A escola invertida: comece pela metodologia de ensino
Tenho visto uma grande preocupação dos gestores no que diz respeito a motivação e participação dos estudantes nas aulas, sejam elas remotas ou presencias.
Também é comum notar o quanto os professores estão cansados com os desafios diários e estão adoecendo.
O problema é que estamos focando demais nos recursos e pouco nas metodologias. As ferramentas são necessárias, é claro! Especialmente no ensino remoto e com o rodízio.
Mas a tentativa de reproduzir a aula presencial no online, com a mesma linguagem, com o formato de aprendizagem passiva, sem o engajamento do aluno, não vai produzir mudanças.
A questão está na metodologia, e não nos recursos!
O online é um espaço de aprendizagem que precisa ser utilizado de forma estratégica, utilizando vídeos e conteúdos para enriquecer a experiência do aluno. Ferramentas que permitam a personalização da aprendizagem são fantásticas, afinal, já sabemos que cada estudante aprende no seu ritmo, e através de diferentes meios.
Enquanto não modificarmos a forma de fazer, teremos os mesmos resultados em relação ao engajamento e eficiência na assimilação dos conteúdos.
De uma forma muito simples: se na sua escola, a aula ainda acontece no formato explicação – exercícios – lição de casa, você provavelmente está sentindo essas dores.
Desta maneira, o foco é o professor, que planeja e executa o planejamento, com pouca interação e participação dos estudantes. É preciso trazer o aluno para perto, ouvi-lo e abrir espaço para o diálogo. Como ele enxerga a aula e quais são as suas expectativas? Você já parou para se perguntar? Será que você sabe quais seriam as respostas?
Provavelmente se surpreenderia.
É natural tentar resistir e se manter com as mesmas práticas. Alguns gestores dizem que esse não é o momento para pensar em mudanças… então quando será?
Estamos vivendo uma transição, teremos a sociedade pré e pós covid-19, assim como outros eventos da história impactaram na vida das pessoas quando ocorreram.
E sentiremos os reflexos do fechamento das escolas durante muitos anos. Vários estudos afirmam que a educação irá regredir décadas, o trabalho vai mudar, não voltaremos ao “normal”.
Nunca foi tão urgente estimular a criança a pensar, analisar, refutar, criar e solucionar. Isso só acontecerá se a metodologia da escola for ativa, se permitir a participação, promover espaços de diálogos e tirar o estudante da zona de conforto.
Você realmente acredita que isso é possível pensando em um aluno que só lê, interpreta e responde questões prontas, estejam elas no livro, na apostila ou no app? Que assistem passivamente as aulas expositivas para absorver o conteúdo e, em seguida, reproduzem nas tarefas?
Os recursos, as ferramentas tecnológicas, os livros, são os meios para chegar ao conhecimento, mas não se findam neles mesmos.
Inverta a lógica, comece pelas atividades, pelo levantamento de hipóteses, pela elaboração de perguntas, suscite o interesse no aluno, faça-o querer aprender, se mobilizar para encontrar as respostas… ele vai chegar no texto e na explicação!
Que tal começar a tentar e reconstruir a sua história? Vamos juntos?!