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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Alergia

Matéria publicada na edição 47 | Abril 2009 – ver na matéria online

Prepare-se para a chegada do inverno

Por Rosali Figueiredo

A proximidade do período seco coloca os pais e as escolas em alerta diante da maior incidência de manifestações alérgicas entre as crianças. Os quadros alérgicos respiratórios, como rinite e asma, são os mais freqüentes, afirma a médica Márcia Carvalho Mallozi, professora doutora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e coordenadora do Ambulatório de Alergia da Pediatria da instituição. A causa principal é a presença de ácaros na poeira, diz, recomendando que se mantenha a limpeza adequada do ambiente como principal medida para prevenir ou minimizar o problema.

“É necessário passar pano úmido no piso e móveis diariamente em todos os ambientes”, observa. A dica vale tanto para as escolas quanto para as casas dos estudantes, com a diferença que nas primeiras existe um “fator irritante a mais”, o pó de giz. A diretora pedagógica Camila Rocha, do Colégio Elvira Brandão, localizado na Chácara Santo Antônio, zona Sul de São Paulo, afirma que as escolas devem providenciar a limpeza diária das carteiras, assentos e pisos das salas de aula para evitar o acúmulo de poeira e dos demais agentes causadores das alergias. Na Educação Infantil, os brinquedos são lavados diariamente, diz. O colégio orienta ainda os pais a adquirirem apenas produtos atóxicos nas listas de materiais entregues aos alunos.

No Colégio Santa Maria, localizado no Jardim Marajoara, também zona Sul de São Paulo, as salas de aula estão equipadas de forma a evitar o acúmulo de pó ou a criação de fungos, afirma a assistente administrativa Dulce dos Santos Pereira, responsável pelo setor de limpeza. Os pisos são emborrachados ou vinílicos e as carteiras de madeira foram substituídas pelo plástico. “Além disso, fazemos limpeza diária duas vezes, utilizando o sistema Mop pó ou úmido.” O sistema dispensa o uso de vassouras, panos e rodos. “O Mop seco é eletrostático, a poeira e o papel aderem ao equipamento e não se soltam no ar”, diz. Dulce pondera ainda que a estrutura física do colégio, todo térreo, com salas bem arejadas por janelas grandes, e com muita vegetação, ajuda muito a dissipar a poeira.

Diante das alergias respiratórias, o Ministério da Saúde sugere eliminar produtos que acumulem poeira, principalmente tapetes, cortinas, estofados e brinquedos em tecidos. “É importante ainda que o ambiente seja arejado e ensolarado, de forma a evitar não apenas a alergia mas quadros virais”, acrescenta a médica Márcia Mallozi, da UNIFESP. Locais úmidos, por exemplo, predispõem ao crescimento de fungos, afetando as crianças mais sensíveis a eles, observa.

Márcia Mallozi  afirma que a incidência de rinite e asma até seis anos de idade é bastante frequente, mas que a primeira tende a aumentar na adolescência. Outros tipos de alergias comuns nessas duas fases da vida são a dermatite atópica e a urticária, mas de frequência bem menor. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI), a asma e a rinite podem ser provocadas por alérgenos transportados pelo ar (polens e mofos), por pelos de animais, além dos próprios ácaros da poeira. Mas também por substâncias não alergênicas, como fumaça, produtos químicos, ozônio, odores fortes e pulverizadores (perfumes e produtos de limpeza).

Nesse sentido, a diretora da ASBAI, Ana Paula Castro, médica alergista e imunologista, doutoranda pela Faculdade de Medicina da USP, propõe às escolas evitar produtos fortes de limpeza e substituir lousas de giz pelos quadros brancos e cortinas de tecidos por persianas, limpando-as constantemente. Mas caso ocorram situações de crises alérgicas, a médica da UNIFESP, Márcia Mallozi, diz que seria importante que as instituições estivessem preparadas para fazer inalações. Quanto às medicações, devem ser ministrados somente os itens liberados pelos pais nas fichas médicas dos alunos.

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