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Guia para Gestores de Escolas

A relevância do ensino de inglês na atualidade

Historicamente, quando questionados sobre qual o propósito de se inserir o aprendizado do inglês no currículo escolar, as principais razões que movem os gestores estão relacionadas ao mercado de trabalho e as melhores chances de sucesso. É claro que isso continua atual. Tanto que de tempos em tempos aparecem novas pesquisas e informações que reafirmam a premissa.

Por exemplo, Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge responsável por avaliações de proficiência da língua inglesa e formação de professores, conduziu com a QS Intelligence Unit, que atua com coleta de dados do mercado empregador e de educação, uma pesquisa com o objetivo de mapear o inglês e o mercado de trabalho em nações não nativas no idioma. A conclusão geral é de que um em cada cinco gestores da liderança dos negócios globais ainda não possui os conhecimentos necessários para atender a expectativa das empresas.

Outro dado interessante é que, apesar de mais de 95% dos empregadores consultados terem declarado que seu domínio é importante pois representa a língua dos negócios, apenas uma em cada vinte empresas, o que corresponde a 4% da amostra, planeja investir na melhoria das habilidades de inglês das suas equipes. Por outro lado, metade delas oferecem um melhor pacote de benefícios e uma progressão mais rápida para aqueles que possuem bons conhecimentos no idioma. E, de forma complementar, um profissional bilíngue recebe até 61% a mais do que um monoglota, de acordo com a 53ª edição da Pesquisa Salarial da Catho, divulgada em 2017.

A empregabilidade é um valor bastante reconhecido no mercado. Quanto mais ex-alunos em posição de destaque uma instituição possui, mais os decisores  da matrícula de novos estudantes percebem a qualidade do ensino, o que aumenta o desejo pela escola.

Mas, será que é só isso que vem fazendo a procura por uma educação que promova o bilinguismo (português- inglês) crescer a cada ano? Dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi) mostram que entre 3% e 4% das escolas privadas já entraram nesse formato, o que representa um universo de aproximadamente 270 mil estudantes. Aliado a isso, considerando os últimos cinco anos, o mercado de escola particulares formais cresceu 2% ao ano, em média, no Brasil. Já a fatia das bilíngues se expandiu a índices entre 6% e 10%.

O estudo no exterior é uma outra razão que impulsiona a decisão por adotar uma visão mais estratégica para a disciplina. Dados recentes do ICEF Monitor, que atua com educação internacional e com a indústria das viagens educacionais, mostram que nós estamos entre os cinco países que mais enviam alunos para os programas intensivos de inglês nos Estados Unidos, por exemplo. Ou seja, estamos aqui diante de uma oportunidade latente de resolver essa demanda da necessidade de dominar a língua inglesa sem precisar deixar o País. E ainda além: com isso, os alunos são melhor preparados para tentar admissões nas universidades estrangeiras, ao invés de utilizar o investimento para aprofundar o idioma.

Com programas bilíngues bem estruturados, o aluno já pode sair do colégio equipado para processos seletivos no exterior, que geralmente pedem a comprovação da proficiência por meio de certificados internacionais. E isso não é apenas burocracia.

Recentemente, a professora associada de segunda língua da Universidade de York, na Inglaterra, Danijela Trenkic, conduziu um estudo local que tinha a missão de comparar alunos nativos e os internacionais para checar o papel que a linguagem desempenha no potencial acadêmico de cada um. De maneira geral, ela concluiu que existe uma dificuldade para quem tem o inglês como segunda língua. Ou seja, quem veio de fora apresentava um vocabulário médio no idioma com pouco menos da metade do que o dos estudantes naturalizados. Além disso, eles leram e processaram informações com metade da velocidade, entenderam significativamente menos o que leram e foram menos capazes de resumir por escrito o que leram. Para colocar isso em contexto, suas dificuldades com a leitura e escrita foram muito maiores do que as relatadas nos mesmos testes por estudantes locais que sofrem de dislexia, por exemplo.

Entretanto, não é só isso. Isoladamente esses dois motivos respondiam o propósito do ensino do inglês antes de entrarmos na era da informação que a Internet e o acirramento da globalização nos conduziram. Hoje, eles se intensificaram, mas se juntam também com a necessidade de transformação da esfera da educação e do comportamento. E esse é o propósito atual que os agentes do mercado educacional precisam considerar para o desenvolvimento dos seus currículos e dos seus programas.

Comprovadamente por pesquisas internacionais, como a da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, indivíduos bilíngues são mais capazes de se imaginar no lugar dos outros em função da maior habilidade adquirida para combinar conhecimentos de forma interdisciplinar e também do pensamento mais lógico e crítico para fazer perguntas, analisar dados, explicar fenômenos e para conseguir adotar uma posição sobre o espaço global que os cercam.

Falamos então de relações e de sentimentos que conectam, como a empatia. Então, a relevância do ensino de inglês na atualidade está no nosso dever de entregar ao mundo cidadãos globais, que consigam colocar em prática o engajamento e a conexão com indivíduos em diferentes contextos e que possam encontrar soluções efetivas e inovadoras para os problemas que constantemente assolam as sociedades contemporâneas, independente da sua nacionalidade. O idioma inglês é justamente o que permite que cada um dos nossos alunos de hoje escolha seus projetos de vida e de carreira conectados com sua participação na comunidade global.

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