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Guia para Gestores de Escolas

Dica – Playground

Matéria publicada na edição 105 | Fevereiro de 2015- ver na edição online

Playground: Segurança & Diversão

Por Rafael Pinheiro

Diversão, entretenimento, conhecimento. Esses três elementos, tão importantes como necessários, ganham vida assim que o período escolar se inicia. As diversas matérias ensinadas, os laboratórios visitados e as lições de casa dialogam com o momento de descontração ansiosamente aguardado pelos alunos: a brincadeira. O movimento externo, livre e descomplicado que invade a sensação coletiva das crianças é um ato saudável, que aparece em brincadeiras e gincanas criativas, integração com os colegas de classe, eleva a experimentação, aguça a curiosidade e estabelece um momento divertido em grande intensidade.

Além do bem estar e de todo aspecto positivo e gratificante que os brinquedos instalados nas escolas – externo como indoor – podem proporcionar, é preciso ressaltar a importância da segurança nos momentos de lazer.  Os playgrounds, que podem ser confeccionados em ferro, madeira ou plástico em modelos que variam de acordo com faixa etária, são facilmente encontrados em parques, clubes, condomínios e escolas. Para garantir a segurança das crianças no manuseio e entrosamento com os brinquedos, certas normas, cuidados, especificações e inspeções devem ser criteriosamente analisadas.

De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a norma NBR 16071-1:2012, define os termos utilizados para playgrounds e aplica-se aos equipamentos para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, buffets infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais.

Baseada em normas inglesas, uma das mais rígidas do mundo, a cartilha das normas indica como deve ser um playground : ângulos dos brinquedos, fixação, tipos de piso e materiais adequados como plástico, aço ou ferro galvanizado e com pintura atóxica e madeira tratada. Pelas normas, todo playground deverá ter um livro de inspeção e um especialista que deverá emitir um laudo técnico a cada ano e o fabricante dos brinquedos terá que colocar uma placa de identificação no local.

Dentre os destaques da norma regulamentada pela ABNT, a área de circulação ao redor do parquinho deve ter, no mínimo, 1,5 metros; parafusos e roscas salientes devem ter acabamentos de proteção; o playground deve ser dividido em áreas, conforme faixa etária das crianças; os cantos dos brinquedos devem ser arredondados; parquinhos de madeira devem ter acabamento liso, livre de lascas ou farpas; é necessário instalar barreiras de segurança ao redor dos brinquedos, para desencorajar as crianças a correr dentro da área do trajeto dos balanços.

Tendo as orientações da ABNT NBR 16071-1:2012 como princípio básico para estruturação dos playgrounds no espaço escolar, o índice de segurança aumenta, minimizando, consequentemente, os riscos de acidentes. Monica Bernardino Mazzo, diretora pedagógica do Colégio AB Sabin, localizado na região oeste de São Paulo, destaca a preocupação do colégio em relação às normas de segurança: “Os brinquedos são projetados de forma que a chuva possa escorrer livremente, evitando acúmulo de água. Os espaços fechados e os túneis também são projetados de modo que não acumulem água. É importante que os brinquedos observem as dimensões e o grau de dificuldade da faixa etária a que serão dirigidos. Além disso, é necessário atenção para o tipo de piso a ser colocado, de preferência pisos que absorva impacto”.

Após a instalação dos playgrounds, é necessário realizar uma vistoria diária dos equipamentos, para identificar avarias ou irregularidades. A sugestão é que anualmente haja uma vistoria técnica para verificar os requisitos de segurança. E, além da vistoria, é de extrema importância o monitoramento das crianças nos playgrounds. “É importante que observem se o brinquedo é apropriado para a faixa etária de seus filhos, se os cantos são arredondados, se o piso vai absorver adequadamente o impacto de uma queda. O acompanhamento visual sobre os movimentos da criança é fundamental”, destaca Monica Mazzo.

