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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Primeiros Socorros

Matéria publicada na edição 37 | Abril 2008 – ver na edição online 

Uma necessidade nas escolas

Crianças caem, se machucam. Adolescentes torcem o pé no jogo de futebol. Situações como essas são freqüentes no dia-a-dia de alunos de todas as idades. Podem ocorrer ainda casos mais graves, como engasgamentos e convulsões.  Por isso, as escolas precisam oferecer os primeiros socorros em qualquer tipo de acidente. “Qualquer lesão pode ter um resultado melhor se o primeiro atendimento for feito de forma correta. Nas escolas, é importante ter um profissional da área da saúde para orientar os procedimentos a serem feitos. Mas, professores e funcionários também devem saber fazer os primeiros socorros em casos de emergência”, explica Simone Abib, cirurgiã pediatra da Unifesp.

Para a pediatra, é essencial a preocupação das escolas em oferecer locais seguros aos alunos. “As instituições devem observar possíveis riscos aos estudantes, como escadas, corrimões, áreas de lazer e outros detalhes que podem causar alguma lesão”, afirma Simone.

Para o médico Wilson Carletti, especialista em terapia intensiva e médico socorrista de atendimento pré-hospitalar, as escolas devem promover entre os alunos a cultura da prevenção de acidentes. “Uma brigada de emergência pode ser formada por professores e alunos. Desde pequenas, as crianças podem ajudar a prevenir acidentes. Elas podem identificar, por exemplo, um fio desencapado e o risco que ele representa”, diz. Quanto ao treinamento para a formação de socorristas, Carletti recomenda que 30% do efetivo dos professores de uma escola passe por treinamento prático. “Assim, a escola garante que em todos os períodos haja pessoal habilitado para prestar socorros”, afirma. O médico frisa que a omissão de socorro, em caso de morte, pode condenar a escola às penas previstas no artigo 135 do Código Penal, e a falta de pessoal treinado às penas do artigo 272, referente à prática ilegal da Medicina.

Algumas escolas terceirizam os serviços de enfermaria, como o Colégio Humboldt, em Interlagos. Nesse caso, os alunos pagam R$ 14,00 por mês (já inclusos na mensalidade) para manter a clínica dentro da escola. A gerente de Gestão Patrimonial e Serviços do Humboldt, Ilse Sparovek, explica: “Terceirizamos há mais de 20 anos. Hoje, há um médico, enfermeira e auxiliar que ficam na escola durante todo o horário de aula”.

Segundo ela, a enfermaria do colégio atende cerca de 900 casos por mês, entre crianças e adolescentes. “Normalmente, as ocorrências não são graves. Muitos alunos têm dor de cabeça ou dor de barriga, por exemplo. Mas é melhor o médico ter conhecimentos em ortopedia porque alguns alunos se machucam na educação física”, afirma Ilse. “Se acontece algo mais grave, chamamos a ambulância.”

Outras escolas também orientam os funcionários para atender alunos em casos de emergências. A escola de Educação Infantil Materna, de São Bernardo e Santo André, além de ter duas enfermeiras em cada unidade, realiza uma vez por ano o curso de socorrista, que ensina técnicas de primeiros socorros a todos os funcionários. “Nós temos tanta responsabilidade quanto um hospital, afinal são vidas cuidando de outras vidas. Por isso, nos preocupamos com a segurança. Ao treinar os funcionários, mais pessoas terão capacidade técnica de saber o que fazer em um acidente”, garante a diretora Adriane Imbroisi.

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