Dica – Enem e vestibular: Mudanças no Enem 2017
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica. “O Enem foi implementado no curso de uma orientação mais ampla, de uma política educacional brasileira para avaliar a qualidade do ensino. Acompanhando, de certa forma, o ensino médio, além de pensar em formas de avaliar a qualidade educacional do país”, diz Derick Casagrande Santiago, mestre em Educação pela Universidade de São Paulo.
A partir de 2009, o exame passou a ser utilizado também como um mecanismo de seleção para o ingresso no ensino superior. Foram implementadas mudanças que contribuíram para a democratização das oportunidades de acesso às vagas oferecidas por Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), para a mobilidade acadêmica e para induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio.
Neste ano o Enem percorre novas mudanças. Na primeira quinzena de 2017, o Ministério da Educação (MEC) anunciou pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, que o exame deixa de ser instrumento de certificação de ensino médio para maiores de 18 anos. A partir de agora, essa atribuição será do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que hoje é direcionado a estudantes do ensino fundamental em idade irregular (a partir de 16 anos). Dos 8,6 milhões de inscritos no último Enem, cerca de 1,2 milhão queriam somente a certificação do ensino médio e poucos mais de 7,7% deles conseguiram a nota mínima.
Dentre as principais modificações, as provas ocorrerão em dois domingos consecutivos (05 e 12 de novembro); a redação será aplicada no primeiro dia com provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias; vídeo prova em libras; solicitação e tempo adicional no ato da inscrição; novas regras para isenção e ausência; e aumento de 20,6% da taxa de inscrição.
Assim como ocorre anualmente, todos os inscritos reservam, em suas agendas estudantis, longos e extensos meses de estudos até a data efetiva da avaliação. “Com o passar do tempo, o exame ficou mais complexo, o que requer uma preparação cada vez mais consistente dos alunos”, ressalta Derick. Dessa forma, alguns colégios desenvolvem atividades extras com o intuito de auxiliar os alunos durante esse processo. Os Colégios Albert Sabin e Vital Brazil, por exemplo, ofereceram cursos especiais nas férias de julho para os alunos da 3ª série do Ensino Médio. Os alunos foram convidados a aprofundar seus conhecimentos nas diversas áreas, com o objetivo de aprimorar a preparação para o Enem e os vestibulares.
“É interessante ressaltar que a preparação para o Enem não começa, de fato, nos anos do ensino médio, mas nos anos anteriores de ensino. Essa preparação acompanha, também, a natureza do colégio que o aluno está matriculado, ou seja, quanto maior for o conjunto de capital cultural proposto ao aluno, melhor será seu resultado”, completa Derick. (RP)
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Derick Casagrande Santiago – [email protected]