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Guia para Gestores de Escolas

Cultura Maker: Criatividade e protagonismo estudantil em sala de aula

A cultura maker, também conhecida como movimento maker, adentra cada vez mais nas salas de aula com o propósito de reelaborar a relação de estudantes com a aprendizagem, privilegiando, sobretudo, um aprendizado ativo que seja construído na prática – um “ensino mão na massa”, como alguns dizem. Esse movimento, que concentra características como criatividade, interatividade, proatividade e inovação, está em sintonia com as demandas contemporâneas que passaram a repensar todo o sistema educacional, além de propor outras abordagens metodológicas no cotidiano escolar.

Leopoldo Sprandel, engenheiro mecânico, pedagogo e autor do livro “Robótica e Educação Maker”, comenta que as “necessidades das gerações atuais com relação à tecnologia, à sustentabilidade e às novas dinâmicas de compartilhamento de conhecimento e construção coletiva, impõe novos elementos aos sistemas de educação”. Com isso, a cultura maker “pode ser compreendida como um ecossistema que promove a integração de talentos, o estabelecimento de conexões e o aprendizado ativo”, diz.

De acordo com o especialista, a cultura maker é orientada por um pensamento de construção e, com isso, o movimento incentiva o fazer como forma de realização humana, estimula o compartilhamento de experiências e saberes. “O processo criativo deve ser um momento de diversão, adotando uma filosofia de tolerância ao erro, incentivando que se permita errar e se aprenda com as falhas no projeto, assim, se abre caminhos para novas descobertas e o aprendizado contínuo”, complementa.

Na prática, o movimento de inserção da cultura maker na rotina pedagógica deve ser trilhado a partir de um planejamento que contemple a adoção de metodologias ativas, a mudança no papel de educadores/as que são deslocados de um modelo tradicional de ensino para uma abordagem de troca de conhecimento, além de transformações no espaço físico. Para Sprandel, o ponto de partida para essa inserção é a criação de um “espaço maker”, ou seja, um local estimulante, equipado e seguro, pensado para que estudantes possam exercer sua criatividade em projetos interdisciplinares.

A segunda indicação é a utilização de metodologias alinhadas ao desenvolvimento de projetos como a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP). “A ABP estrutura o processo de construção do conhecimento por meio de sistemas cíclicos e iterativos, frequentemente chamados de métodos ágeis”, explica. O planejamento e a integração curricular também são pontos interessantes e importantes de serem trabalhados. Uma aula planejada a partir de objetivos claros e integrada a outras disciplinas que oportunizam o aprendizado a partir de uma atividade prática “mão na massa” é enriquecedora.

A última indicação é a atenção para a transformação do papel do/a professor/a em sala de aula. O ensino passa a ser compartilhado, tendo o protagonismo estudantil como central para a aprendizagem, e o/a professor/a assume o papel de mentoria da aprendizagem. “A cultura maker é muito mais que um movimento: é uma alternativa para transformar a escola e capacitar os alunos. Convidamos as escolas a adotarem essa abordagem, pois ao abraçar o espírito maker, elas investem na formação de jovens criativos e proativos, prontos para serem os transformadores do amanhã”, finaliza Sprandel. (RP)

 

Saiba mais:

Leopoldo Sprandel – [email protected]

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