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Guia para Gestores de Escolas

Dica — Feira do Livro: Editoras e Organizadoras

Matéria publicada na edição 65 | Fevereiro 2011 – ver na edição online

O estímulo à leitura como um acontecimento cultural

De um a três dias no ano letivo, os pátios e corredores das escolas costumam ser tomados por estantes recheadas de títulos, cores e texturas bastante variadas, dando vida a livros infanto-juvenis paradidáticos, literários, mas também a best-sellers e obras de referências voltadas a um público mais maduro. Em meio ao vaivém das pessoas, autores se dispõem a autografar suas produções e a falar um pouco sobre inspiração, escrita e criatividade. Em outros momentos, contadores de histórias entretêm a meninada, professores, bibliotecários e coordenadores expõem os trabalhos de seus alunos, enquanto estes apresentam números musicais aos pais e avós. O cenário é típico de uma feira do livro bem-sucedida, um dos momentos mais aguardados do calendário escolar.

Segundo o diretor da Livraria Cortez, Francisco Ednilson Xavier Gomes, dirigente que assumirá, agora em março, a presidência da Associação Nacional de Livrarias, a feira do livro começou a chamar a atenção das instituições de dez anos para cá. No momento, a Cortez mantém parcerias com 20 escolas privadas da Capital paulista, disponibilizando o mobiliário, a comercialização, a equipe de vendedores, o transporte dos títulos sugeridos pela área pedagógica das mantenedoras e, em alguns casos, a programação de eventos paralelos. E, assim como prática comum nessas parcerias, 10% dos valores comercializados acabam sendo revertidos em livros para a biblioteca escolar.

Há um sem número de livrarias e distribuidores que incluíram a feira do livro em seu portfólio de serviços, mas Francisco Ednilson defende que ela esteja sempre baseada em um “conceito cultural”, em um propósito de formação de público leitor. Também o diretor do Instituto Brasil Leitor, William Nacked,aponta que a feira do livro deve estar inserida dentro da proposta pedagógica das instituições. “Ela não dará certo se não tiver o apadrinhamento do professor dentro da sala de aula e se não atrair a participação das famílias”, acredita. Além disso, “tem que ser esteticamente bonita, com recursos multimídia, interatividade e eventos que estimulem o desejo de participação”. William atua com projetos de bibliotecas para hospitais, escolas públicas e privadas, e para o sistema metroferroviário e dos terminais de ônibus de grandes cidades brasileiras, entre outros. Tem, como uma de suas principais parceiras e também dirigente do Instituto, a escritora Ruth Rocha.

Com a expertise de quem realiza mais de cem feiras do livro anualmente, a empresária Denize Carvalho diz que além da organização de atividades como a hora do conto ou oficinas de massinhas, oferece uma “orientação paralela” às escolas, “conforme as situações vividas pelos professores e alunos dentro do projeto pedagógico”. Isso pode envolver, por exemplo, desde uma perda vivida pelo grupo (selecionando-se títulos adequados ao momento) até acontecimentos de grande impacto, como o desastre climático que atingiu o Rio de Janeiro no mês passado. “Já estamos pesquisando obras sobre ecologia e meio ambiente para as feiras deste ano”, afirma Denize.

Algumas escolas, entretanto, encontraram um formato diferenciado para “valorizar o livro como instrumento de veiculação cultural”. O Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida (Consa), por exemplo, promoveu no final de 2010 a 3ª Feira de Troca de Livros, quando pais e estudantes doaram dois mil títulos e intercambiaram cem deles, conforme balanço apresentado pela coordenadora do Ensino Médio, Ana Carlota Niero Pecorari. (R.F.)

Saiba mais

Denize Carvalho – [email protected]

Francisco Ednilson Xavier Gomes – [email protected]

Willian Nacked – [email protected]

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