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Guia para Gestores de Escolas

Especialista aponta principais habilidades socioemocionais que professor deve ter em sala de aula

Ser empático, saber motivar, identificar talentos, desenvolver e engajar pessoas, questionar e colocar em cheque os modelos e padrões vigentes, relacionar-se bem, inovar, saber lidar com as próprias emoções, gerenciar objetivos de vida, e ser capaz de buscar soluções criativas para problemas – enfim, essas são as competências listadas e publicadas pelo Fórum Econômico Mundial, chamada “The Future of Jobs” (O futuro do trabalho), que todo profissional precisa ter até 2020. Ou seja, competências socioemocionais serão tão ou até mais importantes do que competências técnicas, evidenciando um importante alerta à educação: as escolas e, consequentemente, os educadores, precisam com urgência rever suas atuações se quiserem estar alinhados com as expectativas do século XXI.

São habilidades que devem ser desenvolvidas não apenas nos alunos, mas também nos professores. A coordenadora da pós-graduação de Educação Socioemocional do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE), Cristina Corsini, explica que os educadores que possuem estas habilidades possuem visão realista das próprias características e capacidades – suas forças e fraquezas emocionais, reconhecem suas emoções e as utilizam para motivar a aprendizagem na sala de aula. “Professores que se propõem a este novo modelo também demonstram empatia, reconhecem perspectivas, estabelecem relações interpessoais positivas e tomam decisões de forma responsável, permitindo que lidem de forma mais efetiva e afetiva com os desafios diários da sala de aula”, afirma. A especialista ressalta seis atitudes responsáveis por desenvolver estas habilidades:1. Orientar alunos em situações de conflito: A escola, além de prover conteúdos acadêmicos, é também um agente-chave na promoção do processo de desenvolvimento da socialização do ser humano. Afinal, é nesse ambiente em que crianças e adolescentes se reúnem por várias horas do dia. Sendo, então, palco das interações sociais, é muito comum se deparar com comportamentos que criem algum tipo de conflito na sala de aula. Mas, diante de tal problema, que tal o professor notar neste cenário uma oportunidade para se trabalhar valores e regras, transformando, assim, o conflito em um momento de aprendizado? “Cabe à escola criar e cultivar um ambiente pautado em relações de cooperação, respeito mútuo e negociação das normas e regras, propondo ao aluno aprender a tomar decisões responsáveis”, explica.

  1. Promover o desenvolvimento da inteligência emocional: As fragilidades dos alunos necessitam de um espaço de escuta, uma vez que podem se constituir em um dos elementos do mau desempenho acadêmico. É responsabilidade da escola e do professor oferecer apoio e colaborar com a promoção e prevenção de aspectos relacionados à saúde mental dos estudantes. Além disso, é importante que o trabalho cotidiano seja permeado de oportunidades que promovam a autoestima, a autoconfiança e a autonomia deles.

  2. Criar um clima escolar acolhedor: O estudante aprende e apresenta melhor desempenho acadêmico quando inserido em um contexto escolar em que se sinta acolhido, ou seja, respeitado em seus direitos e também consciente de seus deveres. “O clima escolar acolhedor é pautado em uma dinâmica afetiva, práticas colaborativas e trocas valorosas, que proporcionam o crescimento interpessoal do aluno”, afirma.

  3. Ser modelo de regulação emocional: O professor exerce uma grande influência sobre a vida dos estudantes, visto, principalmente, como modelo de pessoa. É o profissional no qual os alunos possuem contato direto, sendo, muitas vezes, alvo de identificação e de vínculo de confiança. É fundamental ter consciência que ele influencia não só a mente, mas também o caráter e o comportamento das pessoas que convive.

  4. Ter relações colaborativas: É de extrema importância o trabalho colaborativo entre a equipe de professores. A ideia é que cada um dos profissionais possa ensinar e também aprender com os saberes dos demais. Nestas relações, os sujeitos são, ao mesmo tempo, participantes e protagonistas, que sempre devem buscar um ao outro; o professor e precisa ter um diálogo aberto com seus colegas. Além disso, são necessários espaços para trocas de experiências a partir de pequenas redes e pequenos grupos, os quais não dependem apenas da proximidade física.

  5. Corresponder às exigências escolares: É essencial que o professor esteja em comum acordo com relação às normas, regras e valores da escola e que também seja capaz de fazer escolhas responsáveis. “Seria a ideia da autonomia – faço porque é o certo e porque respeito”, finaliza.

Para a especialista, transformar a escola não é mais uma opção e sim, uma necessidade. “É essencial preparar os alunos para os desafios do mundo. O ‘chão da escola’ precisa se transformar e para isso, é necessário a produção de saberes e fazeres que se concretizem na criação de novas modalidades de práticas na escola”, finaliza.

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