Dica — Móveis de Escritório
Matéria publicada na edição 52 | Outubro 2009 – ver na edição online
Pela saúde, segurança e conforto dos colaboradores.
Por Rosali Figueiredo
Cadeiras giratórias e com rodízios, ajustáveis na altura e no encosto, mesas com plataformas para computadores, além de revestimentos em tecidos adequados ao clima são alguns dos requisitos básicos dos móveis a serem utilizados para equipar a área administrativa das escolas. Segundo a arquiteta Liz Andrea Kawahara Belhot Chen, que atua com mobiliário de escritório para a área corporativa, não há como escapar dos critérios ergonômicos, de segurança e de conforto no momento de montar esse tipo de estrutura. Esses são os aspectos que ela levou em conta na composição dos ambientes de trabalho do Colégio Mirassol, localizado na Vila Clementino, zona sul de São Paulo.
Segundo a fisioterapeuta Selma Andrea Bossolani, a falta de adequação do mobiliário às características “antropométricas e biomecânicas” acarreta “vícios posturais”, prejudicam a saúde e promove “inquietação”. Mesas e cadeiras devem propiciar posturas eretas do tronco, diz. Além disso, a pessoa, ao se sentar, deve ficar com os pés apoiados no chão e sem compressão dos músculos, para não prejudicar a circulação sanguínea. “O músculo, sem irrigação sanguínea, se fadiga rapidamente”, observa. Por outro lado, ao sentar, as “más posturas da coluna vertebral são causadoras de dores nas costas, principalmente nas regiões cervicais, glúteas e lombares”, acrescenta. “A mesa está numa altura adequada quando temos os pés apoiados no chão e mantemos ombros e braços relaxados e o antebraço apoiado sobre ela.”
A arquiteta Liz Andrea comenta que a altura padrão das mesas disponíveis no mercado fica em torno de 73 cm. Recomenda que estejam acompanhadas por suportes para os monitores dos computadores, além de cadeiras giratórias com rodízios e ajustes de altura e no encosto. A fisioterapeuta Selma explica, nesse sentido, que o encosto regulável proporciona apoio para a região lombar. Ele deve ter uma altura de 30 cm, prossegue, além de um espaço livre de 10 a 20 cm entre o assento e esta base. Mas não só: a parte inferior do encosto precisa ser vazada ou apresentar uma forma convexa, “para acomodar a curvatura das nádegas”. Já a parte giratória e os rodízios reduzem “a necessidade de torcer o tronco, permitindo maiores variações de postura e prevenindo a fadiga”. “É recomendável ainda que as cadeiras não tenham braços, pois o apoio deve estar nas mesas.” Finalmente, na postura sentada, “é importante que não se encoste a região poplítea (parte posterior do joelho) no assento da cadeira, evitando problemas circulatórios”.
Quanto ao acabamento, a arquiteta Liz Andrea destaca a necessidade de se garantir a segurança e o conforto. “O revestimento das cadeiras deve ser feito em tecido adequado ao clima e ambiente.” Locais sem ar condicionado, por exemplo, devem evitar superfícies sintéticas. Já mesas, escrivaninhas, gaveteiros e prateleiras, entre outros, não podem ter quinas ou cantos. “A fórmica continua sendo de grande utilidade, por causa da limpeza, custo e acabamento. Com ela, você consegue utilizar fitas de borda e evita que fiquem arestas, prejudicando a circulação sanguínea do usuário.” Entretanto, mesmo em móveis com madeira, a arquiteta recomenda o uso de um acabamento arredondado, “por meio de uma fita em PVC”. Já com o MDF é possível “usinar a borda com este tipo de acabamento”, observa.
Ainda no acabamento, Liz Andrea destaca a necessidade de se escolher cores e tonalidades que “passem a ideia de organização”. É bom fugir da coloração escura, “que cansa muito”. Para demais móveis, como gaveteiros e arquivos, a arquiteta sugere estruturas com volantes (rodízios). “Os arquivos em módulos deslizantes, com roldanas, são ideais; eles possibilitam um melhor aproveitamento do espaço”, diz. Na área de acessórios, Liz Andrea considera indispensável o uso de chaves nas gavetas.