fbpx
Guia para Gestores de Escolas

Brasil fica entre os piores em ranking de educação financeira

Algo que muitos de vocês, educadores, já devem ter notado, foi evidenciado recentemente em uma pesquisa global: os brasileiros têm pouca educação financeira. Em uma comparação entre 30 países, o Brasil ficou em 27º lugar. No que diz respeito à atitude, comportamento e conhecimento sobre educação financeira, o índice de respostas certas dos brasileiros ficou 20% abaixo da média geral.

Esse levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) esclareceu o quão grande é a dificuldade da população brasileira em lidar com as finanças de forma sustentável, um reflexo da falta de educação financeira em todas as esferas da vida, principalmente a familiar e a escolar. Afinal, sabemos que o problema é cultural, diz respeito à educação de base.

O estudo aponta que a situação é preocupante porque assim está comprometida a capacidade das famílias brasileiras de se planejar e garantir a sua segurança financeira, tanto hoje quanto no futuro. Não à toa, vemos subir cada vez mais os índices de endividamento e inadimplência em nosso país, uma evidencia da falta de educação financeira.

Entretanto, esse quadro pode ser mudado, especialmente se voltarmos a nossa atenção às crianças. É claro que os adultos podem e devem se educar financeiramente, mas os aprendizados obtidos na infância são fundamentais e levados ao longo da vida. Por isso o tema deve ser discutido, transmitido e aprendido desde cedo, não só em casa, mas também nas escolas, em sala de aula.

Ao contrário do quer muitos pensam, ter educação financeira não é saber fazer cálculos complexos ou mexer com planilhas, e sim ter comportamentos saudáveis, que garantam a sustentabilidade financeira e a conquista de objetivos, sonhos e metas. Por fazer parte do cotidiano, o tema dialoga com os conteúdos das demais disciplinas escolares.

Por meio de linguagem específica para cada ano letivo, a educação financeira tem como ponto central a questão de poupar para conquistar aquilo que se deseja, com o tempo. Ao aprender a se planejar para realizar seus sonhos, as crianças passam a ter hábitos mais sustentáveis e acabam levando essa mudança para casa, contagiando seus pais e familiares.

Infelizmente, o tema ainda não recebe a importância que merece porque não há consciência do quanto ele pode fazer a diferença nos lares brasileiros. Sabemos que o estímulo ao consumismo é maior do que a preocupação com a educação, mas é apenas com ela que será possível formar um Brasil mais consciente e sustentável nos próximos anos. Juntos, podemos ser uma sociedade educada financeiramente.

Reinaldo Domingos, mestre em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

Receba nossas matérias no seu e-mail


    Relacionados