fbpx
Guia para Gestores de Escolas

Novo Ensino Médio: desafios, reestruturações, protagonismo dos estudantes e itinerários formativos

Por Rafael Pinheiro / Fotos Divulgação

O sistema educacional atravessa uma reestruturação significativa. Com as mudanças propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as reformulações que compõem o Novo Ensino Médio, observamos uma movimentação com o intuito de aproximar os alunos e as alunas de uma realidade contemporânea, bem como o estímulo de um protagonismo estudantil atrelado a formações técnicas como pontes para o mercado de trabalho e para a inserção no ensino superior

A organização do Novo Ensino Médio, que contará com a ampliação da carga horária de estudos e com uma estrutura curricular que contemplará a oferta de diferentes itinerários formativos – de acordo com o contexto em que a escola está inserida e as necessidades/interesses dos estudantes – está programada para ocorrer de forma gradativa. Segundo o cronograma, a implementação, em todas as escolas públicas e privadas, terá início no próximo ano com as primeiras séries do Ensino Médio. Em 2023, com as 1ª e 2ª séries e, em 2024, complementando o ciclo com as três séries do Ensino Médio.

Para adentrar nesse assunto, trouxemos, neste especial da Conversa com o Gestor, algumas opiniões sobre a implementação do Novo Ensino Médio e as suas ressonâncias no cotidiano escolar. Para ampliar o leque de discussões, consultamos especialistas, diretores/as, coordenadores/as, profissionais que atuam em diversas áreas da educação, e questionamos: Como implementar o Novo Ensino Médio na rotina escolar?

Hannah L. A. de Vasconcellos

“O Novo Ensino Médio surge da necessidade de tornar a educação escolar mais atrativa para os adolescentes. Cada aluno terá a possibilidade de escolher como se dará a sua formação, e essa escolha não é necessariamente definitiva. Ou seja, ele pode trocar de itinerário ao longo do Ensino Médio. Outra coisa importante é que a escola não precisa oferecer todos os itinerários formativos (linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional). Agora, existe a possibilidade de realizar parcerias com outras escolas, promovendo um intercâmbio entre os alunos, que serão certificados pela escola de origem.

Para implementar o Novo Ensino Médio é preciso que a comunidade escolar esteja ciente e, em alguma medida, dominando a ideia geral desse novo projeto e suas exigências. Então, a escola pode criar uma imersão para a equipe docente, incentivando a leitura de alguns textos sobre o Novo Ensino Médio, ver vídeos e discutir o tema em grupo. É importante também que essa nova maneira de cursar esse segmento seja apresentada para os alunos, levando em conta o protagonismo tão almejado por essa mudança no ensino médio. É uma grande modificação, então ao longo do ano é preciso criar momentos de checagem, ou seja, conversar com alunos e professores sobre suas percepções sobre o Novo Ensino Médio e sobre a adequação da proposta pedagógica da escola à essa nova realidade.

De maneira prática, o Novo Ensino Médio tem uma exigência desafiadora: o aluno precisa cursar 3.000 horas. Existem algumas possibilidades de colocar isso em prática no currículo escolar. Por exemplo, podemos dividir essas horas igualmente ao longo dos três anos: 600 horas de formação geral básica e 400 horas de itinerários formativos na primeira série, na segunda série e na terceira série. Ou, se a gestão entender que é preciso um tempo maior para se adaptar, também é possível começar a primeira série com 800 horas de formação geral básica e 200 horas de itinerários formativos e assim por diante. Há também a possibilidade de a primeira série ser composta por 1.000 horas de formação básica e as 1.200 horas de itinerários formativos serem divididas nos últimos dois anos.”

