Educação física: Esporte como instrumento pedagógico
A prática esportiva contribui, de forma expressiva e benéfica, para os desenvolvimentos físico, pessoal e social de cada estudante. Com a Educação Física – e a partir dela – alunos e alunas experienciam movimentos corporais; são envolvidos pelo caráter lúdico; compreendem regras, códigos, limites, organização e sistemas de funcionamento; para além de se descobrir em interação com o outro.
Presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a Educação Física é destacada, no documento, privilegiando oito dimensões de conhecimento: experimentação, uso e apropriação, fruição, reflexão sobre a ação, construção de valores, análise, compreensão e protagonismo comunitário. Assim, cada vez mais, projetos e atividades são desenvolvidos nos colégios utilizando práticas esportivas como instrumento pedagógico, promovendo habilidades e competências variadas.
No Colégio Magnum Cidade Nova (BH), por exemplo, o esporte é utilizado como um caminho para se desenvolver habilidades socioemocionais interpessoais e intrapessoais – de forma intencional. Gustavo Lara Barbosa, professor e treinador do colégio, além de trabalhar técnicas e táticas do esporte, trabalha na correlação entre os objetivos esportivos e socioemocionais. E, após a prática esportiva, os alunos são convidados a apresentarem o conteúdo aprendido em outros contextos não esportivos, ou seja, a habilidade aprendida deve ser colocada em prática nas atividades cotidianas, demonstrando os resultados práticos aos colegas e ao treinador.
Dessa forma, a prática esportiva transcende o espaço da quadra poliesportiva e propõe uma formação integral do indivíduo, centralizando o olhar na reflexividade, na vivência cotidiana, desenvolver estratégias, além de contribuir para a formação de um/uma atleta. De acordo com Gustavo, a metodologia bem aplicada e alinhada a faixa etária correspondente, aumenta a autoestima, potencializa as competências e capacidades do aluno e transforma o ensino esportivo em formação.
No Colégio Adventista de Diadema (SP), que tem como um dos pilares o desenvolvimento físico dos estudantes, o período de retomada total às aulas presenciais despertou o interesse da instituição em desenvolver um projeto por meio do futsal, com o intuito de movimentar os alunos. “O futsal consegue, além de ser trabalhado em equipe, abranger todo mundo, ou seja, é um jogo fácil que mesmo quem não é profissional sabe jogar. É para brincar”, afirma Fabiana Carolina Veronezi, professora de Educação Física do colégio.
O projeto, chamado “Projeto Champions League no CAD”, acontece uma vez por ano com uma duração de aproximadamente quatro meses. Segundo Fabiana, após a Champions, os quatro primeiros times classificados vão disputar o Campeonato Mundial com outras unidades da Rede Adventista convidadas que também realizaram o evento. “É aberto aos responsáveis assistirem e, inclusive, muitos vestem a camisa como técnicos. Essa interação é fantástica”, comenta. Desenvolvendo habilidades como autoconhecimento e autocuidado, empatia e cooperação, responsabilidade e cidadania, a professora observa uma recepção positiva dos alunos com o projeto. “Como professora, eu acabo percebendo que até aqueles alunos mais tímidos acabam se envolvendo e se libertando fora da sala de aula. Pude observar que mexe bastante com a autoestima, assim como a humildade, amizade e a questão do autocontrole. Estamos em um período em que alguns alunos estão sofrendo com crise de ansiedade e eu percebo uma melhora absurda quando eles estão em quadra”, finaliza. (RP)
Saiba mais: Fabiana Carolina Veronezi – [email protected]