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Compulsão na juventude: “Vivemos em um mundo onde tudo é tecnológico, as relações são virtuais e não mais pessoais”, diz coach

A compulsão procede de um desequilíbrio emocional: serve para compensar alguma falta ou fugir de algum problema mal resolvido

A juventude, na atualidade, sofre pressões e exigências que geram, cada vez mais, ansiedade e insegurança. De acordo com a coach familiar Valéria Ribeiro, “vivemos em um mundo de entregas rápidas, de soluções imediatas, onde tudo é tecnológico, onde as relações são virtuais e não mais pessoais. Nesse mundo não há espaço para a espera e para o amadurecimento. Isso vai moldar a personalidade do jovem, podendo levá-lo a diversos conflitos internos, tais como: rebeldia, agressividade, vícios em drogas e/ou jogos, consumismo, radicalidade, entre outros”, explica.

Dessa forma, questões como ser bem-sucedido desde muito jovem, ter uma carreira profissional relâmpago, além da falta de limites na vida familiar, ausência dos pais, bullying, terceirização da educação, etc. são situações que ganham proporções incalculáveis. A especialista destaca que o jovem, quando não se sente bem consigo, externa esses sentimentos em suas relações ou ações, o que pode levá-lo a dependências de tóxicos, delinquência, criminalidade, prostituição, desemprego, bulimia, anorexia, suicídio, entre outros.

“Outro fator importante é que o jovem precisa pertencer a um grupo de amigos (tribo), e esse grupo pode ser o influenciador no uso de drogas, pois é aquele que o fazem ter ‘status’. Os jovens consomem drogas porque ‘todo mundo usa’; ‘eu gosto, é divertido’; ‘ajuda a relaxar’; ‘tira a timidez’; ‘estou mal, serve para escapar do sofrimento, além do mais nem consumo tanto'”, comenta.

O vício em vídeo game e/ou jogos online, por exemplo, pode acontecer pela solidão, timidez ou dificuldade de se relacionar com o outro. Ficar no computador ou no vídeo game não oferece risco, não é preciso se expor, garante a sensação de segurança, com isso a pessoa não precisa lidar com suas questões pessoais internas.

“Cabe dizer que, tanto o vício em substâncias tóxicas ou em jogos, geram prazer e liberam endorfinas (analgésico natural do corpo), que amenizam a dor, não tendo assim que lidar com o problema”, revela. A questão é que será necessário cada vez mais o uso da droga ou jogar para que se tenha a mesma sensação de prazer, de relaxamento.
Valéria conclui que “na atualidade é preciso que os jovens tenham solidez de valores, que compartilhem da experiência dos mais velhos, que tenham uma boa estrutura familiar, mesmo que eles, com toda ‘sabedoria’ da juventude, achem isso tudo muito ultrapassado. Isso os ajudará a serem mais equilibrados, reconhecendo seu espaço no mundo, as possibilidades de futuro, diminuindo assim o grande vazio que hoje sentem”.

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