A educação pós-pandemia do coronavírus
Viver é um exercício de superação, resiliência, acertos e erros. Enquanto estivermos vivos, estaremos aprendendo… esse é o grande encanto da educação.
O segmento escolar está sendo um dos mais afetados pela pandemia do coronavírus, as instituições estão tendo de se reinventar e adequar sua forma de ensinar, avaliar e se comunicar com colaboradores, famílias e estudantes.
A escola foi obrigada a sair de um ambiente, em sua maioria, exclusivamente analógico para o outro extremo, o 100% EAD (ensino a distância). Em poucos dias – ou semanas – as instituições começaram uma busca desesperada por soluções para não deixar a escola parar.
Questionamentos inerentes a este processo surgem a cada instante: Exponho meu professor ou não exponho? Como organizar as aulas? Conteúdo remoto? Como fazer o controle de presença? Videoaulas ou videoconferências? Como faço com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais)? Plataformas digitais, adaptativas, aplicativos… foi o momento de buscar todas as soluções disponíveis para minimizar os impactos da suspensão das aulas.
Há muitos anos eu defendo o uso das metodologias ativas na aprendizagem, abordagens que fomentam a autonomia do aluno e o desenvolvimento de habilidades imprescindíveis ao mundo pós-moderno. Dentre elas o ensino híbrido, e é exatamente neste ponto que ficará a escola quando toda essa crise passar.
A escola nunca mais será a mesma, o professor saiu do casulo, os alunos mostraram que dominam a tecnologia muito bem, obrigado. Os pais gostaram da comunicação mais rápida e eficiente.
A educação não voltará a ser analógica, nem totalmente digital, mas híbrida. As ferramentas que foram implementadas vão continuar contribuindo para o processo de aquisição de conhecimentos, o que foi conquistado com tanta dificuldade não será desprezado quando os alunos voltarem às salas de aula físicas.
O protagonismo, a participação e a produção dos estudantes que aprendem com metodologias ativas ultrapassa o espaço escolar e se reflete fora dele, pois trata-se de uma nova postura assumida por eles, compondo uma atitude proativa frente à vida, proporcionando flexibilidade, adaptabilidade e pensamento complexo, o que favorece a criatividade na busca por soluções aos mais variados problemas.
Sempre podemos aprender com as experiências, mesmo com as mais traumáticas e difíceis. A escola percebeu o quanto estava despreparada, e rapidamente se organizou e mergulhou no mundo digital. Por amor e compromisso aos alunos, os professores deixaram a vergonha de lado e deram um show na frente das câmeras. Muitas escolas se renderam, esqueceram a concorrência, o ego, seus diferenciais e se uniram, compartilharam práticas, ideias e angústias – é o momento de todos darem as mãos. O país percebeu que muitos pais não valorizam a educação, outros, hoje, valorizam muito mais do que antes, pois tiveram de ser professores de seus filhos e descobriram a importância do mestre.
Esse movimento dialético entre ação-reflexão-ação deve continuar compreendendo o que veio para agregar e de qual forma, quais transformações a escola pode assumir e dar continuidade e o que precisa ser mudado em busca da formação humana integral.
É preciso encontrar o ponto de equilíbrio para continuar caminhando. É impossível olhar para trás e fingir que nada aconteceu, que processos não devem ser revistos e que a escola finalmente vai voltar de onde parou.
Aproveite os desafios enfrentados, as lições aprendidas e, assim que a poeira assentar, é chegada a hora de colocar cada coisa em seu lugar e evoluir. Não desperdice as noites em claro pensando nas soluções que encontrou, é possível começar a escrever um novo capítulo na história da educação.
Amadureça, cresça, transcenda, encontre seu novo eixo… Afinal, o desconhecido agora já é de casa, e pode ficar! Vamos juntos?!