A primeira impressão é a que fica
Ao conhecer uma pessoa você estabelece um pré-julgamento nos primeiros segundos de contato, baseado nas suas percepções sensoriais, gerando assim uma emoção que poderá ser positiva ou negativa.
A impressão positiva será essencial para que aconteça o vínculo afetivo e, consequentemente, permitir que a pessoa saia do estado de stress inicial e assimile as informações recebidas. Para isso devemos estar atentos aos seguintes passos:
Movimento Corporal
O corpo diz muito sobre você e os outros. Gestos, postura e posição são sinais da tentativa do seu corpo trazer à tona os sentimentos.
Segundo os padrões ocidentais, quando uma pessoa gosta de outra a tendência é de que se incline ou se movimente em direção a ela.
É importante notar que as pessoas confiantes e que, por consequência, geram mais credibilidade, ocupam espaços maiores, estendendo os braços e as pernas. De maneira contrária, pessoas inseguras tendem a flexionar braços e pernas contra o próprio corpo retraindo-se numa posição semelhante à fetal.
Sorriso
O sorriso é um dos sinais de comunicação com um sentido universal: ele expressa alegria, felicidade, afeição e gentileza. O sorrir é um automatismo dos músculos da face que ocorre em resposta a determinados estados mentais, mas ele pode e é usado para transmitir informação. Em suas variadas formas, o sorriso aparece em todas as culturas humanas, em todas as épocas.
O sorriso parece ser determinado geneticamente e não culturalmente. Especula-se que suas origens evolucionárias possam estar nos animais inferiores.
Algumas teorias foram propostas para explicar a origem do riso. John. J. Ohala, professor de Linguística da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sustenta que nosso sorriso descende diretamente do reino animal. Para ele, os animais usam o sorriso não por sua aparência, mas pelo seu som. Com o sorriso, o animal pode modificar o som do seu grito. Ou seja, ao puxar para trás os cantos da boca e exibir os dentes, alguns animais são capazes de emitir um ganido ou um uivo de diapasão mais alto do que o som que normalmente produzem.
Essa manobra pretende fazer um animal maior perceber que ele não é um inimigo em potencial, transmitindo a mensagem: “sou pequeno e indefeso e não represento nenhuma ameaça a você, deixe-me em paz”. Assim, de acordo com esta teoria, o grito que acompanha o sorriso indica apaziguamento, submissão e não hostilidade.
Em algumas espécies, como acontece com a nossa, tal sinal evoluiu até ganhar uma expressão apenas visual.
Tom de voz
O som da voz diz muito sobre seu estado de espírito e, mais importante, como a pessoa se sente com relação as outras. Como é conectada à área do cérebro que está relacionada a emoção, é difícil esconder mudanças vocais quando certas emoções ocorrem.
Diferentemente do volume, o ser humano tem pouco controle sobre seu tom de voz. O tom é considerado curto quando tem pouca oscilação, passando a impressão de falta de vontade, monotonia e tristeza.
Existe uma teoria de que a mentira no sentido amplo da palavra (ausência de verdade, falta de vontade em falar ou passar uma informação sem acreditar) nasceu, se comparada à existência humana, há pouco tempo. Então, a pessoa para mentir tem ainda que se concentrar, reduzindo a oscilação em sua voz e deixando-a mais uniforme. Uma pessoa com tom de voz baixo pode passar a sensação de estar mentindo, mesmo que seja de uma forma subliminar.
Por outro lado, quando estamos falando com vontade e empolgação o tom de voz se alonga, criando oscilações, os finais das frases são arrastados e a voz fica mais nasalada, passando a sensação de que se está falando com o “coração”.
Personalização
O primeiro contato com uma pessoa, com o objetivo de gerar vínculo afetivo, deverá ser feito por meio de um cumprimento precedido da personalização. Ex.: Bom dia, meu nome é Marcelo, qual é o seu?
Além de o próprio nome ser a palavra mais escutada durante toda a vida de uma pessoa, a personalização, segundo a etologia, tem uma força muito grande na formação do vínculo afetivo inicial.
Por não estar no topo da cadeia alimentar os homens antigos começaram a se organizar em grupos como sistema de proteção, melhorando suas defesas contra predadores e gerando, por consequência, uma maior sensação de segurança (“a união faz a força”).
A ideia de viver em núcleos societários, na época dos clãs, e hoje nos círculos de amizade e familiar, permanece enraizada em nosso DNA. Quando chamamos uma pessoa pelo nome resgatamos em sua memória hereditária a sensação de segurança e a convidamos para fazer parte de nosso clã