Dica — Ergonomia: Professores e Funcionários
Matéria publicada na edição 63 | Novembro 2010- ver na edição online
Postura e imobiliário inadequados estão associados à Ler-Dort
A mantenedora Luci Anne Côrtes, do Colégio Octagon, localizado em Moema, zona Sul de São Paulo, deu aulas de Português e Inglês por 15 anos e sentiu bem as dificuldades geradas pelo posicionamento inadequado de uma lousa. “Com 1,57 metros de altura, durante anos tive que ficar na ponta dos pés para alcançar todo o quadro”, lembra Luci Anne. Agora, como diretora de escola, quer tomar cuidados em relação à ergonomia de seus professores e funcionários e pretende contratar um treinamento junto ao Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito). “Precisamos investir em nossos colaboradores para termos um ambiente saudável e também evitar problemas futuros, que possam afetar o trabalho deles.”
Segundo a fisioterapeuta Andreia Fuchs Botsaris, chefe do setor de infraestrutura do Crefito, se as posturas inadequadas causam, de início, apenas sensações de desconforto, em médio e longo prazo acabam desencadeando lesões musculares, inflamações nos tendões e desgaste nas articulações, especialmente nos ombros, provocando afastamento do trabalho. “A ergonomia diz respeito ao relacionamento do homem com o trabalho. Não é o homem quem deve se adaptar a este, mas o trabalho oferecer condições ao ser humano”, afirma, destacando, entretanto, que é muito comum acontecer justamente o contrário.
Para Maria Luiza Biton Gutierrez, diretora do Instituto de Fisioterapia Analítica, “é muito importante que as pessoas compreendam que o corpo funciona como qualquer sistema mecânico, ou seja, tem a sua maneira correta de ser usado”. Quando as articulações estão bem posicionadas, “garantimos que a nossa ‘máquina’ tenha um melhor desempenho e seja preservada por muito mais tempo”. A postura correta ou o bom posicionamento entre músculos e articulações impede a destruição das células e previne doenças como artrose, tendinite, bursite, hérnia de disco, entre outras, aponta.
Uma forma de identificar vícios posturais é ficar atento a alguns sintomas iniciais das Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) e/ou de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), orienta Andreia Fuchs. São eles: dor de cabeça, nos ombros, pernas e costas, seguidas de cãibras; sensações de formigamento, dormência e peso nos membros; cansaço excessivo durante ou logo após a jornada de trabalho; além de fadiga e/ou perda de massa muscular. Andreia destaca que quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil a reabilitação.
O ideal, entretanto, é evitar chegar a esse ponto, tornando-se mais cuidadoso e criterioso com o ambiente de trabalho. A NR 17, norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece, por exemplo, as condições ergonômicas mínimas das mesas e cadeiras utilizadas pelos professores e funcionários. Já a lousa não pode ficar em uma altura que obrigue o professor a esticar o braço, a 180º de adução. Ademais, a representante do Crefito destaca o posicionamento correto quando o professor trabalha em pé: “é preciso distribuir o peso de forma igual entre as duas pernas, apoiando dedos e os calcanhares”. Andreia finaliza orientando que os profissionais façam exercícios constantes de alongamento e utilizem sapatos e roupas confortáveis (no caso das mulheres, evitem saltos altos). “A melhor postura é aquela que deixa a pessoa confortável e permite liberdade de movimento”, aponta a fisioterapeuta.
Saiba mais:
ANDREIA FUCHS BOTSARIS
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LUCI ANNE CÔRTES
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MARIA LUIZA BITON GUTIERREZ
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LEIA MAIS
Em www.direcionalescolas.com.br as orientações da fisioterapeuta Maria Luiza Biton Gutierrez.