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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Com o “brincar” não se brinca

Matéria publicada na edição 95 | Fevereiro  2014 – ver na edição online

Sabemos que toda criança adora brincar, e isso não é apenas diversão pois brincar também é parte integrante da evolução infantil. É brincando que a criança pode conhecer, explorar, aguçar os sentidos, desenvolver sua capacidade social, trabalhar em grupo, conviver com acertos e erros, entre outros benefícios.  É natural do ser humano, crianças já nascem com o instinto lúdico. Crianças que não brincam podem desenvolver problemas de convívio social, baixa autoestima, depressão, e isolamento. Podemos encontrar importantes autores com literatura específica que tratam do assunto, e afirmam que o Brincar é de suma importância na vida infantil. Portanto, deve-se proporcionar-lhes um ambiente seguro e efetivo para que os pequenos possam absorver boas experiências no momento da brincadeira. E para que essa prática seja garantida é necessário que os espaços destinados à isso, sejam bem planejados e sigam as Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Renata Verdadeiro, Auxiliar de coordenação afirma “Brincar ao ar livre é muito saudável para as crianças. Brincadeiras criativas e ar puro ajudam no desenvolvimento. Ao planejar um playground, o colégio tem por obrigação aliar criatividade e segurança no mesmo espaço físico”.

Mas como fazer um bom planejamento para o Playground e o que observar? Susy Rodrigues, diretora de empresa do ramo diz “Os requisitos de seguranças são muitos, vai desde o material utilizado até o projeto construtivo em si, no qual para mim é o requisito mais importante. Para cada parte do equipamento existe um requisito importante de seguranças, saliências de parafusos, pontos de estrangulamento, aprisionamentos de cabeça e pescoço, pés e pernas, roupas, dedos etc. deve haver uma grande sintonia entre os projetistas e engenheiros com a equipe de instalação, para que o projeto saia exatamente como foi elaborado, a fim de eliminar todos os riscos. O maior índice de acidentes em playground é derivado de quedas, para usuários menores que 36 meses uma barreira devera ser instalada quando a altura de queda passar os 60 centímetros com relação a superfície de acesso. Estas barreiras podem ser grades, fechamentos lúdicos, jogos interativos etc.”

Renata Verdadeiro explica “É muito importante ter um piso de segurança com absorção de impacto em toda a extensão do playground. Os brinquedos precisam ser bem fixos ao solo, não devem conter pontas sobressalentes e área de circulação dos balaços deverá ser de 1,80m, para que as crianças não corram esbarrando nelas mesmas ou nos equipamentos”.

Normas ABNT

Recentemente as Normas de Segurança de brinquedos e playgrounds, foi revisada por uma comissão de especialistas na área. Essas normas, com determinações mais rigorosas, visam evitar que as crianças corram riscos ao utilizar os brinquedos. Porém, ainda há playgrounds irregulares e fabricantes que ignoram as normas de segurança como comenta Susy Rodrigues “Nos dedicamos quase quatro anos para a conclusão da NBR 16071-2012, e infelizmente pode se contar em uma mão os fabricantes que fizeram parte deste projeto. Em algumas regiões do país já existem consumidores antenados e preocupados na segurança de suas crianças, acho que com a divulgação da mídia a tendência é com que estes consumidores procurem produtos com qualidade e empresas certificadas”. E deixa a dica “Para as escolas que já possuem um playground, sugiro que entre em contato com o fabricante afim de solicitar uma manutenção e inspeção para analisar se aquele equipamento atende os requisitos exigidos pela NBR 16071-2012. Caso a escola queira adquirir um novo playground, indico que selecione bem o fabricante, exija um produto certificado, para que as crianças possam brincar com segurança”.

Material utilizado

Não tem como falar em segurança sem citar que o material utilizado na fabricação dos brinquedos é de extrema importância para certificar sua qualidade e atoxidade, além do fator segurança, como nos aponta Suzy Rodrigues “Os materiais sofrem muito com ações climáticas e do uso em si. A toxicidade de metais, tintas e outros produtos podem ser nocivos para os usuários, o playground deve ser construído afim de não acumular água, sujeira, etc. As madeiras devem ser de origem certificada, tratada com produtos que não causam danos aos usuários e ao meio ambiente. O clima em nosso país exige que a preocupação com o aquecimento dos materiais seja maior, por isso todos nossos escorregadores são produzidos em polietileno rotomoldado, o aquecimento deste material é inferior a 40°, o que não causa lesões derivadas de queimaduras ao contato com a pele”.  E pra finalizar, ela diz “Os riscos são inúmeros, pode se fazer valer os requisitos de segurança citados acima, por isso esperamos que a normativa se transforme em lei”.

Destaques da NBR 16071-2012 

–  O playground deve ser dividido em áreas, conforme faixa etária das crianças;
–  A área de circulação ao redor do parquinho deve ter, no mínimo, 1,5 metros;
–  Parafusos e roscas salientes devem ter acabamentos de proteção;
–  Os cantos dos brinquedos têm de ser arredondados;
–  Parquinhos de madeira devem ter acabamento liso, livre de lascas ou farpas;
–  É necessário instalar barreiras de segurança em torno dos brinquedos, para desencorajar as crianças a correr dentro da área do trajeto dos balanços.

Saiba mais

Susy Rodrigues – [email protected]

Renata Verdadeiro  – Colégio Mary Ward

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