Ensino técnico: Formação técnica e profissional
Nos últimos anos, o Ensino Médio brasileiro ganhou centralidade nas discussões políticas, sociais e educacionais, gerando dúvidas e polêmicas no que ficou conhecido como a “Reforma do Ensino Médio”. A mudança nessa etapa do ensino, obrigatória pela Lei nº 13.415/2017, prevê uma ampliação do tempo mínimo do estudante na escola, organização curricular que contemple a BNCC e a oferta de itinerários formativos com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional.
Segundo o portal do Ministério da Educação (MEC), o Novo Ensino Médio permitirá que o jovem opte por uma formação profissional e técnica dentro da carga horária do Ensino Médio regular. Ao final dos três anos, os sistemas de ensino deverão certificá-lo no ensino médio e no curso técnico ou nos cursos profissionalizantes que ele escolheu.
Assim, o Ensino Médio busca formar o estudante para as habilidades necessárias que emergem na contemporaneidade, além de disponibilizar uma capacitação técnica e profissional para os estudantes ingressarem no mercado de trabalho. Para Nivaldo Tadeu Marcusso, coordenador de pós-graduação em engenharia e tecnologia do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, a educação profissional integrada ao Ensino Médio atende uma demanda crescente por técnicos especializados e, ao mesmo tempo, facilita a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
“Os benefícios são relevantes tanto para as empresas, com mão de obra qualificada; como para os jovens, em termos de empregabilidade. Outra possibilidade é a preparação para obtenção de certificações de mercado, como na área de tecnologia, que irá proporcionar diferenciais de empregabilidade aos jovens”, afirma Marcusso.
Os cursos que compõem a educação profissional técnica de nível médio foram definidos pelo Ministério da Educação por meio do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). De acordo com o MEC, a 3ª edição do catálogo, de 2014, apresenta 227 cursos, agrupados em 13 eixos tecnológicos. Na Escola Técnica Salesiana (ETECSAL), localizada em Campinas (SP), conta Marcusso, os cursos oferecidos são: Técnico em Edificações, Técnico em Eletrotécnica, Técnico em Informática, Técnico em Logística, Técnico em Manutenção Automotiva, Técnico em Mecânica, Técnico em Mecatrônica e Técnico em Segurança do Trabalho.
“Os alunos que escolhem os cursos técnicos tendem a valorizar as disciplinas técnicas, principalmente nos cursos onde as aulas práticas são frequentes e os projetos elaborados estão em sintonia com o mercado de trabalho”, explica o coordenador. A carga horária dos cursos técnicos varia entre 800, 1000 e 1200 horas e, dependendo da habilitação profissional técnica, a carga horária pode ser estruturada em diversos arranjos curriculares. O programa de estágio também faz parte formação dos estudantes, aproximando a escola das empresas. “Os alunos devem cumprir estágio de acordo com o curso escolhido e entregar um relatório que comprove a sua conclusão e acompanhamento por parte da empresa”, ressalta Marcusso. (RP)
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Nivaldo Tadeu Marcusso – [email protected]