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Guia para Gestores de Escolas

Quem está acostumado a ensinar às vezes tem dificuldade em aprender

Já escutei professor enunciar que não precisa aprender, pois já tem muita experiência em educação. O educador quando escuta as palavras “treinamento”, “capacitação”, “palestra”, “monitoramento” ou qualquer outro sinônimo, pode regredir ao condicionamento de suas experiências escolares anteriores, colocar o chapéu da pendência, cruzar os braços, encostar-se na cadeira e dizer: “pode me ensinar”.

Adultos trazem consigo uma carga de experiência muito grande. E, à medida que acumulam estas experiências, tendem a criar hábitos mentais, preconceitos e pressuposições que podem fechar a mente para novas ideias, percepções mais atualizadas e alternativas.

Para qualquer tipo de reestruturação acontecer é necessário que todos os colaboradores estejam abertos a mudanças de atitudes e quebrem seus paradigmas.

É neste momento que o entendimento das técnicas andragógicas (educação para adultos) pode auxiliar e atuar como facilitador para que etapas sejam cumpridas com a menor resistência possível, e que as novas experiências provoquem sensações positivas, como o aumento de interesse, o desenvolvimento da autoestima e o espírito de equipe.

Essa aquisição ocorre em adultos por meio de um processo mais complexo do que em crianças e adolescentes. Linderman, Knowles e Wlodowski, três dos principais pesquisadores da educação de adultos, apresentam em seus trabalhos algumas explicações para essa diferença e sugerem que a motivação dos adultos para aprender é a soma dos seguintes fatores:

Confiança – sentir-se seguro diante do novo – Monitoramento: Quando acompanhado de perto, o adulto sente-se confiante em sua capacidade de experimentar ou adquirir um novo hábito, pois não está sozinho nesta empreitada. Ao seu lado existe uma pessoa com conhecimento e liderança para acompanhá-lo, ensiná-lo e apoiá-lo ao longo de uma nova experiência.

Autoestima e satisfação: Adultos são motivados a aprender à medida que percebem que as necessidades e interesses que buscam estão e continuarão sendo atendidos.

Além do reconhecimento formal (elogios) nas reuniões de feedback e dos ganhos por méritos (premiações), a comunicação e o marketing pedagógico podem ter um papel importante na valorização da equipe, por meio das divulgações de seus trabalhos para os demais colaboradores, alunos e familiares.

Objetivos definidos: Sem saber aonde se quer chegar (objetivo), como conseguir (metas) e se o caminho está certo (análise de desempenho), não existe necessidade de se movimentar. Sem um objetivo claro, o adulto não tem motivo nem motivação para mudar de atitude ou progredir.

Visão do todo: Os adultos têm uma profunda necessidade de se autodirigir – isto é, de serem responsáveis pela sua aprendizagem e estabelecerem seus próprios percursos educacionais. Para isso, é importante que tenham uma visão holística do processo e a ciência do planejamento estratégico.

Autonomia: O adulto sente-se motivado quando participa da tomada de decisão e tem autonomia para agir em busca de seus objetivos.

Aprendizado experiencial: A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender. Assim, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências externas e do seu próprio cotidiano. Praticamente todo o conteúdo necessita ser de utilidade prática e imediata, porém, deve resultar em mudança de atitudes e aperfeiçoamento de habilidades passíveis de gerar resultados em longo prazo.

Valorização da empresa em que trabalha: Ninguém gosta de fazer parte de um time perdedor. As pessoas, de uma forma geral, motivam-se quando fazem parte de uma equipe de ponta, que alcança seus objetivos e é reconhecida por isso.

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