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Guia para Gestores de Escolas

A relação profunda entre aprendizagem e motivação

Por Eduardo Shinyashiki

A relação entre a neurociência e a educação nunca foi tão evidente quanto nos estudos recentes, que confirmam a importância dos circuitos cerebrais interconectados e seu papel na aprendizagem. Esses estudos revelam que a motivação, os processos decisórios e os estados emocionais estão profundamente entrelaçados com o processo de aprendizagem, sugerindo que a educação deve abordar esses aspectos de forma integrada para garantir uma assimilação completa e eficaz do conhecimento.

Nesse cenário, a escola se torna mais do que um espaço de aprendizado; é o palco onde os jovens enfrentam seus medos, desafios e descobrem suas paixões, confrontando-se com suas próprias motivações e capacidades. Muitas vezes lutam contra vozes interiores que dizem “não posso”, “não sou capaz” ou “não sou bom o suficiente”, reflexos de uma luta interna enfrentada diariamente por muitos estudantes. Essa batalha interna não apenas afeta seu desempenho acadêmico, mas também molda sua autoestima e visão de futuro.

Ser visto, sentir-se valorizado e acreditar na própria capacidade de superar obstáculos são ingredientes essenciais para manter a chama da motivação acesa. Quando os estudantes percebem que possuem o apoio dos adultos e as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios, eles tendem a encarar o processo educacional com confiança e otimismo. Por outro lado, a sensação de inadequação ou desvalorização pode levar à desmotivação ou, nos casos mais extremos, ao abandono escolar.

Por isso, é vital que as escolas promovam o encorajamento e o envolvimento dos alunos e sustentem sua motivação para aprender e florescer. A motivação, esse impulso que nos leva em direção aos nossos sonhos, é crucial para o desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o crescimento das próprias habilidades e a superação de desafios. A motivação é a chave que conduz o aluno ao sucesso, é a força para aguentar o esforço exigido nos estudos e canalizar a atenção em direção ao objetivo. Quando ela está presente, o esforço é bem tolerado, pois é acompanhado de valor, sentido, significado e propósito.

A incapacidade de despertar o interesse dos alunos pode abrir caminho para a desmotivação, a frustração e o estresse, especialmente quando as expectativas parecem inatingíveis. A motivação é complexa e multifacetada, influenciada por fatores como personalidade, emoções e contexto socioeconômico. Portanto, é essencial que a escola atue não apenas como um espaço de transmissão de conhecimento, mas também como um ambiente que cultive a confiança nas capacidades individuais e promova o desenvolvimento contínuo.

Os educadores podem, por exemplo, ouvir, acolher e validar as emoções dos alunos, evitar julgar e rotular, favorecer a autonomia, apoiar e permitir experimentações, mostrar confiança em suas capacidades, valorizar a dedicação, o esforço e a perseverança, além de reconhecer e elogiar seus pequenos e grandes sucessos, sendo modelos de entusiasmo e motivação.

A promoção de uma mentalidade de crescimento, onde os alunos são encorajados a ver suas habilidades como qualidades em desenvolvimento, é crucial. Muitos jovens sentem-se paralisados e impotentes diante dos obstáculos, o que afeta diretamente sua motivação e sentimento de eficácia. Como afirmou Albert Bandura, “a confiança em si mesmo não garante o sucesso, mas a falta de confiança certamente origina o fracasso”. Quando os alunos veem nos olhos dos professores reconhecimento, estima, confiança, interesse e incentivo, vivenciam essas emoções, percebem-nas como possíveis e reais, fortalecendo, assim, sua própria motivação para aprender, evoluir e construir o próprio futuro de sucesso.

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