móvel ideal deve ser, sobretudo, fácil de manter e limpar, além dos conceitos cruciais de ergonomia. Pesquisar qual o melhor produto para limpeza de cada tipo de acabamento deve ser, ainda mais agora, uma preocupação constante”, finaliza Sobral. (RP)

Saiba mais:
Luciana Sobral – [email protected]
Márcio Cardia – [email protected]
Marcelo Rodorigo – [email protected]
Ubirajara Ramos – [email protected]

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