Dica — Escolas recorrem à consultoria pedagógica para melhorar processos de ensino e aprendizagem
Matéria publicada na edição 89 | Junho e Julho 2013
Em sintonia com as novas demandas de ensino e aprendizagem, baseadas na multiplicidade de linguagens, escolas públicas e privadas vêm recorrendo a consultores pedagógicos externos para remodelar a gestão na área. É através da parceria com esses profissionais que muitas instituições acabam tornando-se referência de ensino.
O profissional de consultoria se empenha em levantar diagnósticos, oferecer pareceres técnicos e sugerir soluções. Alguns atuam somente in loco, ou seja, diretamente na escola, mas agora, com os avanços tecnológicos, há a possibilidade de se realizar uma parte desse trabalho à distância, observa o consultor educacional e professor universitário Carlos Luiz Gonçalves. “O uso de ferramentas digitais, como e-mail, vídeo ou áudio- -conferência agiliza a parceria com os consultores”, completa.
Entretanto, vale ressaltar que há uma diferença entre consultoria e assessoria pedagógica. “O consultor é quem levanta o diagnóstico. Ele não é responsável pela realização das ações desse processo. Quem executa as solicitações e propostas estipuladas é o assessor”, explica Marlene Schneider, coordenadora do Departamento Pedagógico do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp).
ONDE E COMO ATUAM
Segundo Gonçalves, o consultor realiza o diagnóstico da instituição e propõe soluções “livre dos condicionamentos e das relações cotidianas existentes na escola”. Entre as atividades mais requisitadas, encontram- -se a revisão da “estrutura curricular e extracurricular, do regimento escolar, formação de gestores e formação didática para professores”. Mas ele identifica também grande demanda no apoio à inovação da gestão administrativa e econômico-financeira das instituições, incluindo os setores de contabilidade, recursos humanos, marketing e jurídico.
A Escola Viva, localizada na zona Sul de São Paulo e notabilizada por suas propostas de ensino diferenciadas, conta, por exemplo, sempre com uma “equipe sólida de consultores educacionais e pesquisadores”, destaca a vice-diretora da instituição, Silvia Viégas. A ideia é trazer um olhar especializado e externo, que auxilie a equipe técnica local a aperfeiçoar seu trabalho. “Fazemos assim desde o início, por considerarmos relevante e produtivo para a consistência e o dinamismo do processo de ensino e aprendizagem”, afirma a vice- -diretora. Na Escola Viva, o apoio externo atua na capacitação de gestores e docentes em áreas específicas, no suporte às atividades em sala de aula, na elaboração de simulados, entre outros materiais didáticos, bem como em atividades culturais (como dança e teatro) e estudos do meio.
POR UM TRABALHO EFETIVO
Independente da área em que o consultor pedagógico irá atuar, a escola deve adotar alguns cuidados na hora de contratar o profissional, avaliando seu currículo, procurando “conhecer as propostas de trabalho que oferece” e pesquisando seu desempenho em outras instituições, aconselha Carlos Luiz Gonçalves. Para o especialista, um bom início de parceria acontece quando o consultor ajuda os gestores a diagnosticar as necessidades da escola e a estabelecer prioridades com competência e efetividade.
Gonçalves sugere às escolas monitorar continuamente as atividades da consultoria, a fim de promover ajustes e solucionar problemas tão logo constatados. Na opinião do consultor, este acompanhamento representa o instrumento mais importante para garantir a eficiência do trabalho. Sobretudo, destaca Gonçalves, “a parceria precisa estar fundamentada em confiança mútua e em respeito pelas contribuições trocadas ao longo do processo”.
Outra possibilidade oferecida às mantenedoras do Estado que necessitam de orientação para melhorar seu sistema educacional está nos cursos e palestras mensais realizadas pelo Sieeesp, em geral com o suporte de consultores externos.
Saiba mais
Carlos Luiz Gonçalves
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Marlene Schneider
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Silvia Viégas
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