Hannah L. A. de Vasconcellos – Antropóloga e consultora pedagógica do LIV

Talita Marcilia

“O Novo Ensino Médio é a possibilidade de reinventar a escola e torná-la mais significativa. Há muito se fala de uma escola descolada dos objetivos dos estudantes e a proposta do Novo Ensino Médio é uma oportunidade de mudar essa percepção. A proposta de Ensino Médio tanto será mais palpável quanto melhor desenhada com os objetivos pedagógicos da instituição. Qual o diferencial da escola? O que ela oferece que a torna única? Nosso Colégio, por exemplo, tem excelência no ensino de alemão, não faz sentido pensar em Novo Ensino Médio com esse traço. Somos escola certificada pelas práticas MINT – o programa STEM alemão – que acredita em uma formação para exercício da cidadania, esses traços estão presentes nos itinerários formativos que serão oferecidos por nossa escola.

Outro traço fundamental para implementar o Ensino Médio na rotina escolar é envolver a comunidade escolar na proposta: professores, alunos e famílias têm que ser envolvidos no processo. Grupos de trabalho por etapa, consultas e reuniões preliminares ajudam a apontar possibilidades, equívocos e acertos que fortalecem a proposta.”

Talita Marcilia – Coordenadora do 9º Ano e do Ensino Médio do Colégio Humboldt

Rafael Pansanato

“Após a aprovação da Lei nº 13.415/2017, todas as instituições públicas e privadas do país terão que entrar em conformidade com as regras do Novo Ensino Médio (NEM) até 2022. Tendo em vista a desconexão entre os anseios da juventude e o que as escolas ofertam, esta é mais uma oportunidade para que os gestores públicos, em conjunto com as comunidades escolares, coloquem os indicadores de fluxo e desempenho do Ensino Médio em outros patamares.

Neste contexto, é importante salientar que temos muitos desafios para o sucesso da implementação do NEM na rotina escolar. Atualmente, a Peers tem apoiado os estados na implementação das políticas educacionais atuando em seis frentes principais: Modelo de gestão e governança (auxiliando na articulação entre os agentes envolvidos, com foco também no cumprimento dos marcos leais); Arquitetura Curricular (garantindo a articulação entre BNCC e itinerários formativos); Gestão de Pessoas (visando um modelo de contratação que supra as necessidades de professores e pessoal nas escolas); Infraestrutura (estrutura física, espaços disponibilizados pela escola, capacidade para alimentação, laboratórios, etc.); e Financeiro (planejamento orçamentário).

O NEM traz esperança em um momento em que se exigem políticas públicas que possam acarretar soluções para a desigualdade social no país, que ficou ainda mais evidente no contexto da pandemia da Covid-19. Com o apoio das comunidades escolares e uma gestão eficiente, o NEM promete trazer consigo um avanço significativo para a aprendizagem no Brasil, impactando não apenas indivíduos, mas, também, o futuro da nossa sociedade.”

Rafael Pansanato – Gerente Sênior da Peers Consulting

Suely Nercessian Corradini

“Nosso maior desafio foi manter a carga horária de 5.960 horas, quase o dobro do que preconiza o Novo Ensino Médio. Por outro lado, tínhamos a nosso favor o período integral já como rotina. Assim, reorganizamos a cargo horária das três séries da seguinte forma: BNCC – 1.800 horas; Itinerários Formativos – 4.160 horas; Total – 5.960 horas. Os Itinerários formativos foram distribuídos em três eixos que permitem ao aluno começar a planejar e vivenciar seu projeto de vida já na 1a série do Ensino Médio.

Foco Vital –Um componente de formação comum para todos, com aulas que complementam os aprendizados da BNCC. Currículo anual, obrigatório, planejado para cada série do EM.

Focos Específicos Um componente para o aluno se dedicar a estudos do seu maior interesse e desenvolver suas aptidões, projetos e atividades práticas em torno de quatro possíveis temas: Ciência e Vida; Ciências Humanas e Linguagens Contemporâneas; Ética e Sociedade; e Tecnologia e Meio Ambiente. Esse foco inclui realização de projetos de iniciação científica. Currículos semestrais, o aluno poderá mudar de foco ao longo do EM.

Disciplinas Eletivas –Oferecidas nas três séries do Ensino Médio, serão a oportunidade de o aluno transitar por assuntos variados, sendo um deles em inglês. São cursos de duração semestral, que poderão ser realizados não apenas nos espaços do Vital, mas também fora dele, e, também, parcialmente a distância, respeitando-se o máximo de 20% de sua carga horária total.”

