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Matéi Visniec é o primeiro nome estrangeiro confirmado pela Flica

Dramaturgo romeno consagrado internacionalmente debate sobre as interações entre a linguagem literária clássica e o texto para teatro

Um dos nomes confirmados para a 4ª edição da Flica é Matéi Visniec, dramaturgo, poeta e jornalista romeno, que agora vive em Paris, na França – país o qual se refugiou politicamente após ter seus textos censurados pelo sistema comunista na Romênia por 10 anos, até que, em 1987, resolveu largar seu país de origem e não mais voltou. Ainda este ano, ele vem ao Brasil especialmente para participar da Festa, que acontece de 29 de outubro a 2 de novembro na cidade de Cachoeira, Bahia, para discutir sobre os seus textos de teatro do absurdo e a relação com a linguagem literária clássica.

O convite partiu da curadoria do evento visando a importância de sua obra: literatura e dramaturgia de ficção instigantes. Considerado pela crítica internacional como um sucessor de Eugène Ionesco – dramaturgo francês do teatro do absurdo – a popularidade internacional de Visniec se expandiu em 1992, com as peças Les Chevaux à La Fênetre (Os Cavalos na Janela) e Petit boulot pour Vieux Clown (Velho Palhaço Precisa-se), encenadas na França, Alemanha, Estados Unidos, Dinamarca, Áustria, Polônia, Finlândia, Itália, Turquia, Romênia, Moldávia, Geórgia e em algumas cidades brasileiras. Mas já em 1977, ele começou a formular seus primeiros textos geniais, depois de estudar história e filosofia na Universidade de Bucharest, onde desenvolveu afinidade por temas relacionados à política.

Dos textos traduzidos para o português e publicados em livro destaca-se A história do comunismo contada aos doentes mentais, na qual um escritor é convidado a contar a relação entre Lênin, Stálin e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) aos doentes do hospício, como forma de cura e retorno à lucidez. No hospital psiquiátrico, ele encontra diversos perfis que compartilham discursos revolucionários e aficionados pela política comunista. Entre outros, estão O útlimo Godot, Três noites com Madox e A palavra progresso na boca de minha mãe soava terrivelmente falsa, publicados no Brasil pela editora É Realizações.

O público pode esperar para a participação desse na Flica uma conversa intrigante, incluindo sua decisão de não retornar à Romênia mesmo após a queda do comunismo, em 1989, e depois de tornar-se um dos dramaturgos mais reproduzidos do país, com mais de 30 peças exibidas em Bucharest e outras cidades. Em 1996, por exemplo, o Teatro Nacional de Timisoara organizou um Festival que levava o seu nome, no qual 12 companhias diferentes de teatro apresentavam suas peças em uma programação totalmente dedicada às suas obras.

Sobre o autor:

Nascido na Romênia em 1956, Matéi Visniec vive e trabalha na França desde 1987, onde foi refugiado político. Suas peças são hoje editadas, traduzidas em várias línguas e montadas em mais de vinte países, sobretudo na França e na Romênia.

Acesse:
Festa Literária Internacional de Cachoeira – Flica

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