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Guia para Gestores de Escolas

Sejam bem vindos em nossa escola de educação infantil

A Educação Infantil, em sua concepção pedagógica, tem como proposta preparar a criança para o ingresso no 1º ano do Ensino Fundamental. Por isso, cabe à educação pré-escolar desenvolver nas crianças as habilidades necessárias para o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. Treina-se a coordenação motora, ensina-se a identificar e a copiar letras e números, além de estimular a disciplina de organização, hábitos de higiene e, principalmente, relacionamento social. Dessa forma, a Escola de Educação Infantil não é a substituta da mãe, mas sim uma ampliação da família (Winnicott, p. 214).

A proposta de uma educação para crianças de zero a cinco anos surgiu da necessidade das mães em buscar o mercado de trabalho. Dessa forma, a Pré-Escola surge como segmento educacional que teria como função específica a “ampliação para a família”. Winnicott quer, com essa ideia, colocar a escola de Educação Infantil como extensão e ampliação do lar, no que tange a uma acolhida afetiva e confortável, dando aos pequenos alunos uma sólida formação para que possam se adaptar com facilidade à fase alfabetizadora e às demais etapas de seu desenvolvimento.

É, nesse contexto, que a Escola de Educação Infantil se depara com dois desafios: educar e cuidar. Dar às crianças condições emocionais e materiais para um saudável desenvolvimento sócio-afetivo. Mas seria só esse o papel de uma Escola de Educação Infantil? Claro que não! Há, nesse ambiente, uma organização pedagógica que alicerça todo o trabalho das educadoras com as nossas crianças. O respeito, a criatividade e o exercício da autossuficiência são aspectos fundamentais. A busca da autonomia e o desenvolvimento integral das crianças são objetivos a serem perseguidos. É exatamente aqui que está o meu orgulho. Fazemos isso com competência e muita criativa. Somos uma equipe preparada para oportunizarmos a seus filhos o que existe de melhor em termos de educação infantil no mundo, sem “modismo”. Nossa rica proposta está pautada em Réggio Emilia,  proposta educacional que se desenvolveu na Itália no pós-segunda guerra que valoriza a expressão das múltiplas linguagens dos seres humanos. Estamos preparados não só no discurso pedagógico, mas na prática também.  A Profª  Regina Tognon, coordenadora da educação Infantil de nossa escola, esteve esse ano na Itália, no Centro Internacional Loris Malaguzzi se especializando nessa proposta e  se capacitando ainda mais para a gestão de seu segmento. Participou de conferências, debates e oficinas.  Vale ressaltar também a qualificação profissional da profª Vaneide Murta no trabalho desenvolvido com Atelierista-educadora italiana Mirella Ruozzi, coordenadora de escolas e creches da infância – Instituição do Município de Reggio Emilia. Eu, em janeiro de 2013 fui me especializar em técnicas de gestão pedagógicas  no Institute of Education University of London, com o objetivo de aprimorar os conhecimento na área de gestão de projetos pedagógicos e novas tecnologias educacionais. Tudo isso na busca de alinhar a experiência de 50 anos do grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), maior rede  educacional privada do Brasil, com qualidade educacional de importantes centros difusores de conhecimentos acadêmicos no mundo. Essa rica experiência permitiu às nossas educadoras uma aproximação da concretude da obra, o que certamente faz uma grande diferença para a efetivação de conhecimentos  em seu contexto geral.

Através de toda essa bagagem de experiência, estamos desenvolvendo em nosso grupo de educadoras uma unidade de ação, um compromisso com o ensinar para a vida e principalmente uma qualificação que as torna competentes para o desenvolvimento de tamanho projeto. Frequentemente elas são  chamadas à reflexão acerca dos objetivos na educação infantil. Há um entendimento comum de que o educando nessa fase de seu desenvolvimento deve sentir-se seguro para poder ampliar as relações sociais, estabelecendo vínculos com outras crianças e adultos, aprendendo a construir uma imagem positiva de si, ao mesmo tempo em que aprende a respeitar a diversidade do mundo em que vive. Mais do que isso, a criança deve ser estimulada a tornar-se autônoma e cooperativa, socializando-se com os demais coleguinhas. Deve-se também oferecer aos pequeninos a possibilidade de manifestarem-se através de múltiplas linguagens (Plástica, Matemática, Oral, Musical, Corporal etc.), e de compreender e comunicar-se com outras crianças e adultos. Alcançar esses objetivos exige experiência educativa e consistência no projeto pedagógico. Seria um  equívoco de nossa parte, a implantação de um projeto, apenas por “modismo” ou “consumismo”, por isso o centro de aplicativos de linguagens de expressão é uma realidade em nosso espaço físico.  Até completar os 06 anos de idade, a criança vive uma das mais complexas fases da evolução humana em todos os aspectos de seu desenvolvimento. É nessa fase que a criança desenvolve a sua afetividade, sociabilidade e habilidades motoras essenciais para a aquisição da escrita. Por isso mesmo, a escola tem que ser mais do que um lugar gostoso. É necessário que seja também um lugar onde haja profissionais qualificados e condições ambientais adequadas, além, é claro, de um projeto pedagógico focado nos educando infantis. Deve ser uma escola onde adultos e crianças descobrem o prazer de brincar, trabalhar e estudar juntos, comprometendo com o aprendizado, através de sentimentos que dão força e sentido ao processo educativo.

A educação infantil deve ser realizada em um espaço estimulante, educativo e afetivo e a escola deve ter certeza do que realmente quer com as crianças. Elas devem ser acolhidas com afetividade e cuidadosamente estimuladas a se comunicarem, através das diversas linguagens. A arte, o esporte, a música, a leitura e a escrita, a informática, o inglês, o conhecimento da natureza e da sociedade, a matemática e, acima de tudo, o desenvolvimento das habilidades de aprender a pensar. É isso que deve ser privilegiado em uma escola de educação infantil, tendo como elemento chave o carinho e a compreensão. Sabemos que a educação ocupa o espaço de esperança na dinâmica da sociedade e que na fase da infância essa esperança ainda é maior. Por isso, as educadoras têm que ter o compromisso com o desenvolvimento global das crianças, partindo da premissa que cada um é um ser dotado de sua própria história e experiência. Cada criança é um maravilhoso universo a ser lido e interpretado.

A educação de crianças leva-nos a ter como conduta a criança como um terceiro educador. Assim, a sala de aula tem, em “harmonia educativa”, a docente e a criança, que com a sua vivência torna-se a segunda pessoa no processo ensino-aprendizagem. Dessa forma, ela é parte integrante do processo, tendo uma particular contribuição na construção do conhecimento, cuja prática se dá principalmente no desenvolvimento de projetos complementares, em que as crianças são estimuladas a se expressarem.

Outra forma de expressão importante nas crianças e necessária ao seu desenvolvimento é a brincadeira. Enquanto ações humanas, os jogos e as brincadeiras são situações de interação com o meio cultural e social. O lúdico oportuniza às crianças a organização de valores, regras e raciocínios que são essenciais ao seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. Na educação infantil, o brincar ganha então significado mais amplo: o de contribuir para a construção da individualidade e sua expressão no meio sócio-cultural. Assim sendo, é preciso na educação infantil o espaço para o brincar, permitindo a combinação entre a ficção e a realidade. É também no brincar que a criança explora e conhece o mundo físico e afetivo. Por isso mesmo, há entendimento entre os especialistas, no sentido de que a escola de educação infantil tem que estar aparelhada e ambientada para acolher crianças que com segurança irão, nas brincadeiras e jogos, revelarem-se ao mundo.

Cientes de nosso compromisso, o que temos hoje é o nosso coração cheio de alegria por receber em nossa escola no início do segundo semestre, famílias que procuram o melhor para os seus filhos. Por isso, agradeço muito a confiança de vocês e estamos sempre à disposição.

Referências: •Consulta: www.crmariocovas.sp.gov.br/pdfideias •Elvira Cristina de Azevedo Sousa – Escola de Comunicações e Artes da USP. •Winnicott, D. W. Pensando sobre crianças. Porto Alegre. Ed. 1. Karwac Books. Londres.

joséProf. José Romero Nobre de Carvalho é Diretor Geral do SEB COC Maceió. Pai de três filhos, é educador com 30 anos de experiência, sendo 12 em gestão educacional. É Mestre em Educação, Pós Graduado em História, MBA em Administração e Marketing. Membro da Associação Brasileira de Psicopedagogia e da Associação Brasileira de Dislexia. Psicanalista em formação, tem artigos publicados em revistas especializadas em educação. É autor de material didático do Sistema COC e também de livro de literatura infantil. Para ler outros ensaios do autor, acesse  http://jromeronc.blogspot.com.br/

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