A mudança de público-alvo na gestão escolar
O mercado educacional privado esteve sempre acostumado a focar suas atividades de marketing e abordagem comercial voltada para os pais dos alunos, mas essa direção mudou rápido com a virada do século, e hoje é mais do que certo de que quem decide onde irá estudar é o Aluno.
A chegada das novas ferramentas tecnológicas, a velocidade dos novos negócios, empregos e o dinamismo de uma economia emergente, forçaram as famílias a transferirem grande parte da educação dos filhos para as escolas, mas esta mudança não ficou apenas no quesito “quem educa”, mas também em “quem decide”.
Crianças e adolescentes hoje demonstram uma independência muito maior de que seus pais tinham em seu tempo escolar, isto é reflexo da gigante quantidade de informação, e, portanto, de conhecimento que os jovens recebem desde pequenos, chegando a assistir a mais de cinco mil horas de programas de tevê antes mesmo de entrar em sua primeira sala de aula.
Se neste breve relato da atual realidade você já se sente confuso, então existe algo errado na sua gestão, seja ela financeira, pedagógica e obviamente de marketing, que não deve estar voltada para este novo público-alvo, as chamadas gerações Z e Y, o que vale agora é aproveitar tudo isso a seu favor, escolas que o fazem têm a tão sonhada vantagem competitiva, mas para isso venho hoje trazer algumas dicas.
Um dos principais pesos no caixa da instituição é o Marketing da escola. Criar folhetos, site, banner, anúncios etc., custa caro, muito caro, mas isso é secundário em uma escola do século XXI. Seu professor, nível pedagógico, imagem na internet e funcionários administrativos – é nesta ordem que todos os elementos descritos acima entram no marketing como prioridade de retorno ou fidelização do cliente, ou melhor, do aluno.
PROFESSOR – Por que o primeiro? Um professor nada mais é do que a fonte de conhecimento, o formador de opinião, o exemplo a ser seguido, o cara que faz o aluno gostar ou não de ir para a escola estudar. Em minha vida, sempre relembro que foram meus professores que mudaram meu destino, bons professores não são aqueles que têm doutorado em sua área, mas sim, aquele que didaticamente e com muito carisma, conquista o aluno a ser alguém neste mundo, a fazer a diferença na sociedade.
Para o aspecto do marketing, o professor é fundamental, pois na Educação Infantil o aluno chora quando não quer ir para escola por não gostar da professora, ou chora quando não vai para a escola para ficar com aquela professora. No Fundamental os comentários dos corredores sobre AQUELE professor sempre são notados, e são motivos de orgulho dos alunos.
Percebem como a figura do pedagogo é importante? Como ele pode fazer a diferença?
Obviamente que não é tão simples, e assim como qualquer profissional, professor não nasce em árvore, e encontrar um bom perfil é bem complicado.
Mas qual é este perfil? É difícil saber o que os alunos iriam admirar, mas existem coisas que não dá para não ter; por exemplo, um professor que não acessa redes sociais como o Facebook, perde pontos para a interação na rede, essa tal interação ajuda e muito no vínculo com o aluno.
Quero concluir este lado da história, com um segredo importante, na dúvida, invista em seus professores, mantenha os bons, e sempre escute o que eles têm a dizer, pois são não apenas seus colaboradores, mas também um investimento de marca.
PEDAGÓGICO – Junto a isto chegamos ao pedagógico, que nada mais é do que como sua escola se mostra, interna e externamente, em seus valores de ensino, qual a percepção que sua escola passa aos clientes e futuros clientes.
Ter um sistema de ensino não basta para crescer, é preciso ter uma filosofia própria para que seus funcionários e investimentos consigam focar em um resultado neste alvo.
INTERNET – Aqui entramos em um cenário importantíssimo, algo que realmente falta nas instituições de ensino privado, estar presente ativamente no mundo em rede. O primeiro passo é a escola ter um site com conteúdo funcional, que possa trazer o mínimo de informações e imagens para quem queira acessar. Hoje o site é o principal endereço, e, portanto, fachada da empresa, um mau site pode espantar clientes.
Isso vale para as redes sócias – Facebook, Twitter, LinkedIn etc.. Estar presente onde seus alunos e concorrentes estão só trará mais valor agregado a sua marca, a sua instituição. Portanto, a dica é fazer parte da internet, e não apenas aparecer com uma foto nela.
E com o restante dos funcionários deve existir coerência entre valores e colaboradores, os funcionários administrativos, como da secretaria, portaria etc., costumam ser os que mais recebem reclamações, por isso, treinamento e qualificação são essenciais, para que eles possam tratar com estes jovens cidadãos de modo profissional.
Perceba que todo foco agora está no Aluno, que passa a ser o cliente direto, mesmo que o responsável financeiro seja o pai, o aluno é quem assume o papel decisivo em migrar ou ficar na escola.
E com isso, espero ter dado outra ótica aos seus pensamentos, e assim tornar mais fácil o planejamento de 2012.
Por Alan Castro Barbosa
Alan Castro Barbosa é especialista, coordenador de cursos e palestrante na área de gestão de marketing e de serviços para a área escolar. Publica artigos no site da Revista Direcional Escolas (www.direcionalescolas.com.br) e em www.administradores.com.br. Mais informações: http://www.castrosites.com