Suely Nercessian Corradini – Diretora Pedagógica do Colégio Vital Brazil

Melina Garcia Cunha Sanjar

“As mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio apoiam iniciativas educacionais que permitem explorar todos os potenciais que a juventude possui e pode carregar em sua formação. Para isso, é importante levar em consideração aspectos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como a construção de um projeto de vida com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade; a integração entre as áreas de conhecimento, que ampliam a visão de mundo e atribui sentido aos conceitos estudados na escola; os saberes e práticas da cultura digital, que impactam o cotidiano dos jovens e toda a sociedade em vários campos de atuação social; e o atendimento às pluralidades e respeito às diversidades, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, competências tão importantes para os profissionais.

A reforma do Ensino Médio trouxe novas diretrizes e um novo peso à formação técnica e profissional. Com a mudança, a formação técnica agora é um dos itinerários do Ensino Médio, sendo aplicada dentro da carga horária do curso. Além disso, possibilitou ampliar a atuação do Senac São Paulo que, desde 2019, oferece cursos de ensino médio integrado ao ensino técnico e já soma quase 4 mil alunos, em 19 unidades distribuídas pela Capital, Grande SP, Interior e Litoral.

É mais do que necessário transformar a escola formal para que ela, finalmente, alcance os tempos contemporâneos e desempenhe seu papel de maneira objetiva, construtiva e que, principalmente, faça sentido para os jovens.”

Melina Garcia Cunha Sanjar – Gerente de desenvolvimento e responsável pelo Ensino Médio Técnico no Senac São Paulo

Eliana Barros dos Santos

“A Base Nacional Comum Curricular do Novo Ensino Médio (BNCC) nos traz uma oportunidade de transformação da educação brasileira, carregando como um dos objetivos a indicação de mudanças estruturais, que possam impactar o currículo e as formas de organização das escolas. Entre elas, a ampliação da carga horária para 3.000 horas e a composição em Formação Geral Básica, por meio de articulação das competências e habilidades essenciais. Nesse contexto, são privilegiadas as áreas do conhecimento e a aprendizagem dos estudantes com carga horária máxima de 1.800 horas, além de Itinerários Formativos com unidades curriculares, que possam ser organizadas em oficinas, aprofundamentos, trilhas de aprendizagem, projeto de vida, observatórios, núcleos e outras modalidades que tem como ponto focal a flexibilidade de acordo com interesses, afinidades dos estudantes e disponibilidade de oferta das escolas com um mínimo de 1.200 horas.

Esse processo pode ser implementado gradualmente na rotina estudantil, utilizando meios de escuta ativa e diálogo com a comunidade escolar, formação continuada dos professores, adequação dos espaços escolares e reorganização do Projeto Político Pedagógico. A ideia é que seja implementado aos poucos, assim as escolas precisam se preparar para realizar uma transição gradual, uma vez que a intenção é aproximar os estudantes das transformações do mercado de trabalho e das novas tecnologias. Nesse sentido, será garantida uma formação mais contextualizada com o presente, respeitando o caminho de aprendizado de acordo com seus interesses, afinidades e desejos. Em termos gerais, entendemos que o aluno dentro desse projeto, faça uma escolha consciente e responsável do caminho de aprendizado de acordo com seus reais interesses, afinidades e desejos.”

Eliana Barros dos Santos – Coordenadora Pedagógica da Escola do Futuro

Vanessa Finardi Squassoni

“Os currículos do Ensino Médio são compostos por uma formação geral básica e um itinerário formativo. Apesar de obrigatório, as escolas possuem autonomia para construir suas propostas pedagógicas. Em consonância com a legislação, a Montale, por ser Internacional, Paritária e seguir os currículos brasileiro e italiano, já oferece, além da formação geral básica, 2 opções de itinerário formativo, com o aprofundamento curricular iniciado antes mesmo do Ensino Médio, já no 9º ano. O aluno opta ou pelo curso de Língua Espanhola, ou Economia, onde todas as áreas do conhecimento são contempladas nos projetos interdisciplinares.

