Formação de docentes transforma a educação financeira nas escolas
Já tive a oportunidade de falar sobre a inserção da educação financeira nas escolas públicas e privadas de forma transversal, ou seja, em várias disciplinas ao longo do ano, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde o tema se tornará obrigatório em 2020.
Sem dúvida, essa é uma conquista muito importante, que foi galgada ao longo dos anos e onde acompanhei de perto para que essa trajetória se tornasse uma realidade. Hoje, escolas em todo o país já adotam programas de educação financeira com ótimos resultados, não apenas dentro da sala de aula, mas também entre as famílias e comunidades.
Mas o desafio está apenas começando. Digo isso, pois é preciso capacitar os professores para que possam desenvolver o tema entre os alunos, nas mais diversas matérias em que a educação financeira se insere. Sendo assim, a formação dos professores é essencial para que consigam transmitir esse conhecimento de forma estruturada, com metodologia e, principalmente, para que vivenciem essa ciência humana na prática, podendo assim ter maior embasamento para repassar às famílias e alunos.
Esse movimento já está acontecendo e prova disso são os cursos de formação para docentes espalhados pelo país. Através de palestras, workshops e encontros, a formação do professor atende a aplicação da educação financeira em todas as fases do aprendizado, da Educação Infantil ao Ensino Médio, com todas as particularidades que cada idade demanda.
Através de assessores pedagógicos capacitados, esses encontros unem professores e educadores de diversas escolas, pois a troca de experiências e ideias é fundamental para que o trabalho seja desenvolvido da melhor maneira. Além disso, essas ações promovem o aprimoramento de escolas que já adotam programas de educação financeira em suas grades, através do desenvolvimento e conciliação do tema com as Metodologias Ativas, levando o protagonismo do ensino ao aluno.
O intuito é justamente ensinar os professores a lidar melhor com as próprias finanças, uma vez que estes não tiveram a oportunidade que as crianças de hoje estão tendo. Reflexo dessa ausência é o cenário de índices de inadimplência recorde, que temos visto mês após mês. O trabalho deve ser feito na base, é claro, mas tudo começa com o professor.
Quando o professor se capacita, ele passa a atuar como mediador das atividades, mostrando caminhos e dinâmicas para desenvolver o tema dentro da sala de aula, com isso motivando o consumo consciente aos alunos de forma lúdica e mostrando que o dinheiro é um meio, uma ferramenta para a realização de sonhos, independentemente de quão grande ele seja.
Além disso, também são trabalhados temas ligados ao meio ambiente, como a preservação da natureza, redução de gastos de energia, consumo de água, reciclagem de lixo, buscando, não somente a economia monetária, mas também uma conscientização de que os recursos naturais são finitos e têm impacto direto em nossas vidas.
Participação da família
No Programa DSOP de Educação Financeira para Escolas e Famílias, como o próprio nome aponta, a família também tem um papel fundamental no desenvolvimento do aprendizado, por isso recebe materiais específicos, como livros para os pais, jogos, cadernos, conteúdos digitais, tudo para que o tema seja trabalhado em conjunto.
O envolvimento da família proporciona uma transformação de comportamento entre todos, tendo como objetivo comum a realização de sonhos, sejam individuais ou coletivos.
Novos rumos
Estamos na reta final dessa empreitada, afinal 2020 está logo aí, porém ainda há muitos professores e docentes a serem educados financeiramente, muitas formações a serem realizadas, assim teremos, não somente o cumprimento das diretrizes da BNCC como uma obrigação, mas uma mudança real de comportamento entre todos os envolvidos.