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Guia para Gestores de Escolas

Como a arquitetura pode agregar valor ao ensino e quais pontos valorizar?

Com a nova educação, as escolas se deparam com o fato de que o ensino se ampliou e vai além do professor versus aluno. Há um ditado sueco que diz que “uma criança tem 3 professores: o primeiro são as outras crianças, o segundo é o professor e o terceiro é o ambiente”.

O espaço físico e a arquitetura do local têm papel fundamental de implementar o ensino complementando a proposta pedagógica da escola. As salas, a circulação, os parques e o mobiliário, têm papel essencial para pontuar a linha de ensino, agregar elementos de aprendizado e propiciar o desenvolvimento.

Não restam dúvidas de que o aprendizado das crianças é melhor absorvido em ambientes interessantes, estimuladores e divertidos, portanto, os padrões de exigências dos prédios escolares estão cada vez mais altos.

Começando pelo layout das salas de aula, deve-se considerar que, diferente de antigamente, quando o professor se colocava sempre à frente da sala, em cima de um palanque, na atualidade, o aluno é o protagonista.

Cadeiras enfileiradas não funcionam mais. O ideal é propor um layout que possa se modificar, com lousas interativas (conectando com a esfera tecnológica), itens que possam ser mudados de lugar de acordo com o tema que esteja trabalhando em sala de aula – ou seja, são infinitas as possibilidades.

“A atenção detalhada ao mobiliário, faz com que se tornem ferramentas para o professor”.

Considerando o que foi dito, mobiliário e marcenaria merecem extrema atenção por serem peças fundamentais para desenvolver esse conceito. Quando exploramos essa temática, 4 características ganham destaque por serem essenciais no projeto e desenvolvimento desses espaços:

Ergonomia – cada idade tem sua média de altura e, por isso, é importante pensar de forma específica;

Segurança – cantos arredondados, tomadas fora de alcance e outros, podem evitar acidentes;

Durabilidade – a escolha correta dos materiais é determinante nesse aspecto;

Cores – trará charme aos espaços, ludicidade e mais estímulo ao aprendizado em diferentes aspectos.

Refletindo sobre corredores e escadas, se bem pensados, funcionam como uma extensão da sala de aula, como ambientes de convívio, e, além desses usos, ainda podem, por exemplo, serem destinados para armazenar mochilas de forma inteligente, evitando uma possível confusão visual ou acidentes decorrentes de desorganização.

Outro espaço que merece atenção redobrada são parques e pátios. Podemos explorar diversas ferramentas para promover a aprendizagem nesses locais. Pode-se optar por diferentes materiais, trabalhar com infinitas cores e formas, transformar essas áreas em espaços de exploração. E se pudermos ter verde, trazendo a natureza para escola? Melhor ainda.

É especialmente nessas áreas de diversão e lazer que se desenvolvem tanto os aspectos motores quanto os socioemocionais, através dos encontros, brincadeiras, convivência e tantos outros momentos.

Além dessas características que transformam o ambiente em ferramentas de auxílio ao ensino, espaços bem pensados e bem cuidados também podem fazer com que os alunos se sintam donos dos espaços e o sentimento de pertencimento pode ajudar até mesmo na preservação da estrutura escolar.

Pensando em tudo isso, não restam dúvidas de que o projeto arquitetônico é peça fundamental para o desenvolvimento das habilidades cognitivas, ampliando o ensino e implementando o desenvolvimento de cidadãos responsáveis e protagonistas dos próprios destinos.

 

POR MARINA ADELL E CLAUDIA PORTO

Arquitetas pela PUC (Campinas/SP), tiveram a oportunidade de trabalhar em renomados escritórios da região de Campinas e de São Paulo, onde puderam aprimorar seus conhecimentos e construir importantes parcerias que moldaram suas carreiras até hoje. Desde de 2014, atuam à frente da Adell e Porto Arquitetura, que se especializou em projetos de arquitetura escolar.

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