Gestão de pessoas na era do conhecimento: criando o hábito da excelência
Um dos principais desafios dos gestores na busca por oferecer o melhor serviço é o gerenciamento de pessoas, principalmente nas organizações que oferecem serviços, como é o caso das escolas.
A cultura organizacional se torna um ativo intangível para essa conquista. Ela se estabelece a partir da vivência e da experiência do grupo em lidar com problemas, sendo, desta forma, uma característica coletiva – e não individual. Ela também está relacionada aos valores da organização que a diferenciam das demais, e que são desenvolvidos e assimilados pelo grupo ao longo de sua história.
Conhecer e entender a cultura organizacional é fundamental para a adoção de estratégias para melhorar o serviço oferecido. O entendimento de suas características culturais ajuda a alavancar o seu desempenho, principalmente com a necessidade de ser eficiente dentro de mercados cada vez mais competitivos e dinâmicos.
Um outro ponto que também observamos é a dificuldade de alinhar valores entre colaboradores e organizações, construir visões de mundo que podem ajudar a remar na mesma direção, e cooperar para produzir mais frutos para os indivíduos e para a sociedade.
A coerção pela necessidade de trabalhar, nessa relação, não tem o mesmo peso determinante que as posições sociais costumavam ter no passado, e existem inúmeras maneiras de não cooperar, mesmo aparentemente concordando com os processos, o que ameaça o desempenho da organização. Por isso, a liderança baseada em valores é um caminho para a construção de organizações mais sólidas e a forma de construir laços que podem resolver dilemas de cooperação e confiança, vínculos necessários para atuar no complexo cenário da educação.
Nesse contexto, os sistemas tradicionais de gestão, baseados na autoridade e no controle formal, se tornam ineficazes, pois, como as tarefas se baseiam na aplicação intensiva do conhecimento, as relações de confiança assumem uma importância fundamental para promover o alinhamento entre os objetivos do grupo.
A cultura organizacional que firma relacionamentos de confiança torna-se um instrumento de gestão poderoso nesse cenário. Além de mediar as incertezas, as relações de confiança geram um ambiente de alta motivação e colaboração espontânea, o que gera um processo contínuo e dinâmico de inovação organizacional, que pode resultar em vantagens competitivas.
Além da confiança para promover o alinhamento dos objetivos, podemos acrescentar que a liderança baseada em valores contribuirá para o fortalecimento dessa relação. Não há a possibilidade de existir tratamentos impessoais como os construídos em estruturas hierárquicas.
Desta forma, o gestor, ao exercer uma liderança baseada em valores, criará relações de interdependência com os colaboradores, entendendo que estes poderão cooperar em resolver dilemas. Esse é um caminho para a construção de uma escola mais sólida e competitiva, além de criar um ambiente de trabalho mais significativo, ético e de excelência, trocando o contexto de pressão por resultados em ambientes criativos que geram realização e propósito.
Jhonatan Pache
Mestre em Gestão Empresarial pela FGV, professor de Matemática, engenheiro formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, palestrante, consultor de gestão escolar e desenvolvimento de líderes, CEO e fundador do Grupo Força Máxima Educação. www.colegioforcamaxima.com.br / [email protected]