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Guia para Gestores de Escolas

Importantes avanços da educação financeira no Brasil que serão sentidos no futuro

Os tempos estão mudando e para melhor. Lembro que quando iniciamos nossos trabalhos com a educação financeira no início dos anos 2000, pouquíssimas pessoas falavam sobre esse tema e a confusão com finanças pessoais era inevitável. Na época todos pensavam apenas em números e planilhas, mas de lá para cá muita coisa mudou, graças a muito esforço e luta de profissionais que acreditaram na educação financeira.

Agora vivemos uma realidade muito gratificante, no qual a educação financeira já é uma realidade em diversos setores, como me alegro em constatar ao ver que o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criou um Programa Educação Financeira nas Escolas, buscando capacitar professores em educação financeira, para que o tema esteja presente nas salas de aula.

Também vejo um movimento muito forte sobre o tema com a criação e já tendo início das aulas em 2021, da primeira graduação do país em educação financeira, uma iniciativa da universidade Unoeste. Antes disso já existiam cursos variados sobre o tema, como pós-graduações, mestrados e doutorados.

Também já existia a obrigatoriedade de inserir esses conteúdos nas grades do ensino fundamental das escolas, mas as recentes conquistas são realmente muito importantes e aquecem o debate sobre o tema.

Assim, de antemão já faço um alerta: os impactos serão sentidos, mas os imediatistas de plantão devem “colocar as barbas de molho”, pois ainda teremos por muito tempo problemas relacionados a falta de educação financeira.

Foram anos nos quais os conhecimentos relacionados a educação financeira foram deixados em segundo plano, isso criou gerações de famílias deseducadas financeiramente, e não se pode aguardar que em pouco tempo isso se reverta.

É preciso muito trabalho e cuidado na implementação desses conteúdos para a real mudança em relação ao dinheiro. E para isso é importante destacar alguns pontos, como em qualquer área do saber, para que o conteúdo seja implementado de forma que realmente mude as pessoas. É preciso que se tenha uma metodologia, não apenas repetir máximas que não levam as pessoas a refletirem sobre sonhos e objetivos futuros.

A educação financeira é um tema comportamental e, como tal, parte de um aprofundamento maior na área de humanas. Os números são importantes também nesse conhecimento, mas sem a mudança comportamental de nada valerão.

Outra importante percepção sobre o tema é que ele deve ser levado para as crianças o quanto antes, já no ensino infantil, mas não falando do dinheiro, mas sim de comportamentos relacionados ao consumo e às compras, que invariavelmente farão parte da vida de todas as pessoas.

Nesse ponto é importante abrir um parêntese, pois vejo muitos especialistas que criticam o ensinamento desse conteúdo por acreditarem que é uma forma de impulsionar o consumo, representando assim o capitalismo selvagem em sua pior essência. Mas é justamente o contrário.

A educação financeira trata do consumo consciente, da criação de objetivos e sonhos e da criação de pessoas e famílias mais sustentáveis financeiramente. Ou seja, o tema é primordial para o mundo que vivemos hoje e para uma perspectiva melhor de futuro. Estamos dando importantes passos sobre o tema, mas ainda é longo o caminho que temos que percorrer para sentir os resultados e termos uma população realmente educada financeiramente.

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