Intercâmbio: Experiências plurais
A globalização produz efeitos significativos na contemporaneidade. Economia, política, mercado de trabalho, cultura, profissões e o âmbito educacional como um todo se interligam, direta ou indiretamente, cada vez mais, em correntes globais. Nesse sentido, diversidades culturais, aprendizado de outros idiomas, bagagem plural e experiências que transcendem espaços físicos e constroem pontes entre o local e o global, surgem como possibilidades reais na atualidade.
Assim, se seguirmos as pistas da globalização, encontramos uma demanda crescente de jovens e adultos que programam a realização de um intercâmbio com interesses e propósitos diversos, seja com o intuito de ampliar as suas experiências pessoais, estudantis ou até mesmo adentrar em outros países com interesse no mercado de trabalho. A estabilidade profissional, inclusive, é um dos elementos que constata o interesse elevado de jovens pelo intercâmbio específico no mercado de trabalho.
DEMANDA CONTEMPORÂNEA
Segundo uma pesquisa divulgada no último ano intitulada “Atlas das Juventudes”, tendo o FGV Social como um dos realizadores, quase metade dos jovens brasileiros (47%) entre 15 e 29 anos pensam em sair do país para garantir estabilidade profissional e melhores condições de vida. O estudo também aponta que 27,1% dessa parcela da população não estuda e não trabalha, os chamados “nem-nem”; 70% tem dificuldade de encontrar emprego e, com a Covid-19, a desocupação desses jovens foi de 49,4% para 56,3%. São dados alarmantes que reverberam, de certa forma, em possibilidades de intercâmbio e trabalho.
Se mantivermos o olhar sobre o aumento da procura por intercâmbio, Vinicius Nunes, CEO de uma startup especializada em mentorias para intercâmbios, afirma que um dos fatores que contribuem para esse crescimento se deve, principalmente, a situação atual do Brasil. “Nosso país, infelizmente, tem os piores indicadores quando se trata de educação e oportunidades profissionais. O crescimento pela procura por intercâmbios está diretamente ligado à necessidade de ter acesso a melhores oportunidades, não somente de estudos, mas também profissionais”.
Para além da busca profissional, os estudantes experimentam vivências únicas e plurais durante o período de intercâmbio. Nesse contexto, a experiência de troca de saberes, de imersão cultural, o desejo por novos conhecimentos e, consequentemente, novos relacionamentos, evidencia uma experiência multicultural e, assim, transcende (apenas) a necessidade linguística, com a possibilidade de instaurar suas percepções e convivências em um ambiente totalmente novo.
“É, de fato, uma experiência única! O contato com outras culturas, a necessidade de adaptação, aprender novos idiomas e, principalmente, a necessidade de sair da própria zona de conforto, criam um salto profissional e pessoal. Uma evolução forçada que mostra um mundo novo, e cria um desejo por algo melhor, experiências práticas e reconhecimento”, comenta Vinicius.
Sobre a programação, sobretudo a partir de qual faixa etária é a indicada para um intercâmbio, Vinicius indica que não há idade limite para a realização, mas é necessária a preparação correta. “Em nossa startup, temos alunos que são preparados para fazer desde o High School fora do país, como um Phd nas universidades mais renomadas do mundo. Porém, é necessário preparo, sabendo tudo que se é exigido e tendo em mãos todos os documentos necessários para realizar a aplicação, recomendamos que a partir dos 14 anos de idade que já comece a se preparar”.
“A participação das escolas no incentivo de intercâmbios é fundamental e se torna um aliado para tornar a educação brasileira cada vez melhor, incentivando os alunos a buscarem as melhores oportunidades, e trazendo para o Brasil profissionais ainda mais qualificados. O intercâmbio é uma excelente oportunidade de crescimento se for feito pensando sempre no aluno e no melhor que ele pode alcançar!”, completa o CEO da startup.
INCENTIVO ESCOLAR
Reconhecida como um polo ímpar de descobertas a educação acompanha (e instiga) o processo de exploração e curiosidade em todas as fases do ensino, desde as primeiras séries até o final do Ensino Médio. E, no contexto de aprendizagem, linguagem e aproximações culturais através de idiomas estrangeiros, o intercâmbio pode ser uma rica e proveitosa experiência para os estudantes.
“As demandas globais trazem bastante os alunos para a necessidade dessa experiência fora do país de origem, não só pela imersão em um ambiente de segunda língua, mas principalmente pelas novas possibilidades e visão de mundo que a experiência em outro país pode trazer”, conta Bruna Elias, coordenadora pedagógica do Colégio Brasil Canadá.
Escola genuinamente bilíngue e tendo o inglês como uma ferramenta importante para o aprendizado e o desenvolvimento integral das crianças, no Colégio Brasil Canadá os alunos podem ter a experiência de intercâmbio a partir de 11 ou 12 anos. “Acreditamos que devemos preparar o aluno para a vida, isso inclui estar aberto a novas experiências, aprendizagens e, em nosso caso, estar familiarizado com a língua, potencializando as aprendizagens no intercâmbio”, afirma
“Nós sempre estimulamos os alunos a experiências que possam agregar em suas vidas”, diz a coordenadora. “No caso do intercâmbio, fazemos toda a mediação com os alunos e as famílias, mas com o respaldo de uma empresa experiente na área. O senso de independência e crescimento pessoal, bem como a criação de novos caminhos e ideias sobre seu futuro através da imersão total uma segunda língua, além de ser uma oportunidade de fazer amigos e entrar em contato com diferentes culturas, são algumas experiências que o intercâmbio pode proporcionar”, continua.
Para os/as diretores/as ou gestores/as escolares que pretendem adotar programas de intercâmbio em suas instituições, Bruna indica, como principal dica, “conhecer bem a estrutura dos programas e as empresas que oferecem esse serviço, além de ter uma pessoa de confiança na equipe que possa acompanhar o grupo de estudantes”. (RP)
Saiba mais:
Bruna Elias – [email protected]
Vinicius Nunes – [email protected]