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Guia para Gestores de Escolas

Coleta Seletiva de Lixo

Matéria publicada na edição 04 | Maio 2005 – ver na edição online 

O lixo, ajudando a formar cidadãos

As escolas não podem fechar os olhos para a necessidade de reciclar o lixo. Além de contribuir para a diminuição da produção de resíduos que lotam os aterros sanitários, a coleta seletiva movimenta uma cadeia de catadores, cooperativas e empresas recicladoras, gerando trabalho e renda para muitas pessoas.
Implantar um programa de coleta seletiva de lixo requer seriedade e persistência. Na opinião de Ana Maria Domingues Luz, presidente do Instituto GEA, uma ONG especializada em coleta seletiva, reciclagem e educação ambiental, muitas escolas, no anseio de ensinar os alunos a reciclar, esquecem de orientá-los a não desperdiçar e só consumir o necessário. Ana Maria questiona projetos que simplesmente estimulam as crianças a juntar latinhas de alumínio, que são vendidas gerando receita para a escola. “Implantar a coleta seletiva não significa simplesmente colocar os alunos para recolher latinhas. As escolas devem se dedicar à reciclagem, mas sem esquecer de ensinar os conceitos de reduzir o lixo – por exemplo, só comprando refrigerantes de latinha se necessário -, e a reutilizar, incentivando a troca de livros e gibis e a utilização dos versos das folhas”, afirma.
Para realizar um trabalho com bases ambientais sérias, Ana Maria recomenda o envolvimento dos alunos, inclusive com a formação de uma comissão interclasses gerenciando o programa. Atividades nas aulas de matemática ou ciências (como experiências práticas de compostagem) podem levar o assunto para dentro da sala de aula. “É possível realizar atividades para várias faixas etárias, como contar ou pesar o lixo arrecadado no dia, fazer brinquedos com sucata ou produzir papel reciclado. São atividades educacionais de responsabilidade cidadã”, avalia.
O fato de colocar latões coloridos pela escola não significa o sucesso do programa. Segundo Ana Maria, não faz sentido colocar um latão de papel reciclado no pátio, onde os alunos tomam lanche. Nesse local, será gerado papel sujo (como guardanapos, papel de bala, embalagens sujas de alimentos), impróprio para reciclagem. O papel para reciclagem é gerado nas salas de aula e salas dos professores. O Instituto GEA atende gratuitamente em sua sede, em São Paulo, escolas interessadas em implantar um programa de coleta seletiva. Instituições de outras regiões podem se comunicar pelo telefone 11-3058-1088 ou pelo site www.institutogea.org.br.

Na próxima edição, leia mais dicas sobre coleta seletiva de lixo

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