FIQUE ATENTO

A organização não governamental Criança Segura, com o objetivo de promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos, atuando, diagnosticando e alertando métodos de prevenção, dados sobre acidentes e notícias relevantes tanto a pais, como educadores, disponibiliza em seu site algumas dicas de precaução com crianças em parques e brinquedos, como:

• Conheça os parquinhos onde as crianças brincam. Procure equipamentos apropriados para a idade das crianças e verifique se os equipamentos estão enferrujados, quebrados ou contêm superfícies perigosas. Denuncie qualquer problema à escola ou ao órgão responsável;

• O parquinho dever ser instalado em piso que absorva impacto, como um gramado, um piso emborrachado ou areia fina. A areia exige maior manutenção, e deve ser coberta durante a noite. Jamais deve ser instalado em piso de concreto ou pedra;

• Tire o capuz e o cachecol de todas as crianças para evitar perigos de estrangulamento nos parquinhos;

• As regras de comportamento nos parquinhos, como não empurrar, não dar encontrões e nem se amontoar. Mostre quais são os equipamentos apropriados para a faixa etária dela;

• Crianças menores que brincam em equipamentos destinados a crianças mais velhas têm mais chances de sofrer algum tipo de acidente. Elas devem estar sob constante supervisão de adultos durante a brincadeira no parquinho;

  • Brinquedos altos, destinados a crianças de maior faixa etária, devem ter os degraus mais espaçados para os pequenos não conseguirem acessá-los;

• As quedas e lesões de grande ocorrência nos parquinhos representam a principal causa de hospitalização, por acidente, de crianças até 14 anos no Brasil;

Seguindo as orientações recomendadas, as indicações da ABNT, o cuidado e monitoramento das crianças no contato com os brinquedos, os riscos de acidentes diminuem, intensificando, assim, a diversão segura e proveitosa. “Acidentes podem acontecer, porém, temos o dever de minimizá-los na medida do possível”, afirma a diretora pedagógica.

PRESERVAÇÃO E SEGURANÇA

Segundo Monica Mazzo, além da regulamentação na ABNT, há a Portaria 338/2014 do Inmetro, que trata de uma análise do Impacto Regulatório para Equipamento de Playground, apresentando um laudo técnico interessante. A melhor forma de garantir a segurança total dos alunos é adotar uma rotina diária de revisão por um profissional da manutenção e, a cada 6 meses, deve ser vistoriado por especialistas nestes reparos, renovando automaticamente o ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Destacamos, então, algumas dicas para contribuir com a segurança das crianças e a durabilidade dos brinquedos, como: Manutenção deve ser preventiva, verifique sempre parafusos, encaixes, apertos e se os brinquedos estão chumbados de maneira adequada; A NBR 14350, parte 2, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece que o playground deve ter livro de inspeção e inspeções diárias, semanais e mensais; É preciso também uma inspeção certificada pelo fabricante pelo menos a cada ano; Os brinquedos devem estar separados por pelo menos 1,30m; A durabilidade dos brinquedos varia conforme o material: os de plástico devem durar, em média, três anos, já os de plástico com estrutura metálica são mais resistentes, duram entre 15 e 20 anos; Cubra as caixas de areia ou uma outra alternativa é substituir a areia, o mercado já dispõe de uma areia especial atóxica, além de ser mais fácil de limpar; Pisos de borracha são a melhor alternativa, eles diminuem o atrito com o chão em caso de queda, melhoram a aderência dos brinquedos, proporcionando mais segurança; Lembre-se: cuidando dos brinquedos, eles terão vida útil maior, o que gera economia para o colégio.

Para a implantação de um playground, além de todas as normas e especificações da ABNT, o colégio pode solicitar um Laudo Técnico que, apesar de ainda não ser lei, é uma indicação relevante para manter a segurança. O Laudo Técnico reforça a importância dos fabricantes seguirem rigorosamente todas as normas de segurança previstas na ABNT. Além disso, é imprescindível que a empresa forneça um ART – Anotação de Responsabilidade Técnica, documento emitido por um engenheiro, garantindo segurança total do brinquedo. Brincadeira e diversão devem caminhar (e brincar) juntas! (RP)

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