Associação cria ações para incentivar jovens a frequentarem escolas
Educação e Cidadania
Profissionais explicam o que fazem para despertar mais interesse nos jovens e porque é tão importante criar esse incentivo pelos estudos
Estimular os alunos a terem prazer pelos estudos é a melhor forma de desenvolver e revolucionar a capacidade de atrair os jovens. Mas, infelizmente, o cenário de educação e presença dos alunos nas escolas por vontade própria não tem sido das mais plausíveis. Uma das soluções mais eficientes é apostar nas atividades extracurriculares, elas são responsáveis por despertar maior interesse nos alunos, por meio delas eles podem optar por ações que, realmente, se identificam e lidam melhor com as situações que acontecem em seus cotidianos.
Na Associação Cedro do Líbano de Proteção a Infância, para a faixa etária de 15 a 18 anos, são oferecidos cursos de formação profissional de Design Gráfico, Informática, Rotinas Administrativas e Gastronomia com ênfase em Panificação e Confeitaria. “Além disso, atividades realizadas fora do horário comum de aula, mantém os jovens ocupados e em segurança nos colégio, sem que corram riscos ou influências nas ruas”, diz Vera Jereissati Haddad, presidente da Associação Cedro do Líbano de Proteção a Infância.
“A associação trabalha com projeto de vida onde há um processo de autoconhecimento (o que eu sou, onde estou, para onde quero ir e como farei). A partir daí, são aplicadas dinâmicas e workshops que desenvolvam competências e habilidades como trabalhar em equipe, ser proativo, flexibilidade, cooperação, entre outros”, explica Christiane Zarif Zarzur, também vice presidente da Associação.
ESTRATÉGIAS E SOLUÇÕES
Além das atividades citadas acima, o Cedro também realizadiversos trabalhos de assistência, com direito a alimentação, recreação e atendimento pedagógico e social sem custo algum para as famílias. Durante o período de atividades diárias, o Cedro do Líbano serve mais de dez mil refeições por dia e recebe gratuitamente diariamente cerca de 2500 crianças e adolescentes em seus Centros Educacionais. Para que esse atendimento seja sempre impecável, 310 funcionários altamente qualificados atendem as crianças e adolescentes de 0 a 18 anos.
O curso de Design Gráfico por exemplo, tem uma agência (em processo de implantação) para que após o curso, os alunos possam prestar serviços para pequenos comerciantes da comunidade no qual estão inseridos. A ideia principal é mostrar para os jovens que seu futuro não deve ser determinado pela sua condição social e financeira e que eles podem muito mais.
É importante ressaltar que o Cedro do Líbano mantém parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo e com o Governo do Estado de São Paulo e “vive” de doações, além de promover festas, ações e bazares para arrecadarem dinheiro. “Nós trabalhamos com jovens que vem de família com baixa renda e estão muito ansiosos para entrar no mercado de trabalho. O que fazemos é mostrar a importância de se preparar para ser um bom profissional, aquele que toda empresa quer contratar”, fala Vera.
O mais interessante é que o Cedro surgiu há 68 anos atrás, quando algumas mulheres libanesas que se reuniam para fazerem cobertores para crianças carentes, tiveram a ideia de criar uma associação para crianças necessitadas, que, ao longo dos anos, foi crescendo cada vez mais e adquirindo essa estrutura enorme e completa.
“Felizmente, hoje, contabiliza-se que mais de 60 mil crianças e adolescentes foram formados na associação, e, temos muito orgulho de fazer parte de histórias de profissionais de sucesso, já que procuramos manter contato com as pessoas que já passaram pelo Cedro”, finaliza Carla Oliveira Cutait, vice presidente do Cedro do Líbano.
ESTUDOS COMPROVAM DESINTERESSE
O abandono escolar tem aumentado com freqüência a cada ano. Algumas pesquisas avaliam os principais motivos do desinteresse de jovens pelos estudos. Estatísticas do Ministério da Educação (MEC) provam que as escolas estão com extrema dificuldade de atrair os jovens brasileiros. “Os estudantes, especialmente os adolescentes, desejam atividades mais práticas e dinâmicas, que facilitem o aprendizado e tornem a ida ao colégio mais prazerosa. Usar exemplos e ações do nosso cotidiano pode fazer com que os jovens acreditem que cursar um ensino médio completo garanta mais chances no mercado de trabalho”, opina Vera Jereissati Haddad, presidente da Associação Cedro do Líbano de Proteção a Infância.
Atualmente, quase um terço dos brasileiros entre 15 e 19 anos estão fora da escola, ou seja, aproximadamente 5,5 milhões de jovens não estão freqüentando as salas de aula.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, o ponto mais grave de uma pesquisa feita para saber o motivo dos jovens pararem de estudar, foi simplesmente o fato de não gostarem de estudar. No estudo, 28% dos jovens entrevistados alegou que não tem vontade ou prazer de freqüentar as escolas e praticar leitura de forma geral.
Outra pesquisa realizada em 2012 pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e a Fundação Victor Civita, mostra que jovens do ensino médio se queixaram de usar pouca tecnologia na escola e viam pouca utilidade prática em muitas das disciplinas cursadas.
Ainda pela mesma pesquisa, foram constatadas diversas razões para a falta de estímulo desses jovens, tais como má infra estrutura, ausência de professores qualificados, falta de recursos e até mesmo bullying. Gravidez inesperada e necessidade de trabalhar antes dos 18 anos para ajudar a família em casa, também foram fatores mencionados, principalmente para o público de menor renda.
Serviço Associação Cedro do Líbano de Proteção à Infância
Rua Guilherme Valente, 131 – Jardim Vergueiro – São Paulo (SP)
(11) 5891-1707