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Guia para Gestores de Escolas

O jardim das escolas e a segurança dos alunos.

Verde x Segurança: o Jardim nas escolas

 

As áreas externas das escolas tem papel fundamental no aprendizado. E que criança não gosta de estudar em uma escola com pátios floridos e cheios de verde? Além de tornar os ambientes mais bonitos, o uso de vegetação pode proporcionar aos alunos atividades ao ar livre que complementam as aulas dadas em sala de aula.

Tudo isso pode ser muito rico, entretanto a escolha errada das espécies vegetativas em jardins e pátios pode gerar grandes problemas para a instituição de ensino.

Quando a escola é voltada à educação infantil o cuidado deve ser redobrado. As crianças, além de estarem expostas aos perigos aparentes da vegetação, ainda podem ser prejudicadas por substâncias que só tem efeito nocivo quando uma folha ou galho é colocado em contato direto com a boca ou com os olhos.

Nesta matéria vamos apontar os erros mais comuns na seleção de plantas a serem utilizadas nas escolas e mostrar algumas alternativas seguras a serem colocadas em pátios e jardins.

Um ponto importante, que até parece meio óbvio numa primeira análise, é a escolha de espécies que não possuam espinhos. Cerca-vivas muito utilizadas, como Coroas-de-Cristo, Sansão-do-Campo e Piracanta estão proibidas. Cactos e árvores com espinhos (como Limoeiro, Paineira) também não devem ser usados.

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Coroa-de-Cristo – Euphorbia milii

Além dos espinhos, há também as plantas que possuem seivas cujo veneno pode provocar irritação. A Coroa-de-Cristo  e o Leiteiro-vermelho são exemplos de plantas cuja seiva, quando tocada, pode causar queimaduras e distúrbios gastro-intestinais.

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Leiteiro vermelho – Euphorbia cotinifolia

A manutenção de algumas espécies também pode ser difícil e devem ser evitadas. É o caso de arvores de grande porte que com o tempo podem ter suas folhas levadas para o telhado, entupindo calhas e  condutores, dificultando o escoamento das águas pluviais e gerando infiltrações e vazamentos no interior da escola.

Outro problema que árvores de grande porte podem gerar é a quebra de pisos ocasionada pelo crescimento de suas raízes. Espécies deste tipo precisam de um grande espaço livre para se desenvolver e não são recomendadas em jardins pequenos. Exemplos de árvores com estas características são os Ficus, Flamboyants e Tipuanas.

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Raízes da Ficus Misorensys no Sítio Roberto Burle Marx, em Guaratiba – Marcos Michae

Depois de colocados alguns exemplos do que não se deve fazer, que tal algumas sugestões para deixar a sua escola com um lindo jardim sem perigos e problemas futuros?

A primeira dica são as árvores frutíferas, muitas delas têm porte pequeno e além de serem lindas ainda produzem deliciosos frutos e atraem pássaros. É o caso da Pitangueira, que além de ser uma espécie nativa, frutifica duas vezes por ano.

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Pitangueira – Eugenia uniflora

Outra idéia que combina muito bem com escolas e que não requer muito espaço são as hortas. Hortas podem servir como complemento ao projeto pedagógico da escola, criam uma atividade extra muito prazerosa aos alunos e ainda fornecem alimentos que podem ser preparados na escola e divididos por todos.

As hortas podem ter diferentes formatos, podem ser feitas em canteiros ou vasos e permitem o cultivo tanto de hortaliças quanto de ervas e temperos.

Algumas espécies fáceis de cultivar e que podem ser colocadas na horta da escola são: tomate cereja, manjericão, alecrim, rúcula, orégano. Todas gostam de pelo menos 4 horas de sol por dia, e água, em pouca quantidade, diariamente.

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motaClaudia Mota é arquiteta formada pela FAU Mackenzie e com pós graduação na área de “Sustentabilidade das Edificações” na mesma instituição. Atua na área desde 1995 quando encerrou o curso de edificações pela Escola Técnica Federal de São Paulo. Trabalhou nos escritórios de arquitetos Samuel Szpigel e Joan Villà. Em 2001 fez estágio na Câmara Municipal do Montijo em Portugal onde iniciou sua atuação em projetos de arquitetura escolar. Em 2003 formou o Ateliê Urbano escritório que desenvolve projetos de arquitetura e paisagismo e que tem como foco o desenvolvimento de projetos para instituições de ensino

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