O Papel do Líder na Formação do Clima Escolar
Conexões constantes e harmônicas são essenciais para a manutenção da saúde social e emocional. Atualmente, é comum observarmos uma grande necessidade de conexão, seja presencial ou virtualmente. As pessoas querem se sentir vistas e pertencentes, ou seja, em contato com os outros.
Ambientes com bons relacionamentos e boas conexões geram um aumento de dopamina (a qual está ligada com um outro neurotransmissor, a acetilcolina), substância essencial para a sensação de bem estar e que favorece o aprendizado.
Porém, quando falamos em boas conexões, isso não significa aceitar tudo, não significa ausência de conflitos, não significa que todos devem palpitar sobre acordos e combinados, dar carteiradas, gritar, menosprezar ou ironizar. Ao contrário: criar bons relacionamentos compreende saber ouvir o outro é se posicionar da maneira e no momento adequado. Isso significa dar vez, voz e valor para as pessoas, respeitando os combinados e elegendo como foco aquilo que funciona, e não o jeito de cada um.
As pessoas costumam sentir maior motivação em ambientes que permitem que sua voz seja ouvida, ou seja, lugares em que são encorajadas quando certas e orientadas quando erram. Exercer a liderança na escola a partir da troca, e não da determinação de verdades absolutas, promove a autoconfiança, a saúde, a produtividade e até mesmo o sistema imunológico pode ser favorecido por boas conexões. Isso vale para o gestor e para o professor.
Em um bom clima, tendemos a nos sentir mais fortes diante de crises, situações de desafios e cenários incertos. Em ambientes com relacionamentos ruins, a tendência é observarmos um aumento na chance de erros, de desperdício, de posturas tarefeiras, absenteísmo, estresse e boicotes.
Fica clara a importância do gestor como encorajador e participante de um ambiente com conexões saudáveis e harmoniosas, impactando assim o professor e consequentemente a sala de aula.
A reflexão essencial que envolve as boas conexões no mundo escolar é nos questionarmos como está a confiança do educador e seus relacionamentos profissionais. No dia-a-dia de trabalho, impactamos na vida uns dos outros, afinal, estamos conectando e interagindo a todo tempo. Um bom líder tem a consciência da influência que exerce sobre sua equipe e sabe que o modo como escuta, vê e age fazem toda a diferença para consolidar seu bom desempenho nesse papel. Tudo o que fazemos deixa marcas em nós e nos outros. Fica então a questão: depois que você passa, que marca fica?
Colaboração: Mariana Fancio Gonçalo – psicóloga e orientadora profissional