Dica — Bebedouro: água e saúde no ambiente escolar
Dicas para Diretores de Escolas
Matéria publicada na edição 89 | Junho e Julho 2013 – ver na edição online
Responsável por todas as funções do corpo humano, a água é primordial à vitalidade do organismo. Ela regula a temperatura e hidratação do corpo, auxilia no processo respiratório, desempenha importante papel no processo renal ao eliminar toxinas através da urina, além de servir como meio de transporte de alguns nutrientes. Sua falta, alerta a nutricionista Cristiane Mayumi Sumida, “desencadeia distúrbios da memória, dores de cabeça, tonturas, problemas renais, lesões na pele, entre outros sintomas”.
De acordo com Vivian Zollar, também nutricionista e consultora alimentar em São Paulo, o ideal é beber no mínimo dois litros do líquido e distribuir essa quantidade proporcionalmente durante o dia. Sua colega Cristiane concorda e recomenda evitar longos intervalos sem ingestão e não beber um enorme volume a cada vez, principalmente, acrescenta, “antes de dormir, ao acordar, bem como durante e após exercícios físicos”.
No entanto, as crianças não sentem sede, mesmo quando o corpo precisa de água. Por isso, argumenta a consultora Zollar, “é fundamental a escola estimular o consumo mostrando a elas que beber água pode ser algo prazeroso”. Nesse aspecto, Cristiane Sumida, que trabalha no Centro Educacional Pioneiro, escola da zona Sul de São Paulo, sugere às instituições desenvolverem o hábito de os alunos terem sempre uma garrafinha na mochila, mantê-la por perto e abastecê-la em momentos apropriados durante o período de aula. “Fazer com que tenham autonomia de encher a sua garrafinha e também higienizá- -la tornará o hábito positivo”, afirma a nutricionista.
No Centro Educacional Pioneiro, zona Sul da cidade, os alunos ganham um squeeze no início do ano e os professores levam sua garrafinha à sala de aula para estimular o uso. “É permitido aos alunos abastecê-las nos intervalos e tomar água livremente durante a aula. E, a fim de evitar contaminação, orientamos as crianças para não encostarem o bico do squeeze na torneira”, comenta a nutricionista.
Mas tão importante quanto a quantidade é a qualidade da água. Para garantir a ingestão saudável de água potável é essencial disponibilizar bebedouros que correspondam às necessidades da escola e também cuidar da higienização desses equipamentos.
EQUIPAMENTOS: A MELHOR ESCOLHA
Existe grande variedade de bebedouros no mercado, mas as nutricionistas preferem aqueles que trazem torneira para encher copos e garrafas, evitando-se risco de contaminação e transmissão de microrganismos, adverte Zollar. O Colégio Joana D’Arc, por exemplo, situado no bairro Butantã, zona Oeste de São Paulo, instalou recentemente novos bebedouros de pressão com filtros de carvão e sistema de resfriamento mais eficaz que os tradicionais. Mas o que pesou na escolha do modelo foi a “facilidade de manutenção e praticidade de uso”, diz a diretora Lúcia Helena Pomarico. “Os bebedouros possuem uma torneira prolongada, que possibilita o abastecimento de garrafas .”
A praticidade, facilidade de manutenção e acessibilidade oferecida aos usuários, de acordo com Pomarico, são fatores importantes que devem influenciar na escolha do equipamento. Já a nutricionista Cristiane indica os bebedouros com filtros de carvão mineral ativado, que correspondam às normas da Portaria 2.914/2011, do Ministério da Saúde (relativa aos procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água), e tenham avaliação do Inmetro.
Ao adquirir o bebedouro é imprescindível conhecer a “micragem” dos filtros, ou seja, o tamanho dos poros de filtração do cartucho ou refil. “Ele deve ter no máximo cinco micra”, aponta Cristiane. Outra dica é que o fornecedor apresente selo de qualidade ISO, sugere, por sua vez, José Carlos Farias, gestor de segurança empresarial do Colégio Nossa Senhora do Morumbi, na zona Sul da cidade. “O ideal é que a empresa também seja responsável pela troca e manutenção dos filtros e acessórios”, complementa.
O intervalo de troca de filtros recomendado pela empresa que atende ao Nossa Senhora do Morumbi é de no máximo seis meses. “Porém, visando à segurança na ingestão de água saudável, o colégio realiza uma inspeção mensal em cada equipamento e, dependendo do fluxo de uso de cada bebedouro, essa troca é antecipada”, afirma o gestor.
DETALHES QUE FAZEM DIFERENÇA
A capacidade de refrigeração é outro critério relevante de escolha do equipamento. As escolas devem disponibilizar alguns bebedouros com água gelada, principalmente para os dias quentes, e outros com temperatura normal, de maneira a evitar que nos períodos de inverno a refrigeração acentue eventuais quadros gripais.
A maneira como estão distribuídos os bebedouros no espaço também é importante. Segundo aconselha o gestor José Carlos, da escola do Morumbi, sua distribuição “deve ser planejada com base no fluxo de pessoas em cada andar, setor ou pavimento em que será instalado”. No Nossa Senhora do Morumbi, os equipamentos estão posicionados nas duas extremidades de cada corredor das salas de aula. Já no Centro Educacional Pioneiro há um bebedouro por andar (“para que os alunos não fiquem muito tempo fora da sala de aula”), e outros seis de vários tamanhos foram instalados no pátio, próximos aos banheiros. “São locais de fácil acesso, que possibilitam o uso frequente”, encerra Cristiane Mayumi.
Por Tainá Damaceno
Saiba+
Cristiane Mayumi Sumida
[email protected]José Carlos Farias
[email protected]Lúcia Helena Pomarico
[email protected]Vivian Zollar
[email protected]