A Montale conta com o apoio de professores com larga experiência em sala de aula, com uma psicóloga e com o coordenador pedagógico, para, junto com as famílias, orientar os alunos desde o primeiro ano a construir um projeto de vida, descobrir suas melhores habilidades, paixões e aptidões, a fim de traçar um planejamento mais propício para suas escolhas profissionais. Contamos ainda com uma parte diversificada do currículo que inclui o Projeto de Capacitação e Orientação Transversal (PCTO), já utilizado nas escolas italianas, no qual se desenvolve várias competências para o mundo do trabalho. A cada ano há um projeto diferente, de acordo com as demandas dos próprios alunos de cada sala do Ensino Médio.”

Vanessa Finardi Squassoni – Diretora Pedagógica da Escola Internacional Italiana Eugenio Montale

Alexandre Sayão

“O Novo Ensino Médio chega para repensar um modelo que já não atendia às expectativas e desejos dos jovens. Ele reúne uma série de mudanças que colocam o aluno como protagonista do seu aprendizado e de seu Projeto de Vida. Além das habilidades para as quatro áreas de conhecimento como Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais, o currículo inclui os itinerários formativos, que permitem ao estudante se aprofundar em uma ou mais áreas do conhecimento.  
A implantação do Novo Ensino Médio é um processo longo e minucioso. O ideal é implementar estudos e reuniões com equipes pedagógicas formadas por professores das áreas de conhecimento, além de elaborar planos de estudos. Um mapeamento completo com os alunos pode ser decisivo para identificar as áreas de maior interesse e é nesse ponto que a tecnologia pode ser parceira das escolas. A Plataforma A+ já vem aplicando os diagnósticos em alguns colégios parceiros, como o João Paulo I Higienópolis, de Porto Alegre (RS), e o resultado foi fundamental para nortear o planejamento pedagógico, que já está sendo desenvolvido.”

Alexandre Sayão – Educador e CEO da Plataforma A+

Natália Messina

“A implementação do Novo Ensino Médio nos traz alguns desafios, como a reestruturação dos currículos, que deverá conter o desenvolvimento das habilidades da BNCC ao longo da Formação Geral Básica do aluno, além da implantação dos itinerários formativos, que conta com o desenvolvimento nos estudantes das habilidades socioemocionais e autonomia para que eles estruturem os seus projetos de vida, além de representar a parte mais flexível do currículo, onde os alunos realizam suas escolhas a partir dos seus desejos e necessidades. 

A parte flexível pode contar com disciplinas eletivas, trilhas temáticas ou unidades curriculares que desenvolvam as competências e habilidades da matriz dos itinerários formativos. E, após a definição da oferta, é importante que a escola estruture como será a formação de professores e as metodologias utilizada.

Na Plataforma AZ, oferecemos estrutura tecnológica e conteúdos inovadores para o desenvolvimento de alta performance no aluno, tanto para o mundo do trabalho quanto para a continuação dos seus estudos no Ensino Superior. Além de conteúdos diversificados para que o aluno desenvolva novos talentos e potencialidades para o futuro, priorizamos a personalização das trilhas dos alunos, para ampliar a visão de mundo dos estudantes e facilitar a escolha da carreira, a partir do seu projeto de vida.”

Natália Messina – Gerente de Produtos da Plataforma AZ

Cintia Sant’Anna

“O projeto High School Maple Bear atende às novas diretrizes do Novo Ensino Médio no Brasil e oferece aos alunos estratégias para que cumpram os cursos, créditos e projetos de liderança necessários para sua preparação aos vestibulares no Brasil e suas aplicações nas universidades fora do país. Além do ensino imersivo em inglês, língua adicional oficial na Maple Bear, nosso High School tem como diferencial a metodologia canadense. Os alunos do High School Maple Bear completam os cursos obrigatórios que garantem o atendimento às competências esperadas para formação geral básica nas quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais. Também parte dos componentes obrigatórios do programa Maple Bear estão os cursos de Leadership e Career Exploration, e horas de Career Support, Independent Studies e Community Service. A partir desta base, os alunos assumem gradualmente a responsabilidade pelos seus projetos e realizam as escolhas dos créditos obrigatórios para complementar sua formação, focando o aprofundamento dos seus estudos nas áreas de seu maior interesse. O objetivo da Maple Bear é ampliar as possibilidades de escolha dos alunos e garantir que construirão a base para uma experiência de aprendizagem bem-sucedida nas diferentes etapas de suas vidas, em um mundo em constante transformação.”

