Acessibilidade: Acesso total à Educação
A arquitetura escolar, desenhada sobretudo sob o manto do tradicionalismo, perdurou extensos séculos de maneira intacta, sem demonstrar nenhuma fissura. Porém, refletindo e analisando características que envolvem a contemporaneidade e, também, demandas e necessidades de uma sociedade guiada pelo teor democrático, multicultural e inclusivo, avistamos (re)construções significativas em todos os campos sociais habitáveis – inclusive no âmbito escolar.
No processo educacional, em especial, obtendo a máxima de que todos e todas possuem um direito inalienável à educação, (re)modulações ganham notoriedade em todos os mecanismos de ensino – desde espaço físico a métodos pedagógicos – com o intuito de orientar transformações, de fato, em sistemas educacionais inclusivos, registrando, dessa forma, uma evolução no acesso ao ensino regular.
Renata Lellis, idealizadora de uma startup que utiliza a informação como ferramenta inclusiva e integradora de uma sociedade, acredita que o ambiente escolar é um dos espaços sociais que apresenta condições propícias para a difusão de informações e para a promoção da diversidade.
“Podemos definir acessibilidade como um conjunto de condições e possibilidades ao alcance de todos, levando em conta a segurança e autonomia de espaços, sejam eles públicos ou privados. Devemos considerar no espaço educacional, além da acessibilidade arquitetônica, a acessibilidade comunicacional e atitudinal, está última fundamental como forma de desenvolver uma cultura de valores inclusivos na escola”, diz Renata.
Além da preocupação com a estrutura física, com as modalidades pedagógicas e os modelos que serão adotados em diversas disciplinas; além dos passeios externos, dos cursos extracurriculares, das reuniões de classe e das avaliações no final de cada período, há uma necessidade urgente que deve ser lembrada e debatida: o acesso à escola.
“A escola que não é acessível cria muito mais que um ambiente de exclusão propriamente dito. A falta de acessibilidade, por muitas vezes, gera até uma ameaça à integridade física para as crianças e adolescentes com deficiência. Mesmo que tais obstáculos sejam ultrapassados com a ajuda de terceiros, isso não anula a probabilidade de uma queda ou qualquer outro acidente que poderia ser perfeitamente anulado através de locais devidamente acessíveis”, ressalta Renata.
Para o/a gestor/a que deseja realizar mudanças na instituição (reestruturação física, eliminação de barreiras arquitetônicas, inserção de recursos e de tecnologias assistidas, e a oferta de profissionais especializados) e contratar empresas especializadas em acessibilidade educacional, Renata indica: “Uma pesquisa criteriosa e profunda dessas empresas, antes de fechar a prestação de serviço, se faz necessário”. É interessante observar, também, a Lei Brasileira da Inclusão (LBI), que trouxe avanços e adequações em espaços privados e públicos. “Não faltam normas, leis ou padrões, o que falta é conhecimento geral da lei por parte da população, fiscalização, tanto do poder público, quanto do cidadão, que sempre deixa a desejar”, finaliza. (RP)
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Renata Lellis – [email protected]