Dica — Educação Alimentar: Ação deve articular cantinas, cozinhas e área pedagógica
Matéria publicada na edição 68 | Maio 2011 – ver na edição online
O Centro Educacional Pioneiro, localizado na Vila Clementino, zona Sul de São Paulo, vetou, no início deste ano, o comércio de refrigerantes e salgados industrializados na cantina da escola, terceirizada. A restrição, no entanto, não deve ter surpreendido aos estudantes, pois há cerca de dois anos a instituição começou um processo gradual de mudança dos itens comercializados no local, substituindo frituras por salgados assados, guloseimas por bolo de cenoura, barrinhas de cereais e cookies. Introduziu ainda sucos em polpa e frutas. “No início percebemos certa relutância dos dois lados (estudantes e cantina), mas eles entenderam o porquê das mudanças, a própria cantina expôs isso em cartazes”, afirma a nutricionista da escola, Cristiane Mayumi Sumida.
A restrição aos refrigerantes e salgados industrializados compõe o Projeto Cantina Saudável da escola, o qual, por sua vez, integra toda uma proposta de educação alimentar desenvolvida pela mantenedora e que atinge ainda a outras duas frentes: a cozinha própria, bem como as atividades pedagógicas desenvolvidas na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I. O propósito é combater o aumento da incidência precoce de doenças como obesidade, triglicérides, colesterol, diabetes e hipertensão, diz Cristiane.
O Centro Educacional Pioneiro tem procurado, na verdade, seguir as diretrizes da Portaria Interministerial 1.010/2006, relativas à promoção da alimentação saudável nas escolas do País. Segundo o documento, a política de nutrição saudável escolar deve estar presente na ação pedagógica (como o cultivo de hortas), atender às boas práticas do preparo dos alimentos (baixadas pela Resolução 216/2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ Anvisa), e vetar o comércio de alimentos com altos teores de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal, incentivando o consumo de frutas, legumes e verduras.
No Pioneiro, a nutricionista cuida de todas essas frentes. Junto da cozinha própria da instituição, coordena sete funcionários, responsáveis pelo preparo de refeições servidas aos alunos. Junto dos professores, orienta as atividades da Educação Infantil, de práticas culinárias simples, como o preparo de saladas de frutas e bolo de cenoura. Eventualmente as crianças cultivam hortaliças em vasos. Já nos anos iniciais da alfabetização (pré e Fundamental I), os nomes dos alimentos servem como pretexto para o desenvolvimento da leitura e da escrita. No 5º. ano, é realizado o Projeto Alimentação Saudável, integrado ao conteúdo da disciplina de Ciências. (R.F.)
Saiba+
Cartilha sobre Boas Práticas para Serviços de Alimentação (Anvisa)
www.anvisa.gov.br/divulga/public/
alimentos/cartilha_gicra_final.pdf
Cristiane Mayumi Sumida