Cintia Sant’Anna – Diretora acadêmica da Maple Bear Brasil

Gustavo Laranja

“A proposta do Novo Ensino Médio está assentada na construção do protagonismo do jovem, na ampliação de oportunidades de escolhas e de espaços de aprendizagem que potencializam o desenvolvimento da identidade pessoal e profissional em seus múltiplos aspectos e interesses. Essa concepção não é nova no Colégio Augusto Laranja. Atuamos com disciplinas eletivas desde 2018, abordando temas diversos como Design, Matemática Financeira, Literatura, Sustentabilidade, Empreendedorismo, Audiovisual, entre outros, oferecendo opções aos alunos para explorarem seus diversos interesses. Semestralmente, ainda, os alunos elencam um tema de interesse e contam com o auxílio de um professor orientador para explorá-lo, culminando na produção e apresentação de um painel científico. Contamos também com o setor de Orientação Profissional, que já vinha conduzindo atividades relacionadas ao Projeto de Vida. Dessa forma, a passagem para o novo formato do Ensino Médio será pacífica, uma vez que seus princípios já estavam em prática entre nós. Faremos a adequação à nova estrutura curricular, organizada a partir dos itinerários formativos e temas transversais, ampliando ainda mais as possibilidades de escolhas.”

Gustavo Laranja – Gestor do Colégio Augusto Laranja

Ademar Celedônio

“No dia 13 de julho, o MEC publicou a portaria que institui o cronograma nacional de implementação do Novo Ensino Médio. Ela apresenta diversos objetivos como a ampliação da carga horária para todas as escolas que ofertam ensino médio no país e as mudanças no cronograma das avaliações, como o SAEB e o ENEM. Contudo, é importante destacar o conceito do Projeto de Vida, que não está relacionado apenas com a capacidade dos alunos refletirem sobre desejos e objetivos, mas também é por meio dele que os jovens vão se reconhecer perante o mundo e estar preparados para suas escolhas profissionais. O novo formato pressupõe o protagonismo do estudante e cabe às escolas auxiliá-lo e oferecer diferentes escolhas. 

A criação de mapas de implantação pode ajudar as instituições a estruturarem o curso. Antes de qualquer passo prático, é importante que os gestores entendam o documento, que tem poucas regras de obrigatoriedade, como as horas. Em seguida, deve-se apresentar as novidades, como os itinerários e as eletivas, para a comunidade escolar, incluindo os professores, além de repassar as informações sobre a carga horária e as mudanças que podem ocorrer nas disciplinas. O planejamento operacional – de estruturas, equipes e turmas – é fundamental. Os gestores devem considerar também os possíveis aumentos de custo provocados pela expansão da carga horária. E mesmo que em 2022 o novo formato seja válido apenas para o primeiro ano, sugerimos que as escolas criem o plano completo para distribuir as 1.800 horas de formação geral básica e as 1.200 horárias de itinerários formativos pelos três anos do ensino médio. Com o planejamento estruturado, o próximo passo é trabalhar a formação dos professores para estes novos conteúdos. A preparação do corpo docente e dos coordenadores é primordial para o sucesso da implementação. Outra etapa fundamental é envolver os alunos nas mudanças e possibilitar as escolhas, visto que o protagonismo estudantil é a chave do novo formato. Além dos estudantes, vale comunicar às famílias sobre as alterações que irão ocorrer a partir do próximo ano.

Organização, planejamento, treinamento e parceria com a comunidade escolar são a chave para o sucesso da implementação do novo ensino médio nas escolas.”

Ademar Celedônio – Diretor de Ensino e Inovações Educacionais do SAS

Receba nossas matérias no seu e-mail


    Relacionados