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Guia para Gestores de Escolas

Família e competências socioemocionais entraram em pauta no GEduc 2022

Terceiro dia de congresso se aprofundou na temática das emoções com a finalidade de compreendê-las nos contextos escolar e familiar

A vigésima edição do GEduc – Congresso Brasileiro de Gestão Educacional chegou ao fim na última sexta-feira, 1º de abril, com um evento à altura: o I Fórum de habilidades socioemocionais. O painel teve início às 13h30 com uma série de debates sobre equidade de gênero, habilidades socioemocionais na BNCC e formação de educadores. Às 16h30, para coroar esse momento, houve um debate entre três palestrantes: Celso Lopes de Souza, médico psiquiatra e fundador do Programa Semente de educação socioemocional; Lino de Macedo, professor emérito pelo Instituto de Psicologia da USP; e a Doutora Roberta Payá, psicoterapeuta familiar.

A roda de conversa a respeito do papel da família no processo de desenvolvimento de habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes não poderia ter sido mais atual. “Os sentimentos ruins, como medo, ciúmes e inveja, são universais. Outros são contextuais, como um receio referente a uma realidade específica. Na escola, há crianças mais temerosas que as outras. Gosto muito da abordagem socioemocional: esse método propõe uma gestão sofisticada e, ao mesmo tempo, difícil. Aprendemos muito porque essa linha tem a ver com bem-estar e com a cultura à qual se insere”, iniciou o professor Lino.

Em seguida, o médico e psiquiatra Celso Lopes de Souza deu sequência, alertando sobre o quanto precisamos estar atentos ao futuro. “Não sabemos como será o mercado de trabalho daqui a 10 anos. A pandemia apenas apertou o botão de Fast-Forward nesse processo que vivenciamos de aceleração digital”, destacou. O profissional à frente do Projeto Semente apresentou seu trabalho por meio de uma “tabela periódica” com emoções. “Aqui falo de uma alfabetização socioemocional. Precisamos modular nossos sentimentos. A raiva é um censor de uma possível injustiça. O que houve com Will Smith no Oscar foi um bom exemplo: ele não soube gerir bem o que sentiu”.

Apresentado oficialmente em 2016, o Programa Semente observou a defasagem no desenvolvimento de habilidades socioemocionais nas escolas brasileiras e assumiu o compromisso de estimular o pensamento crítico e a criatividade, promover o autoconhecimento, a empatia e ensinar crianças e adolescentes a lidarem com as próprias emoções. Sua equipe é formada por professores, pedagogos, psicólogos, psicopedagogos, arte-educadores e psiquiatras que são especialistas no impacto da educação socioemocional e entendem a necessidade de formar não só alunos, como também educadores nas bases socioemocionais.

Em seguida, a Dra. Roberta Payá comentou sobre o triângulo de realidades interligadas que é formado por indivíduo, família e meio. “São componentes vivos. A família é um sistema aberto, composto por seus membros, fatores externos, cultura e momentos de vida”, ressaltou. O debate seguiu até cerca de 17h30, quando encerrou a programação oficial do GEduc.   O GEduc promoveu três dias intensos de atividades presenciais, depois de dois anos com atividades na modalidade on-line. O principal congresso de gestão educacional do país acontece há 20 anos, reunindo os principais players da área para dias de imersão que envolvem palestras e debates de alto nível. O evento é promovido pela HUMUS, empresa que realiza capacitações para gestores de universidades e escolas, além de possuir soluções em consultoria e seleção de profissionais – serviços também exclusivos para o segmento educacional.

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