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Guia para Gestores de Escolas

High School e a Educação Internacional: Aprendizado Local em Contexto Global

Vanessa e Fátima Tenório

“Seja um ensino bilíngue ou um High School, o que é relevante é a qualidade da oferta. Independentemente do que se propõe como modelo, o importe é saber para que nível o aluno será levado em termos de amplitude e profundidade de conhecimento e competência, e em que e como isso vai contribuir para o desenvolvimento integral desse aluno. Além disso, qualquer atividade de alta qualidade que é desenvolvida em um segundo idioma demanda ainda mais, cognitivamente, do aluno, oferecendo a possibilidade de este se desenvolver ainda mais”, destacam as especialistas Vanessa Tenório e Fátima Tenório 

Por Rafael Pinheiro / Fotos Divulgação

O conceito de globalização adentrou espaços sociais, culturais, econômicos e, por consequência, educacionais. A constante (r)evolução da educação na atualidade instaura novos olhares aos programas pedagógicos, alimentando, assim, a inserção de línguas e culturas estrangeiras com o intuito de ampliar o repertório de cada estudante, bem como a aproximação com as realidades (e necessidades) em contextos globais.

Nessa perspectiva, o estímulo a uma segunda língua aponta dimensões incalculáveis para a educação com um crescimento notável, tanto na área linguística como nos aspectos pessoais e culturais. Além, é claro, de enriquecer aspectos profissionais e possíveis oportunidades em cursar uma graduação no exterior. E podemos localizar, em diversas escolas, algumas modalidades de inclusão de uma segunda língua no cronograma curricular.

Dentre os principais modelos e oportunidades de ensino bilíngue, destacamos a emergência do High School – programa voltado, especificamente, para o Ensino Médio. “O High School oferece uma possibilidade ao aluno de ter uma certificação dupla de Ensino Médio, em sua língua materna e uma língua estrangeira. As aulas do programa são dadas em inglês por professores que podem ou não ser nativos, mas que sejam fluentes em inglês e especialistas naquela determinada disciplina”, definem Vanessa Tenório e Fátima Tenório, especialistas em educação bilíngue.

De acordo com as especialistas, há algumas especificidades que podem ser ressaltadas no programa High School como, por exemplo, a alta complexidade do conteúdo, já que o programa se encontra em um nível linguístico elevado. “Em um nível de High School, a complexidade do conteúdo é mais alta, o nível de complexidade da língua, por consequência, é mais alto. Então, o aluno já tem que ter esse nível linguístico minimamente intermediário para avançado”. Mas, com o programa no Ensino Médio, “o aluno pode, de fato, ter uma sofisticação, especialmente na escrita, em diferentes gêneros textuais”, completam.

Tendo a educação internacional como um propósito de extrema importância, trouxemos, neste especial, algumas instituições de ensino que oferecem, no interior de seus currículos, algumas modalidades de High School – tanto programas de dupla certificação como, também, escolas que disponibilizam uma certificação internacional através do programa IB Diploma.

IB DIPLOMA

O IB Diploma faz parte dos programas criados pela fundação suíça International Baccalaureate e possibilita que jovens de 16 a 19 anos tenham qualificação internacional, reconhecida por universidades de cerca de 140 países. O diferencial do IB Diploma é propiciar aos jovens uma formação mais ampla e focada no desenvolvimento do pensamento crítico, além de preparar o aluno para entrar em uma universidade de primeira linha do país ou em várias partes do mundo.

Desde 2010 a unidade Verbo Divino (SP) da Escola Bilíngue Pueri Domus integra a rede de instituições de ensino no Brasil que recebeu a acreditação e, recentemente, as unidades Itaim e Aldeia da Serra também passaram a fazer parte deste seleto grupo. “Ao frequentar as aulas do programa, os estudantes tornam-se mais questionadores e passam a enxergar problemas de diferentes perspectivas, ou seja, desenvolvem habilidades cada vez mais exigidas pelo mercado do trabalho”, explica o Diretor da unidade Verbo Divino, Deivis Pothin.

