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Avanços e Desafios na Educação Brasileira: Reflexões sobre 2023

Por Ângelo Xavier

2023 foi um ano importante para a educação no Brasil, marcado por uma série de acontecimentos que mereceram atenção do novo governo. Melhorias educacionais foram promessas evidentes já nas campanhas eleitorais, e o ano testemunhou a concretização de algumas dessas promessas através de iniciativas e políticas.

A recriação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI) foi um dos destaques, refletindo o compromisso do Ministério da Educação (MEC) e do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) com o avanço da qualidade educacional no país.

No decorrer do ano, outros movimentos positivos foram observados, como a discussão em torno do edital do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), marcando um progresso significativo para essa população historicamente desassistida. A publicação do edital, em 29 de dezembro de 2023, foi um passo importante nessa direção.

Essas iniciativas mostram que a preocupação com questões educacionais ganhou espaço na sociedade. O processo de avaliação do programa de Ensino Fundamental II em 2023 se destacou como um exemplo do comprometimento do MEC em acelerar programas importantes para os estudantes de todo o Brasil.

Do ponto de vista dos desafios encontrados ao longo do ano, podemos citar a decisão da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) de recusar obras do PNLD. A situação foi revertida após ampla reação da imprensa, educadores e cadeia produtiva do livro e da sociedade em geral, impedindo o impacto negativo nas redes de escolas públicas do Estado, que atendem cerca de 1,4 milhão de alunos e mais de 100 mil professores do Ensino Fundamental II. A ação da Seduc-SP teria privado as escolas de receber aproximadamente dez milhões de livros, causando perdas irreparáveis. Foi uma vitória para que a população se apropriasse do programa do livro.

Mesmo diante das conquistas obtidas no ano, grandes desafios permanecem à vista. O principal deles será a revisão do Ensino Médio, que já está em andamento. Essa revisão tem gerado incertezas, especialmente em relação ao edital do próximo PNLD, agora adiado para 2026. A nova proposta implica em um aumento considerável na carga horária, que inevitavelmente demandará a incorporação de novos conteúdos e a reestruturação dos materiais didáticos existentes.

A espera pela publicação do edital coloca em risco a entrega de conteúdos didáticos de qualidade para os milhões de estudantes do Ensino Médio. Este cenário levanta preocupações sobre o programa, especialmente em relação ao prazo de produção e entrega. Se o próximo PNLD seguir a complexidade do último do mesmo segmento, o de 2021, precisamos iniciar sua produção urgentemente.

Como já alertado, as mudanças no Ensino Médio terão ainda impactos diretos nas escolas e no preparo dos alunos para o ENEM, representando uma mudança significativa no panorama educacional. Outra questão que traz preocupação é o represamento dos PNLD’s literários referentes aos anos de 2022, 2023 e 2024.

Para o MEC, 2024 representa uma oportunidade valiosa para organizar os atrasos observados anteriormente e focar na expansão de novos acervos literários, além de melhorar a infraestrutura educacional.

Embora o ano prometa ser desafiador, principalmente pela ausência de um programa principal, ele se destaca como um período crucial para a educação. A indústria editorial precisará realizar investimentos significativos para atender aos programas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Infantil, além do Ensino Médio. Mesmo diante desses desafios, teremos a capacidade de aproveitar as oportunidades que surgem, visando aprimorar a educação em todo o país.

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