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Guia para Gestores de Escolas

A falta de interesse pela Educação

Em um consenso social, reconhecemos o processo educacional como um desenvolvimento inerente (e necessário) a todos os indivíduos. Neste processo, trajetórias, histórias, descobertas, experiências, convivências, habilidades e sociabilidades entrecruzam aspectos que compõem – e auxiliam a constituir – os fatores físicos, cognitivos e subjetivos.

Diariamente, diante de um cronograma extenso, milhares de professoras e professores adentram arquiteturas escolares de diversos segmentos – infantil, fundamental, médio, técnico e superior. Nas instituições escolares, estas/es profissionais possuem uma das tarefas mais relevantes do circuito social: a formação plural de cada aluna e aluno. E, diante deste fato, é inegável a admiração de todas/os que lecionam.

Se buscarmos, de maneira sucinta, o desejo pela escolha da profissão de Professor/a, é possível encontrar um discurso comum: o interesse pela carreira de lecionar desde pequenas/os. E, de certa forma, um interesse e fascínio por esta profissão desde criança. Mas, na atualidade, há um movimento contrário em evidência: a falta de interesse de crianças e jovens em lecionar.

No final do primeiro semestre deste ano, a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico divulgou um relatório, intitulado “Políticas Eficazes para Professores” (que pode ser acessado na íntegra através do link oecd.org/education) revelando, entre outras informações, que apenas 2,4% dos jovens com 15 anos de idade tem interesse em ser professor/a.

Baseado nas respostas de estudantes de 15 anos no questionário do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) – com 70 países participantes desse programa – o estudo demonstrou que o profissional que segue essa carreira na área da educação básica, apesar de ter uma importância reconhecida pela sua capacidade de passar conhecimento, ainda é desvalorizado. As condições de trabalho, o salário e os problemas da rede pública fazem com que os jovens não se sintam estimulados a seguir a profissão.

Essa falta de estímulo também acontece no ambiente familiar – os familiares dos estudantes incentivam os filhos a buscarem carreiras que entreguem um maior reconhecimento não só profissional, mas, principalmente, financeiro. No âmbito escolar, algumas atividades podem ser realizadas para instigar o interesse pela carreira de professor/a, como a monitoria estudantil, por exemplo.

“Os alunos que se tornam monitores desenvolvem empatia e generosidade ao ensinar outro colega de sala; responsabilidade e disciplina ao cumprir com atividades e horários; além de exercer a comunicação, pois a arte de se comunicar bem é essencial para qualquer profissão atualmente”, diz Cláudio Falcão, diretor de um sistema de ensino.

Compreendemos que este assunto é complexo, com olhares múltiplos, além de uma demanda política, social e estrutural. Compreendemos, também, que existem adversidades na realidade do/a professor/a em sala de aula e, de certa forma, um conjunto de fatores provocam essa falta de estímulo pela profissão – tarefa esta que deveria estar no eixo central de reflexão/apoio/estímulo do país.

 

Rafael Pinheiro
Jornalista Responsável

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