São dez as disciplinas que compõem o IB Diploma na Escola Bilíngue Pueri Domus: Português, Linguagem & Literatura, English, Business Management (Gerenciamento de Negócios), Environmental Systems and Society (Sistemas Ambientais & Sociedades), Math (Matemática) e Brazilian Social Studies (Estudos Sociais Brasileiros), Theory of Knowledge – TOK (Teoria do Conhecimento), Extended Essay – EE (Monografia) e Creativity, Activity and Service – CAS (Criatividade, Atividade e Serviço).

O Colégio Positivo Internacional (PR) oferece o IB Diploma aos estudantes

Desta forma, o currículo educacional proposto pelo IB Diploma (ou IB Diploma Programme) oferece uma qualificação plural, multidisciplinar e que abarca habilidades e competências acadêmicas que são fundamentais para a contemporaneidade, sobretudo no que tange a admissão nas universidades e sucesso acadêmico, além de propiciar uma imersão em alguns tópicos com maior densidade.

Para Pedro Silva Oliveira, Diretor do Colégio Positivo Internacional (PR), existe, cada vez mais, uma busca por propostas pedagógicas de valor que não só desenvolvam os jovens no âmbito acadêmico, mas que também abram as portas das universidades do mundo inteiro. Nesse ponto, “um programa de dupla certificação pode ser bastante redutor”.

“O grande diferencial do Colégio Positivo Internacional é o fato de ser certificado pelo órgão IB. Esse é o melhor selo de qualidade de ensino do mundo. Desenvolvemos jovens questionadores, informados e empáticos que ajudam a criar um mundo melhor e mais pacífico por meio da compreensão e respeito intercultural”, destaca o diretor.

Com uma estrutura curricular em período integral, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I têm aulas de Português e em Inglês em períodos distintos no dia. Já no Ensino Fundamental II e Ensino Médio as aulas são intercaladas e a carga de inglês geral supera os 60%. O colégio também possui várias parcerias com universidades nos EUA, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha, Japão e Austrália. “As parcerias divergem entre universidades e abordam aspectos como bolsas de estudo, ingresso direto ou oferta de intercâmbio”, completa.

FORMAÇÃO INTERNACIONAL

“De um modo geral, vemos uma geração de alunos cada vez mais globalizados com grande potencial para ingresso em universidades internacionais renomadas. O programa de High School com a assessoria adequada é o que faz a diferença na aprovação desses alunos nos processos seletivos das faculdades estrangeiras”, diz Nigel Winnard, Diretor da Escola Americana do Rio de Janeiro (EARJ).

Nigel Winnard, Diretor da Escola Americana do Rio de Janeiro (EARJ)

A instituição, reconhecida como referência em educação internacional na cidade e que oferece o IB Diploma aos concluintes do High School desde 1982, reúne, atualmente, alunos de mais de 30 nacionalidades diferentes e professores vindos de diversas partes do mundo, sendo um reflexo da diversidade mundial. Desde cedo, conta Winnard, os alunos recebem uma espécie de orientação acadêmica para decidirem junto com os pais e a escola para qual universidade – do mundo – vão seguir ao concluir o High School.

“Nessa orientação, são levados em conta a carreira escolhida e a compatibilidade do perfil do estudante e da universidade. Depois de tudo isso, ele precisa passar pelo processo de Application e ser aceito. Apenas 2% optam por universidades brasileiras. Esse suporte oferecido pela escola é fundamental para os alunos que desejam cursar o ensino superior no exterior, além da preparação que começa no início da vida escolar e une aluno, escola e famílias”, explica o diretor da EARJ.

A tradição de aprovação dos alunos é refletida, especialmente, em universidades estrangeiras. Em 2019, os 45 alunos que concluíram o High School obtiveram 183 aprovações em 130 faculdades dos Estados Unidos, Canadá, Europa e México. Desse montante, 42 foram com bolsas de estudos, que somam $2.239.350,00 dólares americanos.

Entre os destaques, conta o diretor, estão universidades inovadoras como Northwestern, UCLA, University of Southern California e Boston College, nos Estados Unidos; Universidade de Oxford, London School of Economics e University College of London, no Reino Unido; e instituições líderes mundiais como as Universidade de Toronto e Amsterdan e a Erasmus University Rotterdam.

IMERSÃO NO SEGUNDO IDIOMA

Fundado em 1954 e localizado no bairro do Morumbi (SP), o Colégio Franciscano Pio XII possui, entre outros projetos, o High School – nesse programa, os estudantes cursam disciplinas oficiais do currículo americano com imersão no inglês, paralelamente às disciplinas do currículo brasileiro. “O programa é opcional e tem por objetivo ensinar o domínio do idioma ao estudante para que ele transite na língua inglesa de forma natural e que o familiarize com os processos globais de economia e sociedade”, diz Heloisa Helena Parciasepe, Coordenadora do High School do Colégio Franciscano Pio XII.

O programa, que prevê o mínimo de 600 horas-aula durante o período de três anos, tem início no 9º ano do Ensino Fundamental e termina no 2º ano do Ensino Médio, seguindo a mesma estrutura do ensino americano. Além das disciplinas brasileiras no horário oficial do colégio, os alunos cursam no período da tarde, duas vezes por semana, as disciplinas do currículo americano.

O processo de seleção para os alunos que pretendem ingressar no programa High School é iniciado no oitavo ano e, durante o processo, a instituição realiza pequenos simulados e uma prova de aptidão. Segundo a coordenadora, é necessário ter fluência no inglês para cursar o High School, mas é preciso ser aprovado na prova com o mínimo de 60% de pontos.

A metodologia do programa prioriza a leitura de obras completas, a escrita e a exposição oral com forte capacidade de argumentação. “As aulas são ministradas em inglês por professores nativos em língua inglesa e a formação é ancorada em duas certificações: a brasileira e a americana”, explica Parciasepe. As disciplinas, clássicas e contemporâneas, estão divididas em quatro grandes áreas: Oratória (Speech e Debate), Língua Inglesa (English e Writing for the Critical Thinker), Estudos Sociais (US History, US Government e Economics) e Diversificadas (Health, Career Planning, College Prep e Marketing for the 21st Century).

O Programa High School Marista é parte integrante do Projeto Educativo da rede de escolas Marista

PROJETO EDUCATIVO

Com ambiente de imersão com professores estadunidenses, programa híbrido (aulas on-line e presencial), aconselhamento na escolha da carreira, desenvolvimento das habilidades do século 21 e diploma de High School dos Estados Unidos creditado pela AdvancED, o Programa High School Marista é parte integrante do Projeto Educativo da rede de escolas Marista desde sua origem.

“O programa tem parceria com a Way American School que é uma escola dos Estados Unidos situada no estado do Michigan. Eles possuem relacionamento com mais de 10 Universidades com oportunidades de bolsas de estudos, opções de dispensa do TOEFL e outros benefícios. Entre as universidades parceiras estão a Universidade de Bufalo, Iowa State, Universidade de Columbia, Universidade de Wisconsin, Universidade de Kansas, dentre outras”, diz Guilherme Lamounier Alarcão, Coordenador de Negócios da Superintendência de Missão.

A partir do 8º ano, diz o coordenador, os alunos maristas podem ingressar no High School – eles estudarão no contraturno escolar, pelo período de três anos, e irão cursar as disciplinas norte-americanas paralelamente às brasileiras. Como a metodologia utilizada em sala de aula é o PBL (Project Based Learning) ou ABP (Abordagem Baseada em Projetos), os componentes não são divididos por carga horária, mas de acordo com os projetos desenvolvidos (que são interdisciplinares). Assim, as avaliações do programa não são feitas por testes, mas por meio dos projetos desenvolvidos pelos estudantes.

“As famílias têm valorizado cada vez mais uma educação global, programas que fomentam o aprimoramento na língua inglesa e o uso de metodologias ativas e abordagens inovadoras. Nas visitas aos colégios recebemos o retorno positivo das famílias e o agradecimento ao Marista por investir em programas que ampliam possibilidades ao futuro dos estudantes em um mundo cada vez mais competitivo e sem fronteiras”, completa o coordenador.

Saiba mais:

Colégio Franciscano Pio XII – [email protected]

Colégio Positivo Internacional – [email protected]

Colégio Marista – [email protected]

Escola Americana do Rio de Janeiro – [email protected]

Vanessa Tenório e Fátima Tenório – [email protected]

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