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Guia para Gestores de Escolas

Terceirização da limpeza: know-how operacional garante eficiência

Matéria publicada na edição 88 | Maio 2013 – ver na edição online
Quando as famílias estão à procura de escolas para seus filhos, o devido asseio pode contar pontos na sua decisão final, pois limpeza tem a ver com saúde e boa gestão. “A limpeza é fundamental no ambiente escolar. É um dos pontos essenciais na captação e manutenção da clientela”, acredita Paulo Rabelo Corrêa, diretor administrativo do Colégio Nova Era, localizado na zona Norte da Capital paulista. Muitas escolas têm optado por terceirizar o serviço, tendência global que apresenta uma série de vantagens.

Mas é primordial que a escola analise bem suas reais necessidades e procure fazer cotações sempre com mais de um fornecedor, verificando, além do custo, seu histórico, clientes atendidos, a saúde financeira, a infraestrutura material e os recursos humanos. Corrêa recomenda que se solicite uma avaliação prévia dos serviços que podem ser prestados pela terceirizada, a fim de observar seu nível de competência, bem como examinar detalhadamente o contrato proposto.

As escolas devem ficar atentas, pois percorrer os critérios demandam tempo e estrutura de trabalho. Certamente o gestor procura custos menores, mas ele deve desconfiar de propostas que pareçam tentadoras, mas que podem trazer dor de cabeça num futuro bem próximo. “A ânsia para fechar contratos leva alguns prestadores de serviços a praticarem preços inexequíveis ante os custos mínimos que suas atividades requerem”, adverte Osmar Viviane, consultor especializado no segmento de limpeza. Para Viviane, a prestadora de serviços deve se preocupar em obter ganhos suficientes para cobrir custos operacionais e lhe permitir investimentos em novas tecnologias e treinamento de funcionários. Sem essa perspectiva, o serviço ficará comprometido, diz Viviane.

Outro aspecto importantíssimo é averiguar se a empresa está em dia com impostos e encargos trabalhistas. “Solicitar mensalmente a apresentação de cópias dos recolhimentos dos tributos sociais e trabalhistas e dos pagamentos efetuados aos trabalhadores garante a transparência na relação entre contratante e contratada”, assevera o consutor. “Respondemos subsidiariamente por obrigações dessa natureza. Assim, deve-se exigir cópia da folha de pagamento e do comprovante de recolhimento mensal do FGTS e da contribuição para o INSS dos empregados que prestam serviços na escola”, recomenda, por sua vez, o diretor do Nova Era, que há 15 anos terceiriza o serviço.

RESPONSABILIDADES COMPARTILHADAS

Mas não é só a empresa terceirizada que tem obrigações. É interessante que a escola propicie condições mínimas de trabalho, favorecendo uma integração entre terceirizados e seus próprios funcionários e alunos. O relacionamento cordial deve estar entre as premissas da contratante, estimulando atitudes respeitosas para com os terceirizados. De outro modo, “a escola não supervisiona o serviço, apenas audita resultados, o que propicia desburocratização, aliviando a estrutura organizacional”, pondera o consultor Viviane. É um modelo de gestão que promove, segundo ele, maior agilidade decisória e administrativa, o que reverte, em última análise, em qualidade educacional.

Do lado das empresas contratadas, ocorre maior especialização e busca por excelência na prestação de serviços, em processo que alia qualidade, transparência e parceria. “Nossos colaboradores passam por treinamentos, que visam à integração e ao conhecimento técnico para o desenvolvimento do trabalho na escola”, afirma Renato Botelho Braz Alves, diretor comercial de uma empresa paulista especializada em limpeza. Além disso, todo o cronograma de trabalho fica por conta da contratada, bem como o monitoramento dos funcionários e compra de produtos e de equipamentos. A diminuição dos custos não se dá à toa, pois a terceirizada deve se preocupar com a economia de recursos, como equipamentos, produtos de limpeza e água, sem prejudicar a qualidade. “Normalmente as terceirizadas possuem em sua equipe um líder que distribui os serviços e estabelece as rotinas com mais competência do que a escola”, finaliza Corrêa.

MUTIRÃO DE ALUNOS

Com o intuito de trazer a importância da limpeza para a sala de aula, a equipe pedagógica do Colégio Sidarta, localizado em Cotia, na Grande São Paulo, resolveu adotar uma prática inusitada. Uma vez por mês os alunos realizam a limpeza na escola em esquema de mutirão. A preocupação da direção é tanta, que a limpeza virou ação pedagógica. Intitulado “Quem limpa a sua sala?”, o trabalho visa à conscientização dos alunos, que são estimulados a respeitar os funcionários da limpeza. Segundo a diretora administrativa Maria Aparecida Schleier, são pessoas que, se não houver atenção por parte da comunidade, se tornam “invisíveis”. “Colocamos uma foto do funcionário na sala de aula, assim todos podem vê- -lo, passando a respeitar seu trabalho.”

Saiba mais

MARIA APARECIDA SCHLEIER
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OSMAR VIVIAN
[email protected]

PAULO RABELO CORRÊA
[email protected]

RENATO BOTELHO BRAZ ALVES
[email protected]

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