Alimentação saudável: Qual o papel da escola?

A instituição de ensino agrega, em suas variadas características, um polo privilegiado que acompanha – e ajuda a criar diariamente – o desenvolvimento de cada aluno e aluna. No cotidiano estudantil, é observado não só a evolução da aprendizagem como também o crescimento físico de cada estudante. Nesse sentido, a atenção com a saúde, o bem-estar e o estímulo de hábitos de alimentação saudáveis são elementos fundamentais e que refletem diretamente na vida pessoal de cada estudante.

Nos últimos anos, o tema da alimentação no contexto brasileiro tem sido o foco de diversos estudos, que apontaram dados alarmantes como o número elevado de crianças e adolescentes acima do peso ou obesos; deficiência de vitaminas e nutrientes essenciais em crianças em decorrência de práticas alimentares de baixa qualidade; problemas de crescimento, entre outros. Renata Celente Nogueira, diretora de operações de uma empresa de alimentação, comenta que os hábitos alimentares disponibilizados no ambiente familiar é um dos principais desafios para estabelecer uma rotina saudável.

“Muitas vezes, infelizmente, na correria da vida cotidiana, os alimentos naturais são substituídos por alimentos industrializados ou fast food, que são práticos e rápidos, interferindo diretamente na base de formação dos hábitos alimentares para a vida adulta. Outro ponto de grande importância, é a resistência da criança em querer experimentar o novo”, diz Nogueira.

A solução eficaz para reverter esse quadro e construir uma relação positiva com os alimentos é desenvolver hábitos saudáveis ainda na infância, em uma ação conjunta que envolva os pais e/ou responsáveis e a escola. Especificamente sobre a instituição de ensino, a diretora destaca que, conforme as diretrizes da alimentação escolar, pautada na Lei 11.947, de 16 de junho de 2009, “cabe à escola a oferta de uma alimentação saudável e adequada, orientação nutricional, conscientização e formação de hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento dos alunos e melhoria do rendimento escolar”.

Na prática, para a criação de um cardápio saudável e diversificado na cantina escolar, é fundamental a presença de um profissional nutricionista para planejar cardápios que assegurem alimentos adequados e de qualidade, equilibrado e direcionado para cada faixa etária e respeitando, inclusive, a cultura regional à qual a escola está inserida.

“Este profissional também assegurará a implantação e o cumprimento dos processos que tangem as legislações sanitárias em vigor para confecção e distribuição dos alimentos naquele ambiente escolar, além de proporcionar orientação nutricional, contribuindo para o fortalecimento e desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis”, afirma Nogueira.

Mais do que elaborar um cardápio saudável e variado, complementa a profissional, “é primordial trabalhar ações nutricionais que promovam e estimulem as crianças a experimentares alimentos frescos, comida de verdade, agregando valor para a vida e saúde desta criança”. (RP)

 

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Renata Celente Nogueira – [email protected]