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Guia para Gestores de Escolas

BNCC e Novo Ensino Médio: por uma educação transformadora e eficaz

Conceber e operacionalizar um currículo eficaz é sempre um projeto difícil para qualquer escola. Quando pensamos na implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os desafios são do tamanho do Brasil. Para garantirmos que todos os estudantes atinjam as altas expectativas de aprendizagens que definimos na BNCC, os profissionais da educação precisam atuar em várias frentes.

As oportunidades e os problemas vão desde a formação continuada dos professores aos programas de livros, ferramentas e materiais didáticos do Governo Federal. A união de esforços é essencial na busca de soluções práticas para garantir a construção de uma educação transformadora que fomente uma sociedade mais coesa.

Durante o período de pandemia, a BNCC serviu de farol e instrumento de garantia da continuidade no aprendizado e de construção de currículo. No Brasil, dos 5.568 municípios, 4.924 já estão com os currículos homologados (88% do total), segundo dados do secretário de Educação Básica do MEC, Mauro Rabelo.

Mauro e outros especialistas que participaram de encontro promovido pelo Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (CEIPE-FGV), em agosto, reforçaram a importância da BNCC para promover a equidade do aprendizado. Porém, ampliaram o debate para outros pontos que merecem atenção por parte do Governo, gestores e educadores para que a BNCC possa, efetivamente, “aterrissar” nas escolas.

Um aspecto essencial é a formação continuada dos professores. É importante fazer uma reflexão sobre como manter o professor no centro do processo de seu desenvolvimento. Isso passa por destacar os meios digitais, os caminhos para o ensino híbrido e presencial, e as propostas da BNCC na jornada formativa.

Outro ponto importante é olhar com atenção para o papel das plataformas educacionais na implementação da BNCC. No setor privado, 2/3 da população escolar já trabalham com sistemas de ensino que auxiliam na operacionalização dos objetivos da base. Os bons sistemas vão além do conteúdo, trazendo ferramentas e o suporte necessário para que os educadores trabalhem de forma eficaz, garantindo o aprendizado de todos.

Por outro lado, sabemos que em muitos lugares a principal ferramenta do professor pode ser o livro didático. Todos os anos, mais de 172 milhões de livros são produzidos. Fazer com que cada uma destas obras chegue na escola certa, em todos os locais do Brasil, envolve engenharia e logística. Estes esforços são conduzidos através dos diversos ciclos de implementação do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). É um grande desafio para as editoras. Elas precisam implementar todos os processos simultaneamente – atualmente são 6 programas em diferentes fases.

É um momento de muitas mudanças estruturais e nos materiais didáticos, principalmente com a implementação do Novo Ensino Médio, a partir do ano letivo de 2022, com o primeiro ano. Em 2023 o segundo ano é introduzido e a conclusão ocorre com o terceiro ano, em 2024. Nesta jornada, um caminho para as escolas é definir também um cronograma reverso, almejando os resultados que pretendem ter ao final de 2022, ou mesmo 2023, e implantar processos e ferramentas para chegar lá.

A gestão baseada em evidências é uma alternativa adotada em vários países líderes nas avaliações internacionais. As redes escolares e a gestão de cada instituição utilizam relatórios periódicos para acompanhar o engajamento e a aprendizagem dos estudantes. Com base nestes dados, tomam decisões sobre o que precisa ser aperfeiçoado. Assim como a BNCC serviu de farol para escolas durante a pandemia, as tecnologias voltadas para a educação e uma cultura orientada aos dados (data-driven) podem servir de guia para uma transição mais suave e efetiva dentro das escolas, rumo a uma educação transformadora e totalmente alinhada à BNCC e ao Novo Ensino Médio.

Roberta Campanini Formada em Engenharia Química, com pós-graduação em Marketing pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e especialização em Marketing Estratégico, Gestão de Produtos, Contabilidade e Finanças pela FGV, tem 20 anos de experiência na área educacional, com atuação em empresas como Somos Educação e Editora Moderna. Está há seis anos na FTD Educação, onde atualmente ocupa o cargo de diretora adjunta de Marketing, Produtos e Experiência do Cliente.

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