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Guia para Gestores de Escolas

Dica – Sistemas de Segurança

Matéria publicada na edição 112 | Outubro 2015- ver na edição online

Segurança na Web: Uma Necessidade

Por Rafael Pinheiro

Conexão é, certamente, a palavra – e a necessidade – que envolve todo e qualquer convívio social. A era dos dispositivos móveis que englobam uma extensa lista de facilidades, entretenimentos, funcionalidades e distrações são facilmente encontrados em salas de reuniões empresariais, grupo de jovens, escolas especializadas e, com o tempo, a imersão em práticas pedagógicas de sucesso.

A pesquisa TIC Educação 2014, lançada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), acompanha o uso e a apropriação dos computadores e da Internet nas escolas públicas e privadas, de ensino fundamental e médio, localizadas em áreas urbanas desde 2010.

Os resultados da pesquisa, divulgados no mês de setembro, apontam estabilidade na proporção de escolas de áreas urbanas com acesso à internet: 93% daquelas que possuem computadores estão conectadas à rede, sendo 92% nas escolas públicas e 97% nas escolas privadas. Quanto aos equipamentos presentes na escola, a proporção de instituições com computadores móveis e tablets também é crescente: 79% das escolas públicas possuem computador portátil (em 2013 eram 73%) e 29% tablets (em 2013 eram 11%).

O uso de recursos educacionais digitais para o preparo de aulas ou atividades com alunos é uma atividade muito difundida entre professores, o que indica um interesse crescente pelo uso das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas práticas pedagógicas. A pesquisa TIC Educação 2014 aponta, por exemplo, que 82% dos professores de escolas públicas produzem conteúdos para as aulas por meio do uso das TIC. Em relação ao uso da rede na escola, 41% dos estudantes utilizam a internet no espaço escolar e 77% em domicílio.

Compreendendo a internet como uma ferramenta que possui diversos recursos, verificamos a necessidade em discutir e aprimorar não só a inclusão tecnológica nas escolas, mas a influência que esse novo meio de comunicação implica no desenvolvimento estudantil, principalmente nos métodos de segurança.

O especialista em segurança Fernando Neves acredita na existência de diversas formas de aplicar regras de controle de acesso, de conteúdo e de nevegação.  “O acesso é tratado normalmente dentro da disciplina de Controle Parental / Filtros de Conteúdo e a parte de efetivo controle é tratado dentro da parte de WIPS – Wireless Intrusion Prevention System – o qual permite que regras que tenham sido definidas sejam, de fato, cumpridas.  Sempre há tentativas de burlar as regras implementadas. Faz parte da natureza humana. Além disso, temos que ter uma visão mais abrangente sobre o assunto, já que segurança não é um produto, mas sim um conjunto de comportamentos, estruturas e fatores trabalhando em conjunto para que se tenha, como resultado, um ambiente seguro”.

O especialista destaca que, nos últimos anos, a procura pelo serviço de segurança aumentou consideravelmente. Um dos motivos é um misto entre a apreensão que as pessoas sentem ligadas à insegurança física – e às ameaças como assaltos, acidentes de trânsito e outros de natureza mais violenta – e a percepção de que no mundo digital – com todas as redes sociais, vírus, ameaças e possibilidades – a possibilidade de controle e de proteção é algo mais complexo do que no mundo real.

Uma das alternativas para readequar o uso da internet é a blindagem de certos sites ou até mesmo os filtros de conteúdo e acesso. “É necessário definir uma política de uso aceitavél e definir com o conjunto dos corpos docentes e discentes bem como seus responsáveis, de forma a que as regras de conduta sejam entendidas. Sem este entendimento, a adoção fica comprometida”, diz Fernando Neves.

ESCOLA SEGURA

O sistema de proteção e segurança é composto por diversas partes. Neste sentido, o primeiro passo é definir o que se deseja como sistema de proteção: o que é permitido, de qual forma, em qual horário. De acordo com o especialista, a partir deste entendimento, que inclui a realização de entrevistas para a elaboração de um diagnóstico sobre a MSA – Maturidade de Segurança do Ambiente, é desenvolvido um projeto de implementação, que contará com palestras e atividades que visão o conhecimento e a participação de todos.

“Depois desse processo é que se escolhem as ferramentas e plataformas tecnológicas para atender aos pontos levantados na fase de projeto e que foram validados durante a fase de divulgação/palestras. Após a implementação inicial, entra-se na fase de Operação Assistida – em geral de 2 semanas – onde são levantados e acompanhados os pontos mais relevantes e eventuais ajustes são realizados”, ressalta Fernando.

Tendo o ambiente escolar como uma construção sólida de todo desenvolvimento pessoal e social, estabelecer mecanismos potentes para a segurança e, acima de tudo, demonstrar e inserir discussões e esclarecimentos sobre a utilização adequada do meio digital e possíveis problemáticas que podem acarretar em seus desdobramentos, são questões relevantes.

O uso consciente da internet abrange não só o âmbito escolar, mas também a participação dos pais em verificar e alertar sobre o nível de vulnerabilidade que os seus filhos estão expostos diariamente. Para que isso ocorra de forma participativa, algumas escolas começam a aconselhar os pais sobre a utilização da internet com responsabilidade, propagando, assim, uma rede segura virtual.

“Não cabe exclusivamente aos colégios a função de discutir a questão da segurança, sendo imprescindível a participação dos pais, responsáveis e da sociedade como um todo. Mas os colégios e demais instituições de ensino tem papel muito relevante na condução das questões relativas à cidadania, ao comportamento, ao respeito às leis, ao próximo e à convivência em sociedade, seja ela no mundo real mas também – e principalmente – no mundo digital”, afirma o especialista.

Esse tema, tão em voga em nossa atualidade, demonstra a existência de diversos desafios na relação entre usuário e internet, assim como os meios digitais impactam, de maneira significativa, as relações interpessoais e sociais. “E preparar os mais jovens para lidarem com estes pontos de forma adequada é muito importante”, finaliza.

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