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Guia para Gestores de Escolas

O que os gestores educacionais podem aprender com La casa de papel?

“Os bons são tímidos”

Allan Kardec

A série La Casa de Papel exibida mundialmente com enorme sucesso nas plataformas digitais, pode ensinar sete lições sobre gestão educacional contemporânea. Afinal, para educadores a lição esta em todos os lugares.

A produção em língua hispânica retrata uma equipe de ladrões que prepara minuciosamente um roubo à Casa da Moeda espanhola para produzir dinheiro em larga escala.  O cerne da série é a mentoria de um líder meticuloso: o professor. Ele mensura as relações de causa e efeito com muito estudo e esmero.

A primeira grande lição é a estruturação de uma equipe com características diferenciadas, habilidades e competências distintas, mas focadas na missão, visão e valores. Como um mantra, o professor elucida para o seu “conselho de classes”, o planejamento estratégico, mensurando forças e fraquezas, oportunidades e ameaças. Os gestores  deveriam ouvir seu grupo, torna-lo uma equipe e estabelecer um plano detalhado para capta e fidelizar alunos com suas famílias para produzir perenidade institucional. Neste aspecto é imprescindível lidar com perfis complementares e formatar alianças.

A segunda grande lição é aprender a arte da antevisão, ou melhor, aprimorar a antecipação de cenários com: direção, suporte, motivação e treinamento, para antecipar oportunidades e riscos é preciso – ler, entender, elencar fatos e desdobramentos para propor planos de contingências, visualizar   alternativas, monitorar os riscos e sentir o ecossistema dos negócios.

A terceira lição é o foco no foco no negócio da escola que é atender, entender e encantar os clientes e consumidores com uma comunicação clara, coerente, eficaz e eficiente. O foco no foco significa que todos os membros da comunidade educativa devem entender os objetivos da instituição, bem como seus propósitos e procedimentos padrões. Da zeladoria à diretoria; da Educação Infantil ao Ensino Médio; ou até mesmo o Ensino Superior, cada colaborador, funcionários, famílias e comunidade do entorno, devem ter consciência de seus papeis, limites e atribuições. Sem foco tudo vira se transforma em um caos.

A quarta lição diz respeito às competências socioemocionais, pois cabe aos gestores educacionais zelarem pelo clima organizacional liderando e  articulando as negociações com os pais, estudantes e colaboradores para que a razão e a emoção encontrem o equilíbrio, sobretudo, em situações de crises nos diversos microclimas das isntituições.

Os gestores educacionais atuam como “coaches” – treinadores do time de colaboradores, auxiliando quando emergem erros individuais e coletivos, ajudando com perguntas poderosas a reflexão do grupo para que cada um sinta-se responsável e comprometido com suas atribuições aprimorem seus resultados.

A quinta lição que La Casa de Papel pode fornecer para os gestores educacionais é a lição da criatividade e do improviso, pois o cotidiano das escolas é sempre diferente, cada dia, com um novo desafio exigindo tomada de decisões rápidas, frente a riscos, pressões, contradições e “egos inflados” presentes em todos os relacionamentos humanos. Novos problemas emergiram nas instituições em um contexto de rápidas transformações.

Os gestores educacionais nessas quase duas décadas do século 21, estão aprendendo a conviver em larga escala com o bullyng, ciberbullyng, redes sociais, smarthfones, autolesão e até autoextermínio. Grupos de pais e responsáveis em aplicativos que monitoram em tempo real o cotidiano das escolas, criam fatos inesperados por ruídos na comunicação. Rapidez e assertividade nas respostas aos dilemas é uma habilidade cada vez mais valorizada.

A sexta lição fornecida pela série é a flexibilidade na mudança das estratégias e planos de ação. Por inúmeras vezes, os gestores, necessitam “sair da caixa” e inovar metodologias, valorizando as aprendizagens colaborativas e significativas, incorporando ferramentas, procedimentos e tecnologias que permitam analisar, questionar, inferir, relacionar com novos paradigmas do mercado numa sociedade líquida.

A sétima lição diz respeito à liderança empática do “professor” com sua equipe, nomeando, definindo papeis, comunicando olho no olho, estabelecendo vínculos e utilizando com praticidade o conceito de inteligências múltiplas, através de oficinas, em imersões constantes.

A liderança empática impulsiona os liderados a metacognição (pensar sobre o que aprendem) através da tríade: veja, pense e pondere. A escuta, o silencio e a análise criteriosa de perfis são traços marcantes do “professor” (personagem mentor da série).

Articular com paciência e astúcia, agindo com elegância, maestria, utilizando argumentos coerentes com persuasão carismáticas, são traços do “professor” e de um gestor educacional no século 21. Logicamente, os gestores educacionais não vão roubar bancos, mas, fazer suas escolas competirem no “oceano vermelho” e gerar novos negócios no “oceano azul”.

A gestão em tempos líquidos exige desaprender para retirar as escolas de um papel passivo e fomentar metodologias ativas, ensino híbrido, aulas “diferentes” que ativem o imaginário de uma geração conectada. Gestores educacionais de alta performance necessitam conectar com sua comunidade educativa e fazer a diferença. Vamos aprender com o “professor” e com La casa de papel?

Desaprender, ativar, definir e orientar é a nova forma dos gestores educacionais se posicionarem (Metodologia DADO), pois, viver no século 21 é conviver com um trânsito de informações que necessitam de tratamento frente às situações-problemas, o conhecimento prévio do aluno e processos que contextualizem o contexto da gestão 360º.

A série La Casa de Papel mostra claramente como conviver com o inesperado e com a inteligência digital. Vamos